VEJA MULHERES – 5 filmes dirigidos por mulheres para ver em Maio

Freddy Krueger, Chucky, Ghostfaces, Michael Myers… o cinema de horror hollywoodiano marcou para sempre a cultura pop com seus personagens mais marcantes e suas narrativas que propõe um tipo bem diferente de fazer cinema. Porém, para nossa felicidade, nem só de Hollywood vive o cinema, seja no Japão, um exímio contador de histórias de fantasmas, ou na França com seu terror cru e visceral, ao redor do mundo as monstruosidades do gênero ganham novas caras.

O Brasil, apesar de não ser devidamente reconhecido por isso, produz obras primorosas de terror. Da década de 2010 para a atualidade, o cenário vem apresentando mudanças otimistas. As obras de terror têm ganhado espaço em premiações e mostras nacionais e internacionais, conquistando espaço nos streamings, especialmente em formato de séries.

O cinema de horror brasileiro é marcado por mesclar ficção e realidade, denunciando os horrores sociais que vivemos. Contando histórias sobre conservadorismo religioso, maternidade, desigualdades sociais e de gênero e outros temas, o Brasil começa a ser reconhecido como uma possível potência do horror e o melhor de tudo, com mulheres à frente desse movimento! 

Por isso, compartilho essa lista de cinco obras de horror nacionais contemporâneas dirigida por mulheres!


Mate-me Por Favor

(2015)

Direção: Anita Rocha da Silveira

Resisti muito ao impulso de trazer Medusa (2021) para representar Anita Rocha da Silveira, mas, pensando em trazer variedade temática para a lista, optei pelo excelente longa-metragem de estreia da diretora. 

Mate-me Por Favor é um coming of age de suspense/terror situado no Rio, onde uma série de assassinatos de jovens acontecem na Barra da Tijuca. Esses acontecimentos despertam uma curiosidade mórbida em um grupo de amigos, mas essa ingênua curiosidade cresce de forma preocupante, transformando suas vidas. Em uma trama envolvente e densa, Anita traz debates sobre adolescência, crescimento e insegurança pública.

Onde assistir: Netflix


Raquel 1:1

(2022)

Direção: Mariana Bastos

Raquel (Valentina Herszage), uma jovem religiosa, retorna a casa de seu pai no interior. Logo em sua chegada ela se vê de frente a um misterioso acontecimento que a jovem interpreta como um chamado divino. Raquel mergulha nessa suposta missão e no caminho se depara com uma percepção do seu passado traumático.

Mariana Bastos entrelaça fanatismo religioso e misoginia em uma obra de tirar o fôlego! Disruptivo e corajoso, Raquel 1:1 é um filme que certamente será lembrado como um clássico moderno do gênero.

Onde assistir: –


As Boas Maneiras

(2017)

Direção: Juliana Rojas

Clara (Isabél Zuaa), uma enfermeira desempregada, começa a trabalhar como babá para Ana (Marjorie Estiano), uma mulher rica e solitária. Ao decorrer da gravidez conturbada de Ana as duas desenvolvem um laço muito forte, íntimo e afetivo. Quando a lua cheia traz o nascimento do filho de Ana, um lobisomem, Clara enfrenta a missão de cuidar do bebê. 

As Boas Maneiras sem dúvidas já é uma das obras mais marcantes do nosso cinema brasileiro, digo isso de forma geral, não apenas no terror. Uma obra visceral, com momentos que beiram o surreal com um ponto de vista peculiar sobre maternidade.

O único ponto negativo que gostaria de ressaltar nessa obra é a falta de desenvolvimento de Clara, que cai no clichê racista da empregada que parece existir somente em função da família. Todo o arco narrativo de Clara levanta questões de representatividade racial no audiovisual brasileiro que precisam ser ouvidas e mudadas.

Onde assistir: Netflix


A Casa de Cecília

(2015)

Direção: Clarissa Appelt

Uma criança, órfã de mãe, abandonada sozinha em um casarão pelo pai que está em uma viagem. É assim que encontramos Cecília (Carol Pita) no começo do filme. Assustada, solitária, em uma casa cujo grande número de cômodos só enfatiza sua solidão. Isso muda com a chegada de Lorena (Tainá Medina), uma criança misteriosa que invade a casa achando que ela estava abandonada. Além da companhia, Lorena trará muitos questionamentos para Cecília.

Assim Clarissa Appelt, aos 26 anos, lança seu primeiro longa. Ao contrário dos demais da lista, A Casa de Cecília tem um ritmo mais lento, quase arrastado eu diria, o terror se faz presente de uma maneira mais introspectiva e menos óbvia, mas vale a pena conferir esta obra independente que foi uma das primeiras nessa onda de “renascimento” do horror nacional.

Onde assistir: –


A Sombra do Pai

(2019)

Direção: Gabriela Amaral Almeida

Dalva (Nina Medeiros) tem uma relação muito conturbada com seu pai Jorge (Julio Machado). Além de lidar com a morte da mãe, a jovem precisa assumir um papel de responsabilidade nada condizente com sua idade quando seu pai adoece após um acidente de trabalho. 

Após o aclamado O Animal Cordial (2017), Gabriela Amaral Almeida retorna com esse longa de terror sufocante com pitadas de fantasia e drama. Além de trabalhar mais uma vez com questões sobre classe e trabalho, ela aborda através da fantasia uma realidade muito recorrente sobre crianças que se veem usurpadas de suas infâncias e obrigadas a tomar responsabilidades cedo demais.

Onde assistir: Prime Video


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