Patrulha do Destino – Done Patrol (S04E12) [SERIES FINALE] – O fim é apenas a volta para casa

Quando Patrulha do Destino (Doom Patrol, 2019 – 2023) começou sua quarta e última temporada, estava torcendo para que a série conseguisse se aprumar novamente depois do nítido desgaste da temporada anterior. Como seriador a gente sempre torce para que a série consiga terminar bem, principalmente pelas pessoas envolvidas e mais ainda pelos fãs fiéis que continuam acompanhando esta jornada. Entre altos e baixos, o quarto ano ainda mostrou um desgaste na fórmula, com tramas que pareciam se reciclar e apenas lampejos da genialidade das duas primeiras temporadas, porém ainda não era suficiente, mas era o máximo que conseguiam tirar num claro esgotamento de ideias. 

Ao chegar no penúltimo episódio, fiquei com receio que a série não tivesse sabedoria de terminar da forma certa, porém, ainda assim guardei boas expectativas para o final da série no episódio “Done Patrol”. O seriado escrito por Jeremy Carver (Supernatural) sempre me agradou pela forma como não tinha limites para fazer tramas malucas, sequências de ação ainda mais loucas e diálogos extremamente engraçados num contexto que privilegiada um elenco carismático que sabia tirar sarro de si mesmo.

É se inspirando nestas qualidades que o último episódio tomou forma, o arco final que colocou a vilã Imortous ou Isabel Feathers (Charity Cervantes) como a grande ameaça para equipe que composta por: Louca Jane (Diane Guerrero), Ciborgue (Joivan Wade), Cliff Steele (voz de Brendan Fraser), O Homem Negativo (Matt Bomer), Madame Rouge (Michelle Gomez) e agora líder da equipe Rita Farr (April Bowlby).

A antagonista da temporada não funcionou muito bem na maior parte do tempo, mas por um milagre, conseguiu trazer um senso de urgência e desfecho para história que acaba sendo resolvida da forma mais estranha e ridícula possível nos primeiros minutos, talvez sendo a melhor decisão que os roteiristas tenham feito neste quarto ano até então.

Ao finalizar a trama cedo, o arco final focou exatamente naquilo que fez os fãs permanecerem fieis ao seriado até este momento, o elenco principal. É incrível como é fácil se apegar a Cliff e companhia, além de perceber como nos importamos com seus finais e aqui não é diferente. Talvez o grande trunfo deste final seja trabalhar a imortalidade desses heróis e o fim da equipe.

Em “Done Patrol”, percebemos que é sobre a jornada e sobre terminar um capítulo da vida, então temos vários desfechos, muitos deles emocionantes, muitos deles necessários, como Jane que, depois atingir o equilíbrio interno com suas outras identidades e se tornar a entidade “Caleidoscópio”, encontra o amor de forma inesperada. Outra pessoa que encontra o amor perdido é Larry que finalmente vai de encontro ao infinito e também a felicidade.

A Madame Rouge que é uma das integrantes mais recentes da equipe, encontra sua felicidade voltando ao passado em contraponto ao Ciborgue que encontra sua felicidade focando no futuro ao lado do melhor amigo. E tudo é desencadeado pela decisão de Rita, que no final das contas se tornou a cabeça da equipe também a voz da consciência de uma formação que precisava acabar, a cena da despedida da senhorita Farr foi engraçada, constrangedora e ao mesmo tempo emocionante, como o seriado gosta de fazer.

Porém “Patrulha do Destino” se torna única quando foca no coração, que sempre foi representado por Cliff Steele, nosso homem robô era e sempre foi a alma da equipe, aquele que não tinha mais um corpo humano, era o mais humano dos membros, então as últimas cenas não poderiam ser de outra pessoa. Quando vemos através de uma relíquia mágica o futuro da família Steele, Cliff finalmente entende que esta onde deveria estar e não a nada mais realizador do que estar com a família e no caso dele teve duas, a primeira com quem se juntou para salvar o mundo em diversos momentos e a segunda com quem lutou para ficar perto mostrando que no final das contas tudo se resume em estar em casa e bem consigo mesmo.

De uma forma geral, o final da série é simplesmente maravilhoso, fecha um ciclo e nos faz esquecer os desgastes que ocorreram durante esta temporada. Ao focar na equipe, Jeremy Carver e seus roteiristas preservam o que a série tem de melhor, seus protagonistas, junte isso a centenas de loucuras e episódios malucos que tivemos ao longo de quatro temporadas, temos aí uma das melhores séries do universo DC, que talvez não seja perfeita, mas consegue entreter e finalizar sua jornada de uma forma honrosa, bonita e melancólica. Os fãs agradecem.


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