Detentor de um dos sorrisos mais lindos e contagiantes do cinema, Chadwick Boseman não só foi um dos atores mais talentosos desta nova geração como também se tornou um símbolo de força e representatividade negra na cultura pop, interpretando o Rei de Wakanda T’Challa, o poderoso Pantera Negra do Universo Cinematográfico da Marvel. Mas além disso Chadwick se destacou não só em outros papéis em filmes de ação, mas também em interpretações densas, como em Marshall: Igualdade e Justiça (Marshall, 2017) e em Get on Up (2015), onde encarnou o lendário James Brown.
É duro acreditar quando perdemos um talento tão jovem e promissor como foi Chadwick. É difícil pensar em tudo que o ator ainda iria fazer e em todas as vidas, especialmente de pessoas negras, que ainda iria tocar em sua ascendente carreira. Uma perda extremamente precoce como esta nos faz pensar em várias coisas, entre elas nas oportunidades que artistas negros tem na cultura, como ainda são tão escassas no mundo racista que este ainda é, na importância que um artista como Boseman representa para toda uma geração de jovens que precisam se valorizar como pessoas incríveis, enquanto vive em uma sociedade decidida a rebaixá-las a todo momento. Nos faz pensar em nossa própria existência neste mundo.
E é desta forma que Chadwick nos deixa, como uma inspiração, assim como o foi para seus companheiros o jovem Stormin’ Norman de Destacamento Blood (Da 5 Bloods, 2020), um de seus últimos papéis, assim como T’Challa o foi para toda uma nação, e não estou falando exatamente de Wakanda, mas de todes jovens negros que levantaram o punho fechado, que os cruzaram em frente ao peito bradando Wakanda Forever!. Uma inspiração para aqueles que também sorriem quando lembram do sorriso poderoso de Chad.
Rest in Power, King.
Cineasta e Historiador. Membro da ACECCINE (Associação Cearense de Críticos de Cinema). É viciado em listas, roer as unhas e em assistir mais filmes e séries do que parece ser possível. Tem mais projetos do que tem tempo para concretizá-los. Não curte filmes de dança, mas ama Dirty Dancing. Apaixonado por faroestes, filmes de gângster e distopias.