Amor e Anarquia – Às vezes a vida precisa de uma bagunça

Uma consultora editorial contratada por uma Editora literária para atualizar os negócios da empresa, levando-a para o mercado digital. Sofie (Ida Lengvoll) é uma mulher de aproximadamente 40 anos, casada e com dois filhos. Profissionalmente bem sucedida chega à Editora Lund & Langerstedt, fazendo mudanças para evitar que ela vá à falência. Sofie tem muita autonomia e a confiança de seu chefe Rony (Björn Kjellman), um dos sócios da empresa. Max (Björn Mosten), um jovem de 20 e poucos anos, é o Técnico de Informática, contratado temporariamente pela Editora. Os dois, de cara não se dão muito bem. Depois, acabam criando um jogo de desafios que torna o ambiente de trabalho mais divertido. As situações geram risadas gostosas em nós, espectadores. O trabalho, que por vezes tem situações complicadas de lidar, acaba se tornando um escape para as vidas de ambos. Sophie tem uma relação por vezes submissa ao marido Johan (Johannes Bah Kuhnke), em casa. E seu pai (Lars Väringer) costuma lhe dar trabalho. As brincadeiras entre ela e Max, trazem leveza ao dia a dia.

Tudo isso tem a Editora como principal cenário e, com ela, tudo o que envolve o mercado literário: Autores, adaptações para o cinema, lançamentos de livros, eventos e etc. Todos os personagens apresentados têm contribuição importante para a trama e trazem em suas personalidades, apresentadas no decorrer dos episódios, o drama e a comédia necessários para o desenvolvimento da estória. Eles são bastante críveis. Além da dificuldade com a Editora, a série traz como problema o casamento de Sofie. Assim, vida pessoal e profissional dessa mulher, embora separadas (pelo menos a princípio), acabam sendo atravessadas uma pela outra e diretamente afetadas. A relação entre Sofie e Max, pode passar de apenas um jogo.

Amor e Anarquia (Love & Anarchy, 2020 -) é uma série sueca, escrita e dirigida por Lisa Langseth e recém lançada na Netflix. Lisa é roteirista e diretora de origem sueca e tem entre sua filmografia obras como Euforia (Euphoria, 2017) e Hotel Terapêutico (Hotell, 2013), coincidentemente protagonizadas por Alicia Vikander (atriz de origem também sueca). É possível perceber em suas obras, a predileção por protagonistas femininas com questões profundas. Geralmente escreve dramas. Em Amor e Anarquia traz as questões íntimas da protagonista, Sofie, mas ao mesmo tempo quebra qualquer tensão com situações hilárias que trazem leveza à série. Eu a vi em um dia! Se você der o play, provavelmente vai ver rapidinho também. Pelo final da estória, tudo indica que terá uma segunda temporada. Eu torço que sim! E enquanto não vem, sugiro conferir outras obras da autora também.


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