É fato que a animação criada por Scott Kreamer e Zack Stentz, já é o melhor conteúdo da saga Jurassic Park/World faz um bom tempo. A cada nova temporada de Jurassic World: Teoria do Caos (Jurassic World: Chaos Theory, 2024 -) se prova ainda melhor e mais atrelada ao que os fãs querem da saga dos dinos.
Após uma primeira temporada bem executada e uma segunda temporada frenética, a série da Netflix em parceria com a Universal Pictures e Amblin Entertainment não coloca o pé no freio e mostra mais uma vez porque é um dos desenhos mais legais do momento ao dosar ação e aventura como poucos exemplares do gênero.
A nova temporada estreou no último dia 3 de abril na locadora vermelha, terminando finalmente com a expectativa dos fãs de saber o que aconteceria após Brooklynn (Kiersten Kelly) tomar sua decisão de deixar seus amigos, Darius (Paul-Mikél Williams), Kenji (Darren Barnet), Sammy (Raini Rodriguez), Ben (Sean Giambrone) e Yasmina (Kausar Mohammed) para atrás ao embarcar em um avião com a vilã Soyona Santos (Dichen Lachman).
O novo ano começa exatamente assim, com Darius e companhia decidindo ir atrás de Brooklynn, conseguindo um transporte num avião cargueiro de um personagem conhecido dos filmes, Barry Sembène (no filme vivido por Omar Sy e na série dublado por Evan Michael Lee) da inteligência francesa no episódio Excesso de Bagagem (3×01), que se inicia de forma alucinante com o grupo tendo problemas durante o voo e indo parar no interior nevado da Itália, deixando para atrás as florestas senegalesas, numa trama que mistura bem ação e aventura dando pontapé inicial a uma nova jornada.
O mais difícil para Jurassic World: Teoria do Caos, é manter o ritmo das duas primeiras temporadas e aumentar o senso de novidade sem soar muito repetitivo. Fica claro que existe uma fórmula manjada entre os conflitos com os protagonistas, dinossauros em profusão e conspirações governamentais num comércio lucrativo que agora não só tem Santos como principal problema, mas a presença cada vez maior da empresa Biosyn.
Os episódios Vila Paradiso (3×02) e A Corte da Rainha (3×03) trazem uma calmaria proposital com os “Seis de Nublar” chegando numa vila bucólica no interior italiano, onde encontramos a namorada de Ben, Gia (Beatrice Grannò) e sua avó Nonna (Isabella Rossellini), que dão um lugar temporário para ficarem antes de seguir viagem.
Isto dura pouco tempo, até porque nem o ovinho com o filho da nossa Bolota, fica muito tempo quieto, chocando da forma mais inesperada possível. A verdade é que em um mundo de dinossauros, os roteiristas entendem que todo lugar é perigoso, colocando assim o emplumado Pyroraptor fazendo vítimas por onde passa para agitar a narrativa e trazendo a treinadora e seus Atrociraptors de volta para causar problemas para Brooklynn e seus amigos.
A grande ressalva desta temporada, talvez seja o fato de que a trama é forçada a ficar em banho maria em termos de desenvolvimento nos episódios iniciais, porque o arco desta vez é bem curto e com um objetivo bastante claro. Então tudo começa a ganhar fôlego de novo apenas nos episódios Fogo na Praça (3×04) e Fervendo (3×05), quando o grupo é obrigado a tomar uma decisão em ir ou não atrás da amiga que não quer ser encontrada.
O maior perigo corrido aqui, foi o fato de quase se repetirem com algo que já havia sido trabalhado na segunda temporada, mas Teoria do Caos é autoconsciente o suficiente para usar isto a seu favor, fazendo o grupo se separar com Darius, Ben e Yasmina indo para Malta atrás de Brooklynn, enquanto Kenji e Sammy iriam voltar para os EUA com um filhote a tiracolo, como entendemos no episódio Disfarçado (3×06).
O maior trunfo da série é sabe atiçar nossa curiosidade jogando conexões bastante explícitas com vários nomes do universo Jurassic World sendo citados, desde Owen, passando por Maisie Lockwood e até mesmo Blue, mostrando que as tramas estão acontecendo ao mesmo tempo e em alguns momentos quase se tocando deixando a sensação que todos estes personagens irão aparecer em algum momento.
Em termos de produção, o desenho se supera a cada nova temporada, a fotografia continua sendo uma das principais qualidades e a textura do desenho continua em uma melhora significativa, principalmente em termos de design de locações e criaturas, que são muito bem feitas.
Por tudo que foi comentado, fica claro que o maior chamariz de Jurassic World: Teoria do Caos é sua ação ininterrupta e senso de aventura alucinante. Os ganchos de episódios como Decisões, Decisões… (3×07) e Sem Escapatória (3×08), mostram que o ideal para o desenho é ser assistido em maratona, não só pelas sequências de pura adrenalina, mas pelos ganchos muito bem inseridos nos momentos certos.
No geral, a animação entrega uma terceira temporada boa, ainda que não seja a melhor, a série sabe como nos fazer ficar na ponta da cadeira ao colocar os “Seis de Nublar” em perigo constante. O combo final Sem Escapatória (3×08), Perseguição Ativa (3×09) e Morituri Te Salutant (3×10) é tudo aquilo que esperamos da série e um pouco mais, principalmente quando adentra o segundo ato de Jurassic World: Domínio (Jurassic World: Dominion, 2022), revelando cenas alucinantes, ao explorar o mercado negro de venda de dinos e o caos em Malta para entregar sequências incríveis com resoluções satisfatórias.
Mesmo que a sensação de capítulo do meio esteja presente em toda narrativa, Jurassic World: Teoria do Caos sabe entregar aventura de primeira com surpresas que ainda surpreendem, principalmente em termos de morte de personagens. E por mais que esteja claro para que caminho a narrativa vai seguir, resta saber se este será o desfecho para os “Seis de Nublar”, ou apenas o começo para um mundo de possibilidades. Que venha a próxima temporada.
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Engenheiro Eletricista de profissão, amante de cinema e séries em tempo integral, escrevendo criticas e resenhas por gosto. Fã de Star Wars, Senhor dos Anéis, Homem Aranha, Pantera Negra e tudo que seja bom envolvendo cultura pop. As vezes positivista demais, isso pode irritar iniciantes os que não o conhecem.