O Ladrão de Raios: A Graphic Novel – Interessante, mas sem graça

Eu sempre soube da existência das adaptações em quadrinhos de Percy Jackson e os Olimpianos, mas só agora, fazendo parte da nossa cobertura de conteúdos em preparação para a série, é que me motivei para começar a ler. Não que ter a oportunidade de ver as personagens do livro em um traço que não seja o de John Rocco – ilustrador oficial da série literária – que com todo respeito, faz desenhos meio… fracos de feição -, não tenha sido motivação suficiente.

A adaptação de Robert Venditti é ok, seguindo praticamente a risca a cronologia, as descrições e os diálogos do livro O Ladrão de Raios. Alguns eventos são resumidos e outros completamente cortados ou modificados, mas a história consegue encontrar soluções para isso, por mais que acabe perdendo elementos e cenas interessantes. O desenvolvimento de personagens também é prejudicado e quase não nos envolvemos com elus.

Os desenhos de Attila Futaki são interessantes, seu traço é realista – lembrando um pouco o traço de algumas edições de Sandman – o que ajuda a aproximar o mundo dos olimpianos do nosso, as personagens seguem as descrições do livro, mas as crianças de 12 anos parecem ter 20 e Luke, com seus 16/17, parece um homem de 40 anos. Seus cenários não são muito inspirados e ele não tem muita criatividade para criar impacto nas cenas, tirando a apresentação de Ares, todas as outras personagens só aparecem como se fossem desimportantes, Annabeth, por exemplo, quando aparece pela primeira vez, é desenhada de costas. Sem falar de uma falta de habilidade com cenas de ação, elas acabam sendo difíceis de entender e um pouco ruins.

Infelizmente José Vilarrubia também investe em uma pegada realista e pouco saturada para suas cores, deixando tudo meio chato, normalzinho, sem destaque e sem valorizar os desenhos.

Fora que a construção de tudo parece ser prejudicada por um limite de páginas, o verdadeiro problema, que força a narrativa a ser mais apressada, ter poucos quadros em momentos que mereciam mais, passagens de tempo fracas e pouco espaço para lutas. Assim, a cena do ônibus fica subentendida, Medusa e o parque de diversões são cortados, assim como o que acontece dentro do caminhão que leva o trio para Las Vegas.

A graphic novel não é terrível, mas é bem rasa e pouco empolgante, porém serve para ter uma visão mais dinâmica da história e apresentá-la para quem tem mais dificuldade com livros e ganhou uma nova capa em comemoração ao lançamento da série.

Vale lembrar que em preparação para a série, também tivemos textos sobre o primeiro livro de Percy Jackson e os Olimpianos, e sua adaptação para o cinema e estamos fazendo uma cobertura semanal da série.


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