O ano era 2018.
Eu, assim como várias (não mais) crianças do início dos anos 2000, estava indo aos cinemas para assistir o tão sonhado Os Incríveis 2 (The Incredibles 2, 2018), e acabei recebendo antes do filme um curta sensível e delicado sobre a relação mãe e filho que ficou na minha cabeça por dias, chamado Bao (2018). Mais tarde, esse curta-metragem ganharia várias premiações e sua diretora se tornaria, em 2022, além da primeira mulher a dirigir um curta-metragem da Pixar Animation Studios, a primeira mulher a assinar sozinha a direção de um longa-metragem da empresa.
Red: Crescer é Uma Fera (Turning Red, 2022) conta a história de Meilin Lee, ou Mei-Mei, ou apenas Mei, uma adolescente sino-canadense de 13 anos muito ligada à família e às amigas que começa a se transformar em um gigante panda-vermelho sempre que sente emoções fortes. A partir disso, ela começa a sentir os efeitos de sua puberdade e a “rebelar-se” contra sua mãe, questionando o que lhe foi ensinado sobre sua própria identidade durante toda a vida. Basicamente um coming of age, filme de amadurecimento, com uma puberdade mágica – como nomeou a própria diretora – e muitas referências aos anos 2000 que, infelizmente, não foi para os cinemas.
Uma coisa que Red tem em comum com os últimos filmes da Pixar é o envolvimento pessoal da pessoa no cargo da direção, e isso tem rendido filmes ótimos. É visível o empenho que as pessoas no comando tiveram não só com Red, mas também com os outros filmes mais recentes como Luca (2021) e Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (Onward, 2020), nos quais transparece a carga emocional colocada na obra pelos autores. E, assim como Dan Scanlon e Enrico Casarosa, Domee Shi se expôs muito, colocando muito de sua vida, de seus sentimentos, e até mesmo experiências de outras colegas de equipe em Red.
Mas este não é apenas um filme muito íntimo, ele também nos trouxe uma protagonista feminina, algo que ainda é raro nas obras da empresa: não foram nem 10 ainda ao todo, mesmo não sendo incomum haver muitas personagens femininas marcantes como sidekicks, ajudantes.
Por conta da proximidade com o lançamento de Encanto (2021) e outros pontos que ambos os filmes tem em comum – como suas temáticas e seu retrato de duas culturas que, mesmo distintas, valorizam bastante a família – surgiram várias comparações entre eles. Eu, como pessoa que gostei muito dos dois e acha que Red é um bom filme independente de Encanto ser ou não, vou evitar paralelos. Porém, achei interessante que os filmes também receberam muitas “críticas” parecidas por conta de suas semelhanças; houve muito hate direcionado às personagens femininas, seja pela diversidade de corpos ou por essas personagens terem seus rostos estilizados e fazerem caretas.
Grupos conservadores também se manifestaram contra as falas sobre menstruação no filme, fossem diretas ou metafóricas, o que por si só é ridículo: por mais “delicado” que seja o tema, é preciso informação, não tratá-lo como tabu. Também houve reclamações de que a obra influenciava crianças a desobedecerem os pais, uma interpretação que, além de rasa, é completamente errada sobre a história, que fala mais sobre como grandes proibições e restrições simplesmente não funcionam com adolescentes.
Contudo a verdadeira pérola da internet foi quem disse que era impossível se identificar com o filme por se tratar da história de uma garota que fazia referências à menstruação. Afinal, depois de tantos filmes da Pixar nos fazendo sentir empatia por objetos inanimados ou ideias abstratas, e mais tantos outros filmes por aí aonde vimos garotos passando pela puberdade e ficando nervosos e suando horrores ao falar com mulheres, realmente é impossível ter empatia por uma figura feminina mais realista. Este parágrafo contém ironia.
O filme foi dirigido por Domee Shi, diretora e roteirista de Bao, que dividiu o roteiro com Julia Cho, que escreveu alguns roteiros de Fronteiras (Fringe, 2008 – 2013), e Sarah Streicher, que foi roteirista de Demolidor (Daredevil, 2015 – 2018).
E é aí que se mostra mais uma das grandes belezas do filme, algumas das principais funções dele são ocupadas por mulheres. O design de produção ficou com Rona Liu, que, assim como Domee, é de origem chinesa, e também trabalhou com a diretora no design de produção de Bao; a produção é de Lindsey Collins, que também produziu Procurando Dory (Finding Dory, 2016) e alguns curtas da empresa, e a supervisão de efeitos visuais ficou a cargo de Danielle Feinberg, que trabalhou no departamento de efeitos visuais de Ratatouille (2007) e O Bom Dinossauro (The Good Dinosaur, 2015).
É possível saber um pouco mais sobre elas e suas influências dentro do filme com o documentário de 50 minutos Abrace o Panda (Embrace the Panda: Making Turn Red), lançado junto com Red.
Falando de termos técnicos, aqui está um dos brilhos do filme. É óbvio que se tratando de Pixar e de todo o dinheiro envolvido, é claro que as texturas são lindas e etc. Mas Red vem trazendo algumas coisas novas – ou nem tanto. Algumas informações que eu der daqui para frente foram ditas por pessoas da equipe em uma live.
A obra é muito estilizada e junta muito do estilo pessoal de Domee e de tudo o que tivemos de melhor nas últimas animações, trazendo muito de Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, 2018), Klaus (2019) e A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (The Mitchells vs the Machines, 2021).
Desde o início, a diretora deu uma lista de animes, tokusatsus, poses, formas para olhos, poses fortes e linguagens estilizadas para que todes entendessem o que ela pretendia fazer ali. Para ela e para a equipe, ficou claro que o anime parecia a estética certa para usar na história, e daí vieram alguns dos desafios, por exemplo, como fazer personagens e elementos estilizados fazerem sentido com o resto do mundo que seguia uma estética mais realista. Deve ter sido um processo complicado, mas foi algo que eu particularmente gostei muito. Em especial, algo que adoro em animes e está presente no filme é a presença de momentos que mostram como a personagem se sente por dentro.
A iluminação é muito bem trabalhada, sabendo se adaptar bem a cada momento e valorizando a carga dramática necessária, e em certos momentos lembrando muito Sailor Moon (Pretty Guardian Sailor Moon, 1992 – 1997), por exemplo, ao mostrar a cidade de um modo onírico. A luz faz existirem pequenos filmes dentro do filme.
Mahyar Abousaeedi, diretor de fotografia, chegou a comentar como pôde explorar o mundo criado com a câmera de um modo que não tinha feito até então e mostrar Toronto, que geralmente é retratada como cinza e cheia de concreto, de um modo diferente.
Eu poderia falar sobre a animação e a movimentação apenas comentando que desenvolveram uma nova tecnologia para a movimentação das pandas, mas também preciso enaltecer como a velocidade dos movimentos é essencial para a comédia do filme, o timing dos movimentos é muito preciso e também se adapta a cada momento.
Claro, a direção de arte não ficou sem seus destaques. Trazendo um pouco do design de personagens de Bao, temos personagens um pouco mais achatadas e redondas, o que Rona Liu descreveu como uma estética “chonkified”, algo como uma estética roliça, rechonchuda, redonda, que remete muito ao atual famigerado estilo “CalArts”: rosto redondo, olhos redondos, boca em formato de feijão e dentes grandes, um estilo muito criticado por ser muito usado atualmente, mas que funciona; e lembrando muito também do estilo de arte de grande parte dos filmes do Studio Ghibli que obviamente também foi uma referência.
Falando mais individualmente dos designs, cada personagem do grupo de amigas foi pensada para ser única e se destacar por si só; Mei teve muito das chefes Domee e Rona colocado em sua aparência: elas se observavam e decidiam que seria interessante que aquilo fizesse parte da personagem, o que acabou fluindo para as demais com corpos e formas diversas; além de também investir em mais personagens de origens diferentes, sendo Priya indo-canadense e Abby coreo-canadense. Os designs também trazem não apenas um modo menos magérrimo de retratar personagens femininas, mas também uma forma de retratar um comportamento genuinamente adolescente, sem tender muito nem para uma feminilidade padrão, mas também sem cair no tomboy, masculinizado.
A melhor parte, para mim, é que essa representatividade se espalha também pelo background, o fundo do filme, com muitas personagens com diabetes, algo perceptível por seus sensores adesivos de insulina, personagens mulçumanas, identificáveis por seus hijabs, personagens negras e, enfim, uma diversidade que povoa tudo que vemos em tela.
O pensamento das cores foi bem simples na verdade, mas cumpre bem seu propósito dando para cada personagem uma cor que a faça se destacar e dividindo entre Ming e Miriam o verde e o toque de azul, que podem se opor a ou complementar o vermelho. Cores perfeitas para serem usadas nessas personagens, que são importantes para Mei, para a história, e são colocadas em contraste desde o começo, com Miriam sendo a peça principal das três amigas e Ming como mãe dizendo desde o início que não gosta da garota.
Evidentemente, eu não poderia encerrar esse tópico sem falar das músicas. A trilha sonora é de Ludwig Göransson, que dispensa apresentações: compositor de Pantera Negra (Black Panther, 2018) e TENET (2020), cuja música consegue nos comover e nos fazer concentrar no filme, mas o que você deve estar querendo que eu fale é das músicas do 4☆Town, certo? Tudo bem, elas também não saem da minha cabeça.
As músicas da banda foram compostas por Billie Eilish e Finneas O’Connell. Ambos comentaram que fizeram três específicas: uma música mais confiante, que anima; uma balada romântica; e aquela música que todo mundo conhece. Segundo eles suas estratégias foram encher as músicas de duplas negativas – se eu tiver entendido certo, é basicamente uma forma de formular a frase, como se negasse uma coisa duas vezes – bravatas, swag, ser o mais dramático possível e fazer parecer que essa música já foi ouvida milhões de vezes.
Eu assisti ao filme dublado, mas vi muitos materiais com o áudio original e os dois ficaram muito bons, mas antes de adentrar no assunto preciso falar sobre um tema mais complicado. Se você acompanha os textos de animações deste nosso querido site, talvez já tenha reparado em uma questão que levantei em meus textos de A Caminho da Lua (Over the Moon, 2020) e Raya e o Último Dragão (Raya and the Last Dragon, 2021) – eu deveria ter abordado o assunto no texto sobre o live action de Mulan (2020) inclusive –, dois filmes que, assim como Red, têm uma grande influência asiática e dois filmes que, assim como Red, não tiveram na hora da dublagem preocupação com representatividade neste quesito.
Red, por ter tomado maiores proporções do que os anteriores, acabou levantando muito este debate da internet, com Ana Hikari e Jacqueline Sato se pronunciando sobre o assunto e rendendo até mesmo um artigo na Vogue Brasil. Espero que agora com o assunto tendo ganhado mais relevância algo seja feito. Temos muitas atrizes e atores com ascendência asiática que poderiam estar ocupando esses lugares na atuação de voz, mas não existe interesse das empresas em capacitá-los para desempenhar esse papel. Falta representatividade na dublagem brasileira de um modo geral, então é preciso que cada vez mais o público cobre e os envolvidos no processo também se posicionem a favor de que a vivência das personagens seja valorizada com pessoas que entendem desta vivência dando suas vozes.
Lembrando, é claro, que não devemos culpar dubladores e diretores que participaram do processo e que se dedicaram tanto para fazer um bom trabalho, quem precisa ser responsabilizadas são as empresas envolvidas.
Tudo isso dito, vamos falar sobre as atuações, realmente. A voz original conta sim com um elenco asiático para as personagens asiáticas, com destaque para Rosalie Chiang, uma atriz ainda começando sua carreira, como Meilin, Sandra Oh muito conhecida por seus papéis em Killing Eve (2018-2022) e Grey’s Anatomy (2005-) e que participou da voz original de A Caminho da Lua e Raya como Ming e Maitreyi Ramakrishnan, protagonista de Eu Nunca… (Never Have I Ever…, 2020) e que fez parte da voz original de My Little Pony: Tell Your Tale (2022) como Priya.
A dublagem brasileira foi dirigida por Robson Kumode, que é descendente de japoneses. O elenco de voz foi composto de dubladores profissionais, mas abriu espaço para dubladoras sem tanto tempo de experiência ainda como Nina Medeiros que interpretou Meilin, Maria Clara Rossi como Miriam, Raquel Carlotti como Priya e Manuela Macedo como Abby – pelo que pesquisei, seu primeiro trabalho na dublagem.
Entretanto a dublagem também contou com alguns star talents que até onde eu vi só foram divulgados após o lançamento do filme, estratégia interessante e diferente de outros estúdios como Universal e Illumination, que praticamente vendem suas versões brasileiras com os famosos na dublagem. Então, Flávia Alessandra, que já tinha dublado Os Incríveis 2 e Selvagem (The Wild, 2006), interpretou Ming, Rodrigo Lombardi, que já tem uma lista até que extensa de dublagens, interpretou Jin, e Ary Fontoura estreou na dublagem como Sr. Ghao. Os três se saíram muito bem, tanto que no início era difícil dizer de quem eram as vozes, mesmo percebendo que eram de star talents.
Se depois de toda essa enrolação você ainda está nesse texto, vamos falar sobre a história do longa, finalmente.
Como já mencionei anteriormente, é um filme de amadurecimento com uma puberdade mágica e que traz muitos assuntos pessoais de Domee Shi para a tela. Mei é uma personagem muito real, uma menina que foi educada desde cedo para ser a filha perfeita, tirar notas altas, ajudar os pais, não gostar de coisas “sujas” como as outras jovens e honrar a sua família. Ela quer fazer e ser tudo isso, mas também quer se divertir, se descobrir, gritar, dançar, ouvir música alta e honrar a si mesma. Não à toa ela é de um jeito com suas amigas e de outro jeito com sua família. Sua jornada vai ser então esse conflito sobre individualidade, muito parecido com Bao inclusive.
A história, além de amadurecimento e suas descobertas, também fala sobre como a família pode ser tóxica, como a procura por ser perfeita e agradar os pais pode te acompanhar pelo resto da vida, e da importância dos laços de amizade.
Não podemos esquecer que, além de adolescente, Mei é uma mulher, e existem muitas coisas bem definidas que são permitidas e proibidas para mulheres, que neste caso são representadas pela panda que sua família quer que ela esconda, mas que talvez ela não queira esconder, não queira ter vergonha nem medo desta parte de si mesma. Enquanto é exigido que mulheres sejam quietas, controladas, não levantem a voz, a personagem se vê presa a uma transformação visível, irrefreável e muito barulhenta que acontece sempre que ela tem emoções fortes e nessa fase da vida, TODAS as emoções são muito intensas, logo, aquela panda a acompanha bem de pertinho.
Este foi um aspecto que comecei não gostando no filme, e depois passei a gostar de como foi trabalhado. Temos muitas personagens femininas na cultura pop que tem poderes derivados de suas emoções, em geral poderes destrutivos, e para controlá-los elas precisam se suprimir e viver em guerra consigo mesmas o tempo inteiro, mas Mei rompe com isso: ela não quer uma guerra interna, ela quer se aceitar, deixar a fera sair.
Ela se permite sentir tudo que precisa ser sentido, relembrando um pouco do que aprendemos em Divertida Mente (Inside Out, 2015), de que está tudo bem sentir raiva ou tristeza, e que as emoções estão aí para serem sentidas, afinal de contas.
Para o lado mais biológico, também são abordadas de leve algumas questões sobre saúde e cuidado feminino – físico e psicológico – levadas de modo muito transparente na trama. É difícil se sentir peluda, barulhenta e espalhafatosa, ainda mais com as pessoas condenando você por isso, mas isso te ajuda a se conhecer e pode ser uma coisa boa.
Nisto, muito acabou me lembrando de Cruella (2021), inclusive, que tem um cabelo que não é aceito socialmente e precisa aprender a escondê-lo, até que em certo momento ela teve que escolher se seria a pessoa que aceitava ser usada, pisada e humilhada, ou escolher ser uma Cruella, que respondia às pessoas, que debochava, que era “louca.”
Depois da autodescoberta a relação de mãe e filha é o segundo ponto que mais move o filme. De início, me desagradou um pouco ter o clichê do pai mais de boa e a mãe megera, até eu entender que realmente é um assunto entre elas, tal como já retratado em Valente (Brave, 2012), mas de outro modo.
O nunca ser boa o suficiente, nunca conseguir deixar todo mundo feliz, acaba sendo algo geracional: Ming também está presa em várias questões com sua própria mãe e pessoas ao redor julgando como ela deve agir e ser como mãe. Então, ela acaba jogando em Mei expectativas que já foram jogadas para ela em algum momento, pressões que ficaram nela e ela espelha na própria filha. No fim, somos todes afetades pela história de nossas famílias, de um jeito ou de outro.
A amizade também é outro ponto muito importante, e tenho que admitir que chorei ambas as vezes que Nobody Like U toca, nos momentos mais fortes de amizade, e só conseguia me sentir feliz por Mei ter amigas tão boas.
O toque final, a cereja do bolo, são as referências aos anos 2000. Antes de saber que o filme se passaria nesse período de tempo, eu tive medo de não me conectar muito por não saber bem como é a adolescência de hoje em dia, mas depois de entender que estava em 2002 tudo virou minha zona de conforto e tive muitas lembranças: de gravar músicas em CD virgem, de acompanhar Rebelde e ler a Saga Crepúsculo. Muito parecido com a sensação de ler a HQ Arlindo, túnel do tempo total. Mais sobre essa nostalgia você pode conferir aqui no SMUPS que gravamos sobre o filme.
Inegavelmente assim como todas as pessoas que assistiram a esse filme, me apaixonei pelo 4☆Town. Parte das referências para a banda foram boybands dos anos 2000, como Backstreet Boys, de quem eles até pegam dancinhas emprestadas e O-Town, que claramente foi inspiração para o nome, mas também de grupos de k-pop mais recentes para trazer um ar de modernidade como BIGBANG e 2PM, de quem a diretora era fã na escola.
Venho aqui então enaltecer um pouco fora do tópico de atuações o desempenho de Jordan Fisher como Robaire, Grayson Villanueva como Tae Young, Josh Levy como Aaron Z., Topher Ngo como Aaron T. e Finneas O’Connel como Jesse. Todos igualmente jovens e talentosos, meu novo sonho se tornou ver os cinco em palco vestidos como as suas personagens performando as músicas. Algo fofo de se reparar também é como o membro da banda favorito de cada garota afeta alguns de seus gostos, como que para se sentirem mais perto dos ídolos.
E sim, caso você ainda não tenha percebido, temos mais um filme sem um vilão antropomorfizado, novamente fomos presenteades com uma obra que vem discutir as relações entre as pessoas, em especial em suas famílias.
Depois de me apaixonar por todas as personagens e por uma banda que sequer existe, agora acho que é obrigação moral da Pixar fazer curtas protagonizando cada uma das amigas de Mei e claro, um sobre o 4☆Town.
Concluindo, com mais um filme muito pessoal e dessa vez ousado até o limite, a Pixar parece estar se recuperando de algumas quedas e, pelo menos em minha opinião, volta a se consolidar como um dos maiores estúdios de animação que temos, além de revelar o nome de Domee Shi para o mundo em grande estilo.
Red: Crescer é Uma Fera e o documentário Abrace o Panda estão disponíveis no Disney+ sem custo adicional para assinantes.
Resta agora saber qual será o próximo grupo étnico que vai ter seus problemas familiares e pessoais expostos pela Disney/Pixar em uma animação.
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Bacharel em Cinema e Audiovisual, roteirista, escritora, animadora, otaku, potterhead e parte de muitos outros fandoms. Tem mais livros do que pode guardar e entre seus amigos é a louca das animações, da dublagem e da Turma da Mônica. Também produz conteúdo para o seu canal Milady Sara e para o Cultura da Ação TV.