Capitão América: Guerra Civil é o décimo terceiro longa-metragem do Universo Marvel no Cinema. O filme é uma continuação direta dos Vingadores: A Era de Ultron e Capitão América: Soldado Invernal. O longa é, ao mesmo tempo, um filme de super-herói e um drama de espionagem e vingança. O tom do filme é o mesmo do Capitão América: Soldado Invernal, cenas de luta e ação muito bem coreografadas e o drama focado principalmente no dilema que o Capitão sofre no decorrer do filme, toda aquela rusga com o Homem de Ferro que vem desde o primeiro filme dos Vingadores parece ganhar uma potencialidade aqui.
O filme é perfeito? Não! Diversos comentários dizendo que esse é o melhor filme de super-herói já feito circulam na rede, mas no meu ponto de vista, são comentários feitos no calor do momento e de temática ufanista, ele não chega nem ser o melhor da MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), quiçá do gênero.
Alguns pontos do filme que me incomodaram bastante: o principal motivo da luta entre os heróis, que era para ser o Tratado de Sokovia, torna-se a busca do Capitão América pelo melhor amigo de infância. A meu ver, o filme se contradiz nesse ponto, pois todo o discurso do Steve Rogers era evitar danos aos civis e a sociedade, e é justamente isso que ele faz para ir atrás do amigo foragido, vítima de um complô. A trilha sonora também é apática, em certos momentos nem é possível perceber que ela existe.
Outro ponto que me incomodou muito foi o vilão do filme, ele é rebaixado a personagem secundário, há momentos em que ele é descartado e sua única função é plantar a discórdia entre Capitão América e Homem de Ferro. Ele é tão mal aproveitado que nem é possível sequer recordar de alguma parte realmente interessante dele, eu até entendo suas motivações, mas foi muito sucateado e o roteiro falhou em dar mais profundidade a ele.
Por fim, o que mais me incomodou foi a quebra de expectativa de não ver no final o embate entre os heróis e os possíveis “Soldados Invernais” que foram apresentados um pouco antes. Uma promessa que acaba não se pagando. Encontrá-los já mortos pelo vilão não fez muito sentido para mim, já que seu objetivo era ter sua vingança contra o grupo do Tony Stark pelos acontecimentos do Vingadores: a era de Ultron. Para além disso, o filme não deixa o grupo totalmente rachado, os acontecimentos são leves, o paraplégico volta a andar, o grupo separado pode voltar a existir pelo conteúdo de uma carta. Uma guerra sem baixas e sem impacto. Será que o dedo dos produtores pesou nesse sentido?
Apesar dos problemas supracitados, ainda considero um filme bem amarrado, que deixa o espectador no limite o tempo inteiro, há momentos em que torcemos pelo Tony Stark e outros, pelo Steve Rogers. E isso é ótimo! Um dos receios era de que o filme puxasse muito para o lado de alguém e acabou que o filme não faz isso. Todos os lados tem seus motivos e nos importamos com todos eles. Enfim, é um bom filme para dar continuidade ao MCU, mas não é perfeito como alguns andam pintando. Agora só nos resta esperar pelo filme do Dr. Estranho em novembro de 2016.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.