Junji Ito: Histórias Macabras do Japão – Estamos falando de um anime novo mesmo?

O anime Junji ito: Histórias Macabras do Japão (Junji Ito Maniac: Japanese Tales of the Macabre, 2022) estreou este dia 19 de Janeiro na Netflix. Para quem ainda não conhece o autor das obras, as quais foram adaptadas de mangás, Junji Ito é considerado o mestre do horror. Suas obras são, em sua maioria, muito voltadas ao horror que já conhecemos, o chamado Lovecraftiano. Digo isso pois é comum que suas obras não acabem da forma que esperamos, ela gira em torno do terror cósmico, que sempre acaba em um final absurdamente assustador e sem explicação. 

Junji ito começou sua ilustre carreira com a obra Tomie em 1987, e foi o que alavancou o autor em sua jornada de mangaká. As obras cumprem o que prometem: são cheias de mistérios, seres horripilantes e um final que pode causar desespero em alguns. Entretanto, adaptar essas obras para o ambiente cinematográfico é, de fato, um desafio e tanto, uma vez que o autor se empenha bastante nos detalhes, mas alguns tentaram a sorte. Já existem filmes e animes de adaptações de suas obras, mas todos pecam no mesmo aspecto: tiram completamente a essência do horripilante e assustador. 

Já existe uma adaptação anime do Junji ito, intitulada Junji Ito Collection (Junji Itô: Korekushon) lançado em 2018 e, sinceramente, a única mudança que vejo é que, no novo anime da Netflix, conseguiram selecionar algumas poucas histórias que nos prendem e realmente nos passam uma sensação de medo ou horrendo. No mais, a animação só nos causa horror com seus traços pouco detalhados e sua dublagem em “pt-br” nada diversificada (também tem o fato de que em algumas cenas foi usado CGI, e eu não sou muito fã do mesmo em anime). O que me fez continuar aqui foi, como já disse, a escolha de algumas histórias, como por exemplo balões no ar, camadas de terror, estátua sem cabeça e a mulher que sussurra. Definitivamente daria para dizer que dos 12 episódios lançados, 6 são excelentes e os outros 6 são medianos. 

A verdade é essa: quem assistiu a primeira adaptação de anime sobre as histórias do mangaká de 2018, não vê nenhuma diferença da adaptação de 2023. A de 2018 tem histórias extremamente chatas, uma animação que parece feita por programas ruins de celular e nada detalhadas, com utilizações de gifs durante os episódios e até mesmo erros de anatomia. É grotesco como acabaram com a reputação dos mangás dessa forma, mas acredito que apesar de tudo, essa de 2023 ainda é melhor que a de 2018, pois em comparação, tem bem mais detalhes em seus traços e uma trilha sonora que casa muito bem com os episódios, então dar uma chance pode abrir novas portas para o consumo dos mangás.

Aos que gostam muito das obras desse autor, não é necessário perder as esperanças! A adaptação de sua obra Uzumaki está sendo produzida pela Adult Swin e Production IG e, ao contrário das citadas, ela parece ser bem melhor ambientada e trabalhada (dessa vez, alguém está fazendo seu trabalho). No mais, recomendo que assistam com as expectativas baixas.


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