Dia 23 de julho de 2020, as 9 da manhã (aqui no Brasil), Taylor Swift anuncia que vai lançar o seu oitavo álbum, intitulado folklore, à meia noite, em todas as plataformas digitais. E como a gente que é fã fica? Em choque né?
Óbvio que sim.
Antes de mais nada acho que preciso deixar claro que essa é a primeira vez que faço uma review de um álbum. E que vão me faltar terminologias mais técnicas e que eu talvez acabe me prendendo muito na coisa de falar sobre os sentimentos que vivi enquanto ouvia o folklore. E também que eu venho ouvindo Taylor Swift desde os meus 11 anos, e que, por incrível que pareça, eu não sou uma super fã, que sabe todos os causos da vida dela e que sabe todas as teorias mirabolantes. Eu simplesmente amo a capacidade que ela tem de contar histórias em forma de música. Então, o meu lugar de fala aqui não vai ser nem de longe de uma análise super técnica. Eu sou só uma pessoa que vem desenvolvendo uma relação com as músicas da Taylor há pouco mais de dez anos, e que foi pega desprevenida com o lançamento do novo álbum.
Agora, voltando ao álbum, é importante ressaltar que o fator da surpresa influencia na hora de formar uma opinião, principalmente porque antes de lançar um álbum novo a Taylor costuma fazer as Secret Sessions, que é chamar um grupo de fãs pra casa dela mesmo e tocar pra eles as músicas de seus álbuns antes que eles sejam lançados. Ela vem fazendo isso desde 2014, e aí se você junta esse conhecimento prévio com o lançamento de singles, que é algo muito comum no mundo da música, na hora que o artista vai e lança o álbum completo as pessoas já meio que tem uma noção de como vai ser a atmosfera criada por ele. Com o folklore a gente não tinha absolutamente nada. A gente nem esperava, e aí de repente Taylor posta seis fotos em seu Instagram e fala “gente, hoje a noite tem álbum!”. E ninguém tinha ouvido uma única música, ninguém tinha visto um clipe, ninguém sabia que ela havia passado a quarentena gravando. A gente não teve nem tempo de digerir totalmente ainda o seu sétimo álbum, o Lover, lançado há menos de um ano. E assim, bem do nada mesmo, ela vem e solta dezesseis músicas, um clipe e praticamente fala “vocês que lutem para lidar com isso”.
E deixa eu te contar uma coisa, a gente lutou sim.
Eu falo aqui de um lugar de fã, certo? De um lugar de quem sabe decorado pelo menos 85% da discografia dela, de um lugar de sempre ter na minha playlist de mais tocadas do ano no Spotify pelo menos dez músicas da Taylor, de um lugar de admirá-la pela sua capacidade de composição (porque ela é sim uma baita compositora, e as letras das músicas dela estão aí pra provar isso) e de um lugar de ter um carinho especial por tudo que ela se propõe a fazer. A partir do momento que você entende que eu falo desse lugar específico, você também entende que eu tenho um mínimo de repertório para poder afirmar (e aí essa é só minha opinião, mas acredite, eu acho que eu tenho sim um certo nível de razão aqui) que o folklore é o álbum mais maduro da Taylor, e é, consequentemente, o seu melhor álbum, tanto em questão de composição musical quanto melodicamente.
Quando o nosso querido e amado Elvio Franklin (beijo, migo!) veio falar comigo sobre escrever esse texto, eu fiquei pensando se eu deveria fazer uma mini análise de cada música, falando sobre o que eu senti e sobre o que eu achava e tentando mostrar pra você que esta lendo como esse álbum é absolutamente perfeito e como ele (novamente, na minha opinião, e o que é esse texto se não um grande resumo da minha opinião, né gente?) não tem nenhuma skip. Mas daí, enquanto escrevo esse texto e ouço o álbum pela oitava vez (na sequência, viu? É importante pra narrativa do álbum ouvir as músicas na sequência apresentada) penso que talvez eu deva deixar você tirar as suas próprias conclusões, caso queira obviamente, sem ter sido mais influenciado por mim do que você já está sendo. O que eu posso te falar sobre o folklore é que eu o escutei pela primeira vez às 5 e meia da manhã de uma sexta feira em que eu estava me sentindo assim meio destruída, porque 2020 tem sido esse ano que tá destruindo a gente. E eu vi o sol nascer da varanda da sala e ouvi o álbum do começo ao fim e chorei bastante. E isso acabou me ajudando a processar tudo que eu vinha sentindo. E durante o resto do dia eu segui ouvindo o álbum em loop, enquanto fazia as coisas que eu tinha pra fazer, e por mais que ele seja incrivelmente triste em algumas partes, ele também é de uma sensibilidade tão grande que eu acabei me sentindo muito acolhida quanto mais eu ouvia.
Acho que é assim que eu vou descrever o folklore. Um acolhimento.
“Ai, Gabi, mas eu não tô afim de ouvir 16 músicas.” Então eu vou te dizer pra ouvir exile, my tears ricochet e seven. E também pra assistir o clipe de cardigan, que tá super lindo. E pra prestar atenção em todas as letras! É muito importante, sempre que você resolver ouvir qualquer música da Taylor, mas principalmente no folklore, prestar atenção no que ela tá falando com as músicas. Como eu já falei uma vez (e falo outra, e não vou cansar de falar nunca), Taylor Swift é uma compositora talentosíssima, e pra quem discorda eu só posso dizer: que pena e você que lute, real.
Mas falando sério agora, eu espero de verdade que o folklore possa te acolher da mesma forma como ele me acolheu. E caso isso não tenha sido o que aconteceu, tá tudo bem. Mesmo. A gente não vai ter as mesma opiniões sobre as coisas, e se esse não for o álbum certo pra você, eu aposto que ele ainda vai chegar. Talvez não seja a Taylor Swift que escreva ele. Ou talvez seja. Até lá, vou seguir ouvindo o folklore, e torcendo pra que essa seja a última surpresa que 2020 tenha pra mim.
“Mas, Gabi, tu não vai nem rankear as músicas, mulher?” Vou. Porém eu quero dizer que esse ranking já mudou duas vezes desde sexta feira, e provavelmente vai mudar de novo até que eu finalmente consiga digerir esse álbum por completo. Tudo sobre ele ainda é muito novo e eu acredito que ainda vai levar um tempo pra que eu possa ter esse ranking fechado de verdade. E também quero dizer que foi difícil demais essa avaliação porque não tem uma única música ruim no folklore. Sério.
Mas segue aqui meu humilde ranking:
- my tears ricochet
- the one
- seven
- cardigan
- exile
- betty
- the last great american dynasty
- peace
- invisible strings
- hoax
- illicit affairs
- mad woman
- this is me trying
- august
- epiphany
- mirrorball
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Graduada em Cinema e Audiovisual. Roteirista, produtora, feminista e a pisciana mais ariana do mundo. Fã de Buffy, Harry Potter e Brooklyn 99, Gabi passa seu tempo ensinando que não se deve sentir vergonha das coisas que gostamos, nem deixar de questionar as coisas só porque gostamos delas.