Esquadrão Suicida é o terceiro filme do universo cinematográfico que a DC Comics e a Warner Bros tentam construir a duras penas. Seus antecessores, O Homem de Aço, de 2013 e Batman vs Superman: A Origem da Justiça, 2016, tinham a difícil tarefa de introduzir tanto um novo Superman (ainda lembrado pela sombra do grande Christopher Reeve) quanto um novo Batman (depois do sucesso da trilogia cavaleiro das trevas). Podemos presumir que dentro do que se propuseram, os filmes atingiram seus objetivos, eles deram uma nova cara aos filmes da DC/Warner e abriram as portas para uma série de filmes que ainda estão por vir.
Então, o longa dirigido por David Ayer (Corações de Ferro, Dia de Treinamento) vem junto nessa onda de filmes da DC e tinha uma grande tarefa: ambientar um mundo pós-morte do Superman. Usando a ausência do herói como desculpa torna-se necessário o recrutamento de vilões da pior estirpe para a criação de um super time para combater o mal. Mas, a premissa é mal estruturada e sem nenhum sentido, tendo em vista que o vilão megalomaníaco que quer destruir o mundo e que precisa ser impedido faz parte do próprio super time.
Em relação aos personagens, os destaques vão para a Amanda Waller da incrível Viola Davis, Arlequina da competente Margot Robbie e o Pistoleiro de Will Smith, já acostumado com grandes papéis. Os três são bem desenvolvidos dentro da narrativa do filme. A primeira por ser a chefe, a arquiteta do grupo, por ter a ideia inicial e por ser uma mulher extremamente forte e de pulso firme que mantém todos os bandidos na linha e na palma de sua mão. A segunda por ser uma personagem completamente louca e fazer jus à personagem da série animada e dos quadrinhos. O terceiro por ser meio que o protagonista do filme, ter mais tempo de tela e ter a história mais bem trabalhada com um arco dramático maior.
Infelizmente, o destaque negativo vai para o Coringa de Jared Leto. Ele é completamente desnecessário no filme, suas aparições deveriam ficar restritas apenas aos flashbacks de Arlequina, sua presença e sua “paixão” obsessiva pela personagem além de ser muito errada é muito mal construída. Seu background foge e muito do que os fãs do palhaço esperam, ele assume mais um tom de gangster do que de louco psicopata, sua loucura fica por conta de sua obsessão por Arlequina e o fato de mover mundos e fundos para resgatá-la da prisão, fora isso ele se resume a um personagem genérico, tatuado e que recebe o nome de Coringa, mas que muitas vezes é tratado como “Mr. J”. Quem vai esperando um Coringa inescrupuloso, louco e disposto a fazer tudo para se safar, um agente do caos ou simplesmente um lunático irá se decepcionar com certeza.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.