Goosebumps: O Desaparecimento: 2° Temporada – Menos viciante, menos empolgante e mais bizarra

Quando a primeira temporada de Goosebumps (2023 -) estreou, a repercussão foi razoável, muitos pensaram que não teria espaço para série continuar, porque, querendo ou não, a trama fecha redondinha, sem muito espaço para uma sequência. Quando a Disney anunciou que o seriado iria virar uma antologia, as reações foram mistas, afinal teríamos um novo elenco e a trama da temporada anterior não continuaria, mas será que a qualidade seria mantida?

Eis que surge, em 2025, a sequência denominada Goosebumps: O Desaparecimento (Goosebumps: The Vanishing), uma nova história, uma nova cidade (sai o cenário gelado do interior dos EUA e entra a movimentada Nova York) e um novo elenco, que traz uma nova trama cercada de mistério que segue o mesmo formato estabelecido pela temporada anterior, mas com algumas pequenas mudanças no caminho.

A série criada por Rob Letterman e Nicholas Stoller, agora mais comandada pelo primeiro que, inclusive, dirige três episódios e escreve outros no decorrer da temporada, tenta capturar a magia do elenco anterior, utilizando-se de uma trama que se passa no Brooklyn em 2024, mas que começa lá em meados de 1994, quando um grupo de adolescentes descobre instalações secretas em um sistema de túneis e acabam morrendo após aspirar uma fumaça misteriosa.

Um destes adolescentes era irmão de Anthony (David Schwimmer), que teve sua vida mudada desde então, mas ainda assim seguiu em frente, virando pai de dois adolescentes, Cece (Jayden Bartels) e Devin (Sam McCarthy), que estão no período de férias de verão e vão passar um tempo com pai, levando ambos a se conectarem com outros jovens da região: CJ (Elijah M. Cooper), Alex (Francesca Noel) e Frankie (Galilea La Salvia).

É através deste formato que embarcamos nos dois primeiros episódios Stay Out of the Basement Part I e II (2×01 e 2×02), que não só estabelece bem a trama, como coloca um novo e bizarro mistério no ar, envolvendo estes adolescentes que vão parar no mesmo lugar que Anthony e sua amiga Jen (Ana Ortiz) perderam seus amigos décadas atrás. 

O mistério continua sendo o grande trunfo de Goosebumps: O Desaparecimento, mas talvez não agrade tanto adultos, por ser adolescente demais para quem não curte este tipo de história. Porém, quem está em busca de algo sem muitas pretensões, o seriado pode ser a maratona perfeita para um final de semana monótono.

Veja bem, apesar desta segunda temporada não ter o charme da primeira, continua sendo envolvente da mesma forma ao apostar nas mais bizarras situações possíveis, com carros misteriosos ganhando vida, plantas gigantes comedoras de carne, sem falar nos segredos guardados na instalação que gira em torno da trama, que revelam outras criaturas ainda mais grotescas.

Os episódios The Haunted Car (2×03) e Monster Blood (2×04), podem não ser um primor narrativo, acredito que aqui a série segue um caminho bem mais seguro, ainda assim vale pela forma como vai explorando os personagens desvendando os mistérios em torno de substâncias e formas de vida esquisitas que vão os episódios. 

Talvez, o que falte no seriado, seja a forma como desenvolve seu elenco, que na temporada anterior era o ponto forte, nesta, porém, vira um drama adolescente cheio de conflitos, que as vezes funcionam e as vezes não, porém o elenco veterano, com a presença do ex-Friend, David Schwimmer (sim, temos referências a comédia clássica na série), além da atriz Ana Ortiz, dão um suporte necessário para manter a história fluindo, adicionando inclusive um pouco de humor.

É nesta pegada que Goosebumps acha seu equilíbrio para poder desenvolver melhor seu mistério, principalmente nos episódios The Boy Who Cried Monster (2×05) e The Girl Next Door (2×06), que começa a explorar melhor o passado dos pais que ajudam a moldar melhor a trama do presente como o mistério começa a ser desvendado.

Apesar do elenco adolescente ser bom, falta um pouco de química e um pouco de personalidade que sobrou na primeira temporada, ainda assim, acho que à medida que o público se acostuma com estes personagens, a trama flui melhor, inclusive, a narrativa mantém uma característica muito boa de outrora, o ritmo alucinante que é difícil parar de assistir.

Em termos de produção, o seriado tem bons efeitos visuais, além de uma produção caprichada para uma série adolescente, fazendo referência a filmes bacanas como Invasores de Corpos (Invasion of the Body Snatchers, 1978), além de outros clássicos do gênero ficção científica, que toma conta dos dois últimos episódios da temporada Welcome to Camp Nightmare (2×07) e Invasion of the Body Squeezers (2×08), enquanto o primeiro traz uma excelente revelação sobre a trama, o último é recheado de boas reviravoltas e um final redondinho, apesar de ter um gancho.

No geral, Goosebumps: O Desaparecimento deve agradar quem gostou da temporada anterior, deve atrair um público ainda mais jovem, e talvez algumas pessoas mais velhas por conta da presença de David Schwimmer, mas não deve atrair os mais exigentes que procuram algo mais elaborado. No final das contas, apesar de algumas ressalvas, a segunda temporada continua entretendo, continua sendo um bom passatempo e talvez seja isto que precisamos para sair um pouco do nosso turbulento dia-a-dia, uma história com começo, meio e fim.


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