Após Maze Runner: Correr ou Morrer (The Maze Runner, 2014) e Maze Runner: Prova de Fogo (Maze Runner: The Scorch Trials, 2015), Maze Runner: A Cura Mortal (Maze Runner: The Death Cure, 2018) chega aos cinemas após uma paralisação por conta do acidente quase fatal que Dylan O’Brien sofreu durante as gravações, o que atrasou o lançamento do filme.
Blockbusters baseados em distopias adolescentes viraram uma forte aposta em Hollywood depois do lançamento da franquia Jogos Vorazes. Divergente e Maze Runner surgiram e, embora Divergente tenha amargado nas vendas e talvez não tenha seu final realizado, Maze Runner conseguiu resistir e teve sua conclusão dirigida por Wes Ball. E agradeço pela sensatez de não dividir o final em duas partes.
A sequência inicial já entrega o que o filme vai ser: um espetáculo de efeitos e cenas de ação em que você vê os personagens em situações nas quais não possuem saída, porém sempre surgindo um deus ex machina pra salvar tudo. Isso é um problema? Não dentro do gênero. Mas incomoda quando esse artifício é usado desmedidamente durante duas horas e meia de filme.
Com um universo estabelecido nos dois primeiros filmes, nessa obra acompanhamos Thomas (Dylan O’Brien) e alguns clareanos em busca de salvar e resgatar Minho (Ki Hong Lee) que está sendo usado como fonte para experimentos na sede governada por Cruel. O enredo em si não apresenta nada de inovador que já não tenha sido produzido por Hollywood e o diretor Wes Ball parece estar satisfeito em produzir um filme blockbuster sem grandes pretensões.
Acredito que o grande ponto positivo desse filme é a agilidade com a qual a história é contada, passando assim a ideia de que ele possui uma continuidade narrativa fluida sem perder tempo com situações que não serviriam para o enredo. Outro fator que é característico dos blockbusters e bem utilizado no Maze Runner, é a presença de falas que servem apenas para contar algo que já foi dado nos filmes anteriores ou para explicar a história. O que incomoda, mas funciona muito bem para situar espectadores que não tenham visto os anteriores e querem apenas se divertir com um filme de ação genérico.
Embora dê para sacar que os protagonistas vão sempre se safar não importa o quanto ferrenhamente fodidos eles estejam, as cenas de ação conseguem empolgar e manter o interesse pelo que está acontecendo e a trilha é muito usada para conduzir emocionalmente o espectador.
Nesse filme temos um desenvolvimento um pouco maior das personagens Teresa (Kaya Scodelario) e Janson (Aidan Gillen), porém o filme carece de melhor desenvolvimento dos conflitos de uma forma geral. Fiquei com a sensação de não entender alguns personagens, o que é o grande risco de uma trama com um elenco numeroso.
No Geral, é um prato cheio para quem gosta do cinema hollywoodiano de fórmula pronta. Maze Runner – A Cura Mortal não é um filme ruim, ele entrega pro espectador aquilo que ele promete. Sendo assim, mais do mesmo.
Estudante de cinema, fotógrafo de momentos, tenta escrever e as vezes consegue. Se identifica com o cinema queer, ama musicais e perde mais tempo fazendo listas de filmes do que vendo-os.