Bobby (Billy Eichner) é um homem gay de 40 anos e solteiro. Ele é convidado para ser diretor do primeiro Museu de História LGBTQIA+ em Nova York, cidade onde vive. Dono de um podcast chamado 11º Tijolo de Stonewall – e a explicação desse nome é incrível -, em que narra suas vivências como LGBTQIA+, ele acaba sempre caindo num assunto que – acredito eu – sempre acaba atingindo homens gays nessa idade: Ser solteiro é ser auto suficiente? Ou é só solidão? Ele também é um escritor de livros infantis gays que parece não ter sido bem sucedido. Bobby é um cara sexualmente ativo e que se sente emocionalmente indisponível para relacionamento. A solidão é uma ótima companhia e ele está satisfeito com ela.
E obviamente entra um amor. Aaron (Luke Macfarlane), em total contraponto ao protagonista, é o clássico clichê superficial, boy malhado e sem pelos, vivendo com a profundidade de um pires. Ele representa as pessoas LGBTQIA+ que optam por não se ligar a parte de lutas e tristezas da comunidade. Bobby e Aaron se encontram e a partir daí ambos vão viver a construção de uma relação que um desafia ao outro, evoluindo de forma muito adorável e verossímil.
Algo que desde o trailer estava claro é o humor do filme, claro que o diretor sendo Nicholas Stoller, roteirista de Os Muppets, o Retorno (The Muppets, 2011) e diretor de Vizinhos 2 (Neighbors 2: Sorority Rising, 2016), não poderia ter uma história com menos piadas ácidas e sempre no timing. Além do elenco que é extremamente carismático e de fato diverso, que em vários momentos rouba a sua atenção das questões do protagonista. Bissexuais, lésbicas, pessoas trans binárias, pessoas trans não binárias, e para além disso, também tem diversidade de etnias, além de comentar sempre sobre momentos e pessoas importantes e que marcaram a comunidade como Marsha P Johnson e Sylvia Rivera. Tem até uma certa crítica sobre como a sexualidade de pessoas históricas são apagadas e devem ser relembradas.
Num geral, é um filme que vai te entreter, você vai rir e se for LGBTQIA +, mesmo que jovem como eu, vai entender a maioria das referências citadas e acreditem, são muitas. Por fim, “Hey, what ‘s up?”
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Estudante de Letras, ainda fingindo ser escritor, mesmo nunca lançando nada. Um paulista perdido pelo nordeste e obcecado por bolinho de chuva. Apaixonado por Duro de matar e filmes de heróis, evito musicais e romances clichês.