Percy Jackson e os Olimpianos – 1×08: A profecia se cumpre [Season Finale]

Imagem: Disney+/ Divulgação

Caso tenha perdido, temos textos sobre os outros sete episódios da série do Percy Jackson!

Sem confirmação de renovação, apesar de sabermos que os números foram bons nessa primeira temporada, chegamos ao episódio final depois de algumas semanas acompanhando essa série tão aguardada.

Avisos importantes!

Eu estou escrevendo estes textos conforme os episódios são lançados. Então se eu apontar ou perguntar algo aqui que é abordado ou respondido em um episódio mais à frente, lembre que no momento da escrita deste texto eu não tinha como saber que isso aconteceria.

Durante o texto vou discutir o que pode/vai vir nos próximos episódios da série, então ele pode conter alguns spoilers do primeiro livro da série literária e da própria série.


O oitavo e último episódio da temporada leva o título do vigésimo segundo capítulo de O Ladrão de Raios e adapta do restante do capítulo 20 até o capítulo 22, que encerra o livro. Foi dirigido por Jet Wikilson, que dirigiu o quinto e o sexto episódios. A princípio me pareceu uma boa escolha, já que até agora ela foi a diretora que mais deixou o elenco brilhar e soube trabalhar as emoções das personagens. Por ser o season finale, já é de se imaginar que teríamos muitas emoções pela frente. Como esperado, o episódio é dedicado a Lance Reddick, que faleceu subitamente antes da série estrear. Nas palavras de Rick Riordan, “vamos pensar que o Monte Olimpo simplesmente precisava de seu rei.”

Assisti ao episódio duas vezes, uma vez dublado e outra legendado. Mais uma vez um ótimo trabalho que, nesse último episódio, pôde contar com o acréscimo de Wellington Lima para dar ainda mais poder e força à Zeus.

O episódio já começa fazendo um paralelo direto com a narração inicial do primeiro. Dessa vez com Luke (Charlie Bushnell) falando “olha, você não pediu para ser um meio-sangue”, completando muito bem esse ciclo que foi a adaptação do primeiro livro. Nosso trio, Percy (Walker Scobell), Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri), estavam na praia de frente para Ares (Adam Copeland), que parecia preparado para uma briga, quando entra um flashback de algo que eu senti falta no segundo episódio: um treino de esgrima entre Percy e Luke. Gosto da cena, das cores dela, e apesar de achar que ela tem muitos cortes, a luta me pareceu bem coreografada. Para além de como usar uma espada, Luke também estava ensinando a Percy uma lição sobre o que significa ser um semideus.

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De volta ao presente, o filho de Poseidon desafia o deus da guerra para um combate individual, o que surpreendeu a todo mundo que estava ali. Mas ele pretendia usar as regras dos deuses contra eles. Ares, caótico como é, achou a situação hilária até que Percy começou a provocá-lo, falando como ele não planejou nada e na verdade foi influenciado por Cronos. O que espantou Annabeth, que estava por fora das últimas fofocas vindas diretamente do Mundo Inferior. Deixando seu adversário devidamente furioso – o modo como os lábios de Adam Copelando tremeram de raiva do menino foi muito bom – era hora de começar a briga. A luta, assim como o treino com Luke, me parece ter um excesso de cortes, mas ser bem coreografa. Eu gostaria apenas que fosse um pouco mais longa e tivéssemos mais espadas se chocando. Para finalizar o combate, Percy invocou uma onda que vimos se formando no canto da tela até cair em cima do adversário. O que abriu uma oportunidade para que ele conseguisse fazer um corte que tirasse icor, o sangue dos deuses, de Ares. 

Combate vencido e inimigo adquirido, Ares foi embora revelando sua forma verdadeira – o que poderia ter matado as crianças se não desviassem o olhar – e deixando para trás o Elmo das Trevas. Foi então que Percy percebeu  que não estavam em Santa Mônica, mas sim em Montauk, de volta a Nova York, no chalé onde ele costumava ficar com sua mãe. Um modo inteligente do roteiro economizar o tempo da volta para casa. Ao mesmo tempo, algo significativo para a história, já que foi ali que a mãe e o pai de Percy se conheceram. É um lugar especial. Dentro da cabana, ouvimos um rádio falando sobre mudanças climáticas estranhas causadas pela guerra entre Zeus e Poseidon. Não temos nada que indique isso acontecendo lá fora, mas, pelo menos, temos mencionado que tinha algo acontecendo em algum lugar.

Lá dentro também encontramos Alecto (Megan Mullally) que, agora ficou claro, esteve tentando recuperar o elmo de seu patrão esse tempo todo. Percy entregou o elmo esperando que o acordo fosse cumprido e até soltou forçadamente um “por favor” para a Fúria, que saiu desejando boa sorte no Monte Olimpo. Grover e Annabeth eram contra o garoto ir sozinho, mas agora ele entendia que, independente da missão, ele precisava impedir aquela guerra de acontecer. Senão tudo só ficaria pior (além de avisar sobre Cronos e o que ele fez). Ele pediu para que cuidassem de Clarisse (Dior Goodjohn) no acampamento. No entanto, Annabeth estava mais preocupada com ele por ter certeza que Zeus iria matá-lo. Mas Percy não ia recuar. Então ela o emprestou seu colar do acampamento, ao que Grover sugeriu que poderiam resolver a situação com um e-mail, mas “qual a glória nisso?”

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Logo, Percy estava no Empire State Building, onde eu acho que deveria estar um caos pela guerra, dando a carteirada do raio-mestre para ter sua entrada no Olimpo liberada. Funcionou. Ele chegou ao Olimpo, uma imensa e linda cidade para deuses, entidades e outros seres mágicos. Porém, tudo estava vazio, afinal estavam em guerra e provavelmente a equipe de efeitos precisou cortar alguns custos. A lembrança com Luke voltou, onde os dois estavam falando sobre deuses estarem presos a regras e os semideuses serem a chave para violar essas regras, o que os tornaria superiores. Contudo, revelando o medo de aranhas de Annabeth, ele deu um valioso ensinamento: não seja pequeno e assustador ao mesmo tempo, ou será esmagado. 

Com isso em mente (ou não) Percy subiu muitas e muitas escadas até chegar a um pátio com doze tronos de pedra, três em formatos diferentes dos demais e um claramente maior e mais suntuoso do que os outros, com um homem sentado nele. Preciso dizer que toda essa cena consegue ser muito mais interessante e emocionante do que no livro, onde já é muito boa. Tentando ao máximo ser respeitoso, nosso herói ofereceu o raio-mestre, que vibrava devido à proximidade com seu mestre, a Zeus (Lance Reddick) e explicou toda a situação para ele. Porém, orgulhoso e egocêntrico, o rei dos deuses não se impressionou com a informação, já que é isso que olimpianos fazem: fogem, tramam e lutam. Mas, teimoso como nosso garoto é, ele não se deu por satisfeito e queria que Zeus parasse a guerra. Mas, só uma coisa faria o deus parar: vitória. Percy então começou a jogar verdades e fragilidades daquele panteão na cara do tio. E isso teria levado a sua morte se Poseidon (Toby Stephens) não tivesse aparecido para segurar o irmão e se render a ele. Os dois deuses tiveram uma breve conversa em grego antigo para saber quem mais estava sabendo sobre Cronos e, bom… Todo mundo já estava sabendo. Menos uma notícia para dar na futura reunião, pelo menos. Com o desejo de nunca mais ver Percy, Zeus desapareceu deixando pai e filho sozinhos pela primeira vez em suas vidas.

Eu não esperava, mas foi um momento emocionante, especialmente por terem mantido o diálogo maravilhoso em que Poseidon fala sobre Percy não ser obediente e isso ser sua culpa, já que o mar não pode ser contido. A conversa dos dois obviamente acabou sendo sobre Sally, e é finalizada com uma troca de olhares intensa após Percy ter perguntado se seu pai sonhava com sua mãe, antes de ser mandado de volta ao Acampamento Meio-Sangue. Então tivemos um plano muito bonito e significativo, em que Percy encarou o Pinheiro de Thalia, as duas últimas crianças proibidas, frente a frente, com destinos tão diferentes. 

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Nos chalés, nosso herói foi recebido com aplausos e um abraço carinhoso de Annabeth, antes de perceber que Clarisse não estava nada surpresa – nem empolgada com a chegada dele. Pouco depois, com Annabeth e Luke, foi explicado que, sem provas contra a filha de Ares, seria como explodir o barril de pólvora que tinha se tornado o lugar com a guerra iminente, mas, mais tarde, resolveriam isso falando com Quíron, enquanto o resto dos campistas celebrava. E assim foi, mais tarde, enquanto soltavam fogos de artifício, que Percy e Luke adentraram na floresta. Acho que aqui faz falta dizer que essa celebração não era apenas pelo sucesso de Percy em uma missão difícil, mas também porque fazia dois anos que ninguém saía em missão. Não desde que Luke saiu em uma, onde ganhou sua cicatriz.

Os dois repassaram o que a profecia dizia – o que eu já fiz no texto sobre o episódio anterior – e chegaram ao ponto que incomodava Percy, a parte da traição. E então foi feita a revelação, Clarisse não estava presa porque Luke não falara nada com Quíron, porque ele era o ladrão de raios. Achei a cena da revelação boa, muito bem dirigida e atuada, mas desde 2010 eu sei desse plot twist, então não tenho certeza do quanto foi inesperado ou impactante. Vou precisar falar com pessoas que apenas assistiram a série para saber suas opiniões. Parece óbvio quando se para para pensar, o filho do deus dos ladrões era o ladrão.

Luke fez seu discurso de vilão contando que ele não queria trair ninguém, queria recrutar. Para sua causa, a causa de Cronos, se vingar contra os deuses e restaurar o poder do Titã. No livro é levemente diferente, Luke fala sobre querer uma era de semideuses, não necessariamente a de Cronos de volta e não é descoberto por Percy. Ele faz uma emboscada para revelar tudo. Para tentar convencer, ele mostrou Mordecostas, uma espada capaz de abrir caminhos secretos e feita de dois metais, bronze celestial e aço temperado, para matar mortais e imortais. Ao tentar dialogar, Percy cometeu o erro de mencionar Hermes, o que irritou Luke e fez os dois entrarem em combate. Percy conseguiu acertar um corte, o que deixou Luke com mais raiva, afinal, era o aluno superando o mestre. Antes que algo de pior acontecesse, Annabeth se revelou, mas Luke não lutaria com sua irmãzinha, então fugiu.

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Passado algum tempo, Percy estava arrumando sua bolsa quando Quíron (Glynn Turman) o chamou para conversar. Ele estava preocupado com o recrutamento de Luke, já que além de ótimos argumentos, Cronos pode ser bem persuasivo. Algo que ele sabe bem, sendo filho do Titã, apesar de não ser um deus. Fora que Percy agora era importante, um novo símbolo para semideuses. Sr. D (Jason Mantzoukas) apareceu brevemente para dar o ar de sua graça e de personalidade maravilhosa. até estarmos novamente no pinheiro, nosso trio se despediu com novos objetivos. Annabeth ia tentar reatar laços com seu pai, Grover conseguiu sua licença de buscador e pretendia começar procurando pelos oceanos, e Percy esperava poder encontrar todos ali novamente no ano seguinte. Eu também, Percy, eu também. 

De volta ao chalé em Montauk, Percy reencontrou Sally (Virginia Kull) em um momento fofo e emocionante. Mas, na verdade, era um sonho onde Cronos (Nick Boraine) apareceu e pudemos vê-lo um pouco mais de perto. Apesar de que, nada muito além de uma barba e muitos trapos pudessem ser vistos. Mesmo o provocando, Percy não irritou o velho, que afirmou que o garoto estar vivo, é a chave para seu retorno. Acordando, algum tempo parece ter se passado. Percy esteve vivendo só com Sally. Ele agora tem um quarto de verdade, mas ainda vem sofrendo com pesadelos. Mas isso não importe muito para ele, já que está vivendo seu sonho, com direito a panquecas azuis cobertas de mirtilo. E finaliza com um chamado para possíveis semideuses que possam estar ouvindo, enquanto saiu para o primeiro dia de aula com sua mãe. E, por que não dizer, com seu pai também, já que estava chovendo.

Na cena pós créditos tivemos Gabe (Timm Sharp) abaladíssimo com o divórcio e destilando todo seu veneno no telefone com o advogado. Ele não dura muito já que, abrindo a correspondência alheia, acabou abrindo um pacote bem afrontoso que estava sendo devolvido ao remetente. Gabe encontra seu fim ao se tornar pedra.

Imagem: Disney+/ Divulgação

Vários elementos e informações ficaram de fora no fim das contas. A maioria pode, sim, ser encaixada em temporadas futuras sem prejudicar o entendimento. Mas, muitos, eu acho que mereciam estar aqui, já que a tendência é diversos conceitos se complicarem e outros teriam potencializado cenas que vimos. Algumas coisa eu só não entendo não terem entrado, como o nome da espada de Percy e revelar de onde ela veio. São só detalhes, mas que seria ótimo pra enriquecer o universo como outras informações deixadas de fora. Como o significado das contas nos colares, ou da comida azul, ou de Sally ter se casado com Gabe.

No geral, acho que foi um episódio tão redondo e bem amarrado quando o anterior. Sem muitas pontas soltas e sendo, na verdade, bem satisfatório. Mas sinto que foi perdendo força conforme os minutos passavam. A trilha sonora novamente faz tudo e mais um pouco, mas acompanhada da direção mais assertiva, conseguiu nos fazer passear por alguns sentimentos. Eu quase chorei nesse episódio. Apesar de ter gostado muito de alguns anteriores, nada assim tinha acontecido ainda. A fotografia também trouxe mais cor e vida para esse mundo, finalmente. O que contribui para o tom positivo que fica. Ao final foi um episódio gostoso de assistir. Apesar de não ter sido a temporada dos meus sonhos e, assim como muitas pessoas, ter várias críticas a vários elementos, eu me diverti. Foi ótimo acompanhar esse garoto loirinho e espero mesmo que tenhamos notícias de renovação em breve. Afinal, como fã, eu quero que a série continue e vá melhorando. Até porque, ainda temos muitas personagens maravilhosas esperando para aparecem na telinha e inspirarem crianças mundo afora.

Vale lembrar que, em preparação para a série, também tivemos textos sobre o primeiro livro de Percy Jackson e os Olimpianos, e suas adaptações: o filme de 2010 e a graphic novel.

Mas ainda não acabou! Nos vemos no texto sobre a temporada de um modo geral para fazer um balanço da série como um todo até agora!


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