VEJA MULHERES – 5 Filmes dirigidos por mulheres para ver em dezembro

As Golpistas

(Hustlers, 2019)

Direção: Lorene Scafaria

Em entrevista concedida a Elizabeth (Julia Stiles), jornalista da New York Magazine, a ex-stripper Destiny (Constance Wu) conta em detalhes como conseguiu o emprego e conheceu Ramona (Jennifer Lopez), ícone do meio que logo se tornou sua grande amiga. Devido à crise financeira que abalou Wall Street em 2008, Destiny e Ramona viram o declínio na quantidade de clientes na boate em que trabalham afetar sua própria rentabilidade. Com isso, decidem elas mesmas iniciar um plano onde, juntamente com algumas amigas, vão atrás de homens em restaurantes para, após dopá-los, faturar em cima de seus cartões de crédito.


As Panteras

(Charlie’s angel’s, 2019)

Direção: Elizabeth Banks

Sabina Wilson (Kristen Stewart) e Jane Kano (Ella Balinska) são duas Panteras que precisam deixar as diferenças de lado quando embarcam em uma aventura internacional junto à nova Bosley (Elizabeth Banks) e com a cientista Elena Houghlin (Naomi Scott). Elas precisam impedir que um novo programa de energia se torne uma ameaça para a humanidade e descobrir quem está por trás de um plano tão maligno.

Eu poderia me ater a dizer apenas: bom, é um filme onde mulheres são espiãs e elas batem em muitos homens e isso talvez fosse o suficiente como indicação. Mas Elizabeth Banks consegue um feito incrível que vai além disso: pegar todo um universo cinematográfico (que já teve produção de séries e filmes), não esquecer de sua mitologia, mas reinventá-la para fazer um filme – e um universo –  realmente centrado em suas mulheres.


The Farewell

Direção: Lulu Wang

Quando a família de uma doce senhora descobre que ela possui apenas mais algumas semanas de vida, eles decidem não informá-la a respeito do diagnóstico. Em vez disso, seus filhos e netos tentam arranjar um casamento de última hora para que todos os parentes mais distantes possam vê-la por uma última vez sem que ninguém saiba o que está acontecendo de verdade.

O filme é baseado na história da própria realizadora Lulu Wang. A realizadora cria um filme que anda exatamente na linha que separa a comédia da tragédia. Seus personagens são todos desconcertados, não sabem bem o que fazer, como se portar durante todo o filme. Além disso, é incrível como ela consegue mostrar a diferença cultural entre oriente e ocidente. Como as duas metades do globo lidam de forma diferente com os mais variados assuntos.


One Child Nation

Direção: Nanfu Wang e Lynn Zhang

 

Uma investigação sobre a política de um filho da China, que moldou a vida de milhares de pessoas. Entrevistando vítimas e instigadores de atos violentos contra famílias, a diretora Nanfu Wang confronta a realidade que gerou inúmeras crianças abandonadas no país, especialmente do sexo feminino.

O filme é vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Sundance desse ano. Com toda a repressão à liberdade de expressão existente na China, o simples ato de conseguir realizar um filme sobre esse tema é uma vitória por si só. Acho que não preciso dizer muito mais que isso.


Bixa Travesty

Direção: Claudia Priscilla e Kiko Gofman

O corpo político de Linn da Quebrada, cantora transexual negra, é a força motriz desse documentário que captura a sua esfera pública e privada, ambas marcadas não só por sua presença de palco inusitada, mas também por sua incessante luta pela desconstrução de esteriótipos de gênero, classe e raça. 

O filme foi exibido em vários festivais pelo Brasil e pelo mundo. Ele acaba de estrear no Brasil e se eu fosse você, iria ver na primeira oportunidade. Em um ano que tivemos vários golpes contra a cultura e contra o direito da população negra e da população LGBTQI+, a existência por si só de “Bixa Travesty” numa sala comercial é um ato político e é nossa obrigação enquanto espectadores fazer o longa ficar em cartaz o máximo de tempo possível.