Se por algum motivo você veio parar aqui e não viu a 1ª temporada da série, sugiro que leia esse texto aqui e antes de continuar. O texto a seguir contém leves pitadas de spoilers da 2ª temporada.
Dá última vez que vimos Tak, ele estava devolvendo a capa de Elias Ryker para o seu verdadeiro dono e some sem deixar rastros. Nos juntamos a ele, 30 anos depois, ainda procurando por sua amada Quell quando sua localização é descoberta por uma caçadora de recompensas a serviço de um rico Matusa, com uma oferta que ele não pode recusar… a localização de sua companheira perdida, soa familiar? Na mesma hora pensei: “sério! vai ser que nem a 1ª temporada, só que com uma capa diferente ?. ”
Felizmente, não foi nada disso que aconteceu. A 2ª temporada traz um enredo muito mais pessoal do que o da anterior, e essa nova direção entrega uma temporada muito melhor do que a 1ª, combinando os elementos que funcionaram no primeiro ano, com um mistério mais íntimo e importante, entregando uma história mais atraente.
Kovacs, agora vivido por Anthony Mackie, está de volta ao Mundo de Harlan, seu planeta natal, mas as coisas não estão legais por lá, o clima no planeta está tenso por conta de revolucionários que se denominam Quellistas, que desafiam o poder da governadora Danica Harlan, filha do fundador do planeta, Konrad Harlan, que assumiu o poder após o misterioso desaparecimento do seu pai.
Poe (Chris Conner) voltou da sua cova no mundo dos mortos digitais, mas ainda está sofrendo os efeitos perigosos do ataque que sofreu na primeira temporada, e é companheiro de viagem de Kovacs, cujo humor não melhorou em nada nessas três décadas. A jornada de Poe em busca de sua identidade, e por seu lugar no mundo, rende muitos momentos comoventes nessa temporada, porque apesar de ele não ser humano, seus sentimentos são.
O enredo está cheio de mistério e segredos profundos, tudo girando em torno de Quellcrist Falconer (Renée Elise Goldsberry), ela realmente está viva ou alguém está usando a capa dela pra cometer crimes, e quanto mais Kovacs entra neste mundo secreto, atrás de respostas, mais os fantasmas do passado dele aparecem, e ele literalmente sai no braço com eles, criando momentos fantásticos.
O que faz o segundo ano ser ainda melhor que o primeiro é a combinação entre um cenário já estabelecido com ótimas sequências de ação e personagens atraentes com uma história que é simultaneamente maior em alguns aspectos e menor em outros, os problemas de Kovacs estavam intimamente ligados aos mistérios da primeira temporada, e o desenrolar deles na segunda oferece uma jornada mais atraente e com riscos muito maiores do que na primeira, embora a história seja mais pessoal, o futuro da humanidade ainda está na balança.
Por fim, se acostumar com uma nova capa não é fácil, mas nesse caso a mudança foi pra melhor.
Redator publicitário, editor de textos, apaixonado por cinema. Curto os clássicos dos anos 80, gosto de Star Trek e Star Wars – sim é possível gostar dos dois – fã de Senhor dos Anéis, sempre disposto a maratonar uma série, ler uns quadrinhos, e gastar os dedos em algum game. Em dúvida se sou um convidado ou anfitrião nessa vida à la Westworld. Atualmente questionando a natureza da própria realidade.