Quantos filmes protagonizados por pessoas trans você já assistiu? Com os debates sobre representatividade e trans fake avançando, a resposta pode ser um pouco mais satisfatória que o esperado. Porém, quantos deles foram dirigidos, roteirizados e/ou produzidos por pessoas trans? É importante que ocupemos os espaços que desejamos no audiovisual, seja a frente das câmeras ou em posições de idealização e realização como direção, arte, roteiro, produção e outros.
Em janeiro, mês da visibilidade trans, o Veja Mulheres traz indicações de cinco obras dirigidas por mulheres trans e travestis. Estas obras passeiam por uma pluralidade de gêneros e narrativas, indo do drama, ao experimental e ao horror, mostrando o potencial e a diversidade de narrativas feitas por pessoas trans!!
Desejamos com essa lista não apenas o consumo das obras citadas, como instigar o consumo e pesquisa de mais obras criadas por pessoas trans.
Drunktown’s Finest
(2014)
Direção: Sydney Freeland
O filme foca na vida de três jovens criados em uma comunidade navajo do Novo México: Sick Boy (Jeremiah Bitsui), que se alistou no Exército para sustentar sua família, mas corre o risco de ser expulso antes do treinamento básico; Nizhoni (Morningstar Angeline), que foi adotada por pais brancos e passou a maior parte de sua adolescência em escolas particulares distantes e Felixia (Carmen Moore), uma transexual que leva uma vida dupla enquanto vive com seus avós tradicionais na reserva.
Onde assistir: –
Dark Money
(2018)
Diroeçã: Kimberly Reed
As contribuições de “dinheiro sombrio”, tornadas possíveis por decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, inundam as eleições americanas modernas – mas Montana está mostrando a Washington D.C. como resolver o problema do dinheiro anônimo ilimitado na política.
Onde assistir: –
Rodson ou (onde o sol não tem dó)
(2020)
Direção: Clara Chroma, Cleyton Xavier e Orlok Sombra
Rodson ou (Onde o Sol não tem Dó) é uma distopia experimental situada nos anos 3000, onde arte é crime e a sociedade é dominada pelo opressor governo Anarcocrenty. Neste contexto acompanhamos Rodson em sua jornada para ser tocador de sintetizador experimental. A obra conta com uma direção de arte e montagem com muita personalidade, regida por uma trilha sonora que lhe transporta para o universo distópico apresentado.
Onde assistir: EmbaúbaPlay
We’re All Going to the World’s Fair
(2021)
Direção: Jane Schoenbrun
Sozinha em seu quarto no sótão, a adolescente Casey (Anna Cobb) fica imersa em um RPG online de terror, onde começa a documentar as mudanças que podem ou não estar acontecendo com ela. Em We’re All Going to the World’s Fair, a diretora Jane Schoenbrun reinventa o coming-of-age trazendo este estilo narrativo para o horror.
Onde assistir: –
Terra Ausente
(2018)
Direção: Noá Bonoba
Encontros induzidos por forças externas. Mundo em ruínas. Aqui, quem vos fala, não é mais o humano. É o que restou dele.
Assista ao filme completo aqui:
Esta lista foi uma colaboração entre Rafa Sousa e Eric Magda.
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Travesti não binária, artista multilinguagens e gastronoma com foco na cultura alimentar cearense. Desde criança encontrou na fantasia e no horror espaços de fuga de uma dura realidade e hoje, enquanto escritora e produtora audiovisual, busca contar narrativas sobre transgeneridade. Assina a direção e montagem do curta Ordem das Magnólias e de suas performances como a drag queer YÜMMY, além outros trabalhos com figurino, produção de trilha sonora e pós produção.