Nesta 33ª edição do Cine Ceará fomos apresentados ao episódio piloto de uma série de animação local, Alba e os Fantasmas que vem com uma proposta um tanto ousada, apresentar temas espirituais e filosóficos para crianças, criada por Neil Armstrong e Caroline Treigher.
O estúdio Lunart, responsável pela animação, já é conhecido na área, tendo sua outra série de animação Astrobaldo (2017) disponível no Amazon Prime Video e sido exibida nos canais pagos ZooMoo Kids e TV Brasil e está atualmente disponível no Claro TV+ e no Tamanduá TV.
O primeiro episódio, intitulado Todo Mundo Tem um Anjo, nos apresenta Alba e nos introduz a como se dará a série. Conhecemos seu ambiente familiar e ela conhece seu primeiro “fantasma” ou “anjo da guarda”, Miguel, que fica um pouco para a interpretação se ele se trata de um espírito realmente ou um amigo imaginário, mas o principal é estabelecido, ele é a boa influência na vida de Alba, que a ensina a superar seu medo de escuro mostrando que está tudo na sua imaginação e dá os primeiros passos para ajuda-la a superar seu medo de cachorros.
Pelo que pesquisei, existe a ideia de se trazer em episódios futuros um fantasma recorrente que seria a “má influência” na vida de Alba, que a incentivaria a fazer coisas erradas, o que é interessante para gerar situações de aprendizado e debate sobre comportamentos, sem se ater somente na história da criança que já é boa, sempre faz tudo certo e está apenas aprendendo novos conceitos, mas de um ser humano que vai cometer erros e vai aprender com eles.
A animação é simples, assim como o design de personagens, mas compensa sendo colorida e dinâmica, sabendo ser divertida além de educativa, tendo um ótimo timing cômico e dando possibilidades fantasiosas para a narrativa não ficar apenas no apartamento onde a criança mora e explorar outras possibilidades de cenário. E a personagem da mãe também funciona como uma voz da sabedoria, com tato na hora de falar e lidar com os temas abordados.
Apesar da menção da mãe ao arcanjo Miguel quando Alba fala sobre seu novo amigo, fica entendido que a série não vai tratar de alguma doutrina e/ou religiosidade em específico, o que chamou minha atenção, assim como seu potencial para tratar temas tabus de forma leve, como morte, perda ou luto, por mais que os “fantasmas” sejam denominados assim por seu aspecto imaterial e por serem vistos apenas por Alba, seriam temas muito pertinentes de serem abordados e que fariam sentido com a proposta.
Alba e os Fantasmas é muito interessante e me deixou curiosa para saber o que mais pode ser explorado em seus roteiros e o que pode ensinar para as crianças.
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Bacharel em Cinema e Audiovisual, roteirista, escritora, animadora, otaku, potterhead e parte de muitos outros fandoms. Tem mais livros do que pode guardar e entre seus amigos é a louca das animações, da dublagem e da Turma da Mônica. Também produz conteúdo para o seu canal Milady Sara e para o Cultura da Ação TV.