Por mais que a temporada final de The 100 (2014 -) tenha testado a paciência do público mais de uma vez; entre o morno e o frio, e escolhas tão equivocadas trilhando seu desfecho, ainda há de se indagar: é válido ter um pouco de esperança? Aqui, no 7×15, em The Dying of the Light se configura o terreno para o que virá no series finale: a prova decisiva dos personagens que acompanhamos.
É difícil superar o que foi sinônimo de decepção até o momento, mas o penúltimo episódio da série conseguiu propor sequências de tensão bem divididas no roteiro assinado por Kim Shumway. Em outras colocações, a trama conduziu bem a sua linha dramática sem a sensação de estar perdendo tempo inserindo mesmices em prol de enrolações narrativas, porém, com o incômodo do que o fim reserva.
Desde sua estreia em 2014, aos poucos, The 100 espelhou nos personagens sua temática principal: sobrevivência. O que culminou em desmistificar os dilemas expostos em perdas, sacrifícios, enquanto uma coisa era questionada: a virtude da humanidade. Sim, depois de tanta luta e derrapadas do que eles mesmos pregam, a humanidade ainda é o pilar. Porém, mesmo que com a ideia sendo posta, o resultado não consegue empolgar, nem ao menos passar segurança de que poderá ser satisfatório.
Tendo em vista a lista imensa de inconformações durante esse sétimo ano, A Morte na Luz – o que representa o esgotamento das esperanças, a soma do que está em risco – teve êxito no ritmo, na sua execução, mas como um todo, especificamente, sendo um pré-finale, a impressão é de que a trama está indo para algum lugar, mas não para um acordo satisfatório.
Enquanto essa temporada transitava na complexa linha de tempo, em determinada parte, parece que esqueceram de alinhar as respostas, o gás do desenvolvimento, junto as definições que eram moldadas. A base era mesmo impressionante, curiosa e inteligente, mas foi se afrouxando, a ponto de não conseguir aplicar muito bem um senso de urgência. Ainda assim, é notório que, mesmo aos mancos, tentaram alcançar a nota alta dos personagens – a de Bellamy (Bob Morley) não passou dos rascunhos.
Graças a Clarke, Raven (Lindsey Morgan), Octavia (Marie Avgeropoulos) e Murphy (Richard Harmon), essa visualização tem espaço. Para a protagonista feminina da série, veio o peso após inúmeras decisões em nome do amor pelos seus amigos. Foi duro, mas por se sentir inútil, mesmo com todos os esforços para manter Madi (Lola Flanery) a salvo que sobreveio o julgo do que foi se responsabilizar e operar num papel esperado por ser líder. Já a engenheira, por escolher sacrificar para ser poupada, desceu o carma do egoísmo para entender onde estava seu ponto fraco e sua maior virtude: lutar pelos seus. Com Octavia, foi no emocionante 7×2 que foi selada a ponte de redenção erguida desde a sexta temporada e, felizmente, é louvável ela ter se reconectado além da fúria que nutria. E por último, o melhor exemplo: Murphy. É só relembrar sua trajetória de traições, insegurança e autosabotagem para concluir o caráter digno de reconhecimento, que é lindo até de vê-lo fazendo.
Se ainda não estava nítido, Bill (John Pyper-Ferguson) expôs de vez a sua intenção de obter os códigos: concretizar a guerra desde que foi impedido por Becca. Não se trata de família, seguidores, e sim de ter meios de chegar no que pretendia, nem que para isso muitos tenham que morrer. A última guerra já está posta, e certamente, podemos esperar por grandes perdas, considerando que o embate final representará a união de lados opostos para lutar pela humanidade que acreditam e não hão de deixar alguém como Bill levar isso para o último nível.
Seja como for, o fim vem!
Últimos comentários:
100: foi impossível ver Clarke falando “meu bebê, meu bebê” enquanto chorava por Madi e não lembrar do trauma sofrido pela atriz Eliza Taylor causado por um aborto espontâneo.
99: seguraram tanto Sheidheda (JR Bourne) que ele também vai lutar na guerra. Será se vai querer ganhar para ter seguidores se ajoelhando em forma de reverenciamento?
98: é bom que Echo (Tasya Teles) esteja lá.
97: a guerra de Murphy vai ser junto de Raven e Jackson (Sachin Sahel) para salvar Emori (Luisa d’Oliveira). Eita!
96: eles vão enfrentar a última guerra para finalmente celebrarem com um final feliz ou vão todos transcender para luz? Aguardemos.
Ama ouvir músicas, e especialmente, não cansa de ouvir Unkle Bob. Por mais que critique, é sempre atraído por filmes de terror massacrados. Sua capacidade de assistir a tanto conteúdo aleatório surpreende a ele mesmo, e ainda que tenha a procrastinação sempre por perto, talvez escrevendo seja o seu momento que mais se arrisca.