Em janeiro de 2005, chegava para Nintendo Game Cube a tão aguardada continuação da saga principal de Resident Evil. Finalmente chegaria um novo jogo para a nova geração de consoles. Seu antecessor, Resident Evil 3 (1999) havia sido lançado há mais de 5 anos e de lá até a data do lançamento muita coisa havia evoluído no mundo dos games. Além disso, em outubro de 2005, a Capcom rompeu a exclusividade com a Nintendo e lançou para o PlayStation 2. O sucesso de vendas foi um absurdo e muito dos fãs da franquia consideram o quarto jogo da série principal como sendo o melhor de toda saga.
A princípio essa afirmação pode soar incoerente, mas na época o hype para um novo Resident Evil era enorme, tudo isso aliado a expectativa de um jogo sair para a nova geração. Seu antecessor, o terceiro game da série, havia sido lançado em 1999 para PlayStation 1. O que se pode dizer é que o Resident Evil 4 (2005) não decepcionou e foi além. Reformulou completamente a jogabilidade, estabeleceu uma base que serve até hoje. Além de ter mudado os rumos da história e dos seus personagens. O game traz de volta Leon, um dos protagonistas de Resident Evil 2, dessa vez trabalhando para o presidente dos Estados Unidos e tem como missão resgatar sua filha.
Em um primeiro momento, essa mudança no tom do jogo parece estranha. Contudo, ao longo das horas de jogo tudo vai se encaixando e a trama vai ganhando substância. Referências aos jogos antigos e acontecimentos anteriores acontecem e tudo parece estar ligado. A história também sai dos EUA e vai para o interior da Espanha, mostrando que o bioterrorismo e ameaça estão em todos os lugares. Tudo mudou, os gráficos ficaram bem mais realistas e definidos, a jogabilidade mudou muito: a câmera que antes era fixa e isométrica passou a ser móvel e acompanhar o personagem atrás do ombro redefinindo e sedimentando a câmera para jogos em terceira pessoa. O jogo ficou mais dinâmico e corrido, os QTE (Quick Time Events) estavam mais presentes que nunca e o protagonista passou a ter uma ataque físico, agora ele podia chutar os inimigos para derrubá-los. Interações no cenário por exemplo derrubar escadas e pular por janelas. O horror ainda está presente, mas cede bastante espaço para cenas de ação, característica que viria a dominar os dois jogos seguintes da série principal.
Rejogando nos dias atuais, Resident Evil 4 envelheceu bem. Embora sua jogabilidade esteja datada ainda é possível jogar sem muitas dificuldades e se divertir com sua narrativa e história, sempre com o pensamento em mente que ele é um embrião de sucesso nos futuros jogos da franquia. Sua história diferente, mas sólida, aliada com o carisma de seu protagonista, mais com a expectativa da expansão do universo construído desde o primeiro jogo em 1996, tornam Resident Evil 4 um dos melhores jogos da série e um dos mais queridos pelos fãs, sendo até hoje o terceiro jogo mais vendido da série com cerca de 7,5 milhões de cópias e um dos que mais recebe port para os mais diversos consoles.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.