Planeta dos Macacos: O Reinado – Dando continuidade ao legado de César e Andy Serkis

Sabendo de toda a fama em cima da história de Planeta dos Macacos – o clássico do final dos anos 60 -, quando foi anunciado a criação de uma nova franquia que explicasse a origem do que sucedeu aquele universo, a hesitação dos fãs era totalmente compreensível, no entanto, Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes, 2011) não decepcionou em ser o pontapé dessa história e este novo Planeta dos Macacos: O Reinado (Kingdom of the Planet of the Apes, 2024) manteve o legado com a mesma qualidade. 

No segundo filme dessa nova saga, Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, 2014), começa a ser trabalhado com mais afinco os ideais propagados pelos líderes desse povo. Principalmente: “Macacos juntos fortes” e “Macaco não mata macaco”, e em como essa nova sociedade, formada em poucas décadas, se organizava dentro dessas novas ideias e leis. A partir disso se criou a guerra de Caeser (Andy Serkis) contra Koba (Toby Kebbell), e no terceiro filme da nova franquia, Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, 2017), após a propagação do vírus em humanos, a guerra contra o Coronel (Woody Harrelson), pois os humanos contaminados perdiam a habilidade de racionalizar e falar, enquanto macacos desenvolveram em si, cada vez mais comportamentos humanoides, como a fala. Infelizmente, esse último conflito acabou com a despedida do líder Caesar, que deixou um lar seguro para o seu povo. 

O Reinado inicia algumas gerações depois desse momento, mostrando um clã que tem como maior característica a relação com aves, sendo um ritual para a vida adulta tanto a conquista do ovo, o cocar e o treinamento desse pássaro, no entanto, esse povo é atacado por um outro grupo de macacos que demonstra manter a ideologia que Caeser criou. Então a história segue uma trajetória de vingança e caçada, quando uma humana demonstra ter mais inteligência que o esperado após a propagação do vírus. Noa (Owen Teague), filho do Mestre dos Pássaros, embarca em recuperar o seu povo, mas também em entender o que foi que esse primeiro macaco criou no passado. 

Como disse antes, Planeta dos Macacos: O Reinado não falha em nada tanto como filme individual, quanto continuação desse universo. A escolha de enredo foi muito perspicaz, pois com o passar das gerações os ideais sempre se modificam e são moldados por aqueles que estão no poder, isso acontece na história humana e não foi diferente no mundo dos macacos. E sendo uma pessoa que ainda não assistiu os filmes antigos, esse – para além dos anteriores -, me deixou ainda mais curioso para conhecer o futuro dessa saga. 

Definitivamente esse filme carrega com muita responsabilidade o legado que Andy Serkis, mesmo Owen Teague não tendo uma trajetória longa no cinema, tendo como principais longas apenas It: A Coisa (It, 2017) e It: Capítulo Dois (It Chapter Two, 2019), ele tem uma sutileza na interpretação dessa nova geração de macacos, com a curiosidade do passado que não se conecta mais e a força de mudar tudo. Freya Allan também, como principal humana desse universo, traz uma atuação mais sutil e silenciosa, mas tão forte quanto qualquer outra. Esse é um filme que abre portas para que acompanhemos o mundo que há muito deixou de ser dos humanos e estimula a curiosidade para tirar a poeira do VHS de Planeta dos Macacos de 1968 e assistir.


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