O trecho da sinopse de Letargo define bem o que se esperar da obra. A websérie de nove episódios, criada e dirigida por Wallysson Campos e Eric Magda, é mais um projeto do coletivo independente cearense Vesic Pis e adentra na linha temporal de seu universo compartilhado. Com o intuito de fazer jus a proposta transmídia do coletivo, a série foi filmada com câmeras na vertical, de maneira que se adaptasse a ideia inicial de seus criadores de ser publicada no Instagram através dos Reels. Cada episódio possui duração menor que dois minutos.
E do que se trata Letargo? Na série, acompanhamos Marcos – interpretado por Wallysson Campos –, um jovem que trabalha para uma traficante chamada Alicia (Dandara Lima), a fim de conseguir mais dinheiro para o seu sustento. Durante uma de suas “entregas”, ele conhece Felipe – interpretado por Luis Galdino – e ambos acabam se interessando um pelo outro. Contudo, conciliar esse amor e o novo trabalho não será nada fácil para Marcos, o que levará seu romance à prova no decorrer da temporada.
Letargo, com uma duração de apenas dez minutos no total (juntando todos os seus episódios), se propõe a oferecer romance, ação, drama e suspense para o espectador. A série é fruto do trabalho de uma equipe técnica e elenco inteiramente formados por artistas LGBTQIAP+ cearenses. Mais uma investida do cinema queer independente brasileiro de trazer suas próprias histórias para o público de maneira acessível, buscando alcançar novos apreciadores desse tipo de produção audiovisual. Com uma história curta, porém frenética e repleta de emoções, não permite ao espectador relaxar em seu assento.
Para quem se interessa por produções queer independentes contemporâneas, os nove episódios de Letargo estão disponíveis no Instagram da Vesic Pis (@vesicpis) e também no Youtube do canal do coletivo (basta clicar aqui) em um único vídeo contendo todos os episódios. Vale à pena conferir!
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Escritore, estudante de Cinema e Audiovisual, Diretore de Arte, Roteirista e integrante do coletivo independente Vesic Pis. Para o desespero da sociedade, não-binárie e, pior, terrivelmente canceriane. Apreciadore de punk rock e música eletrônica duvidosa, dedica seu tempo a tentar terminar as leituras iniciadas, assistir filmes e séries com muito gore, ouvir podcasts sobre crimes reais e política e cuidar de um papagaio possivelmente homofóbico.