The Promised Neverland – Bons pontos de virada e um final surpreendente

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Yakusoku no Neverland ou, como é conhecido por aqui, The Promised Neverland é um mangá da demografia Shounen que é publicado pela Shueisha na revista semanal Weekly Shonen Jump, ele é escrito por Kaiu Shirai e desenhado por Posuka Demizu. Iniciado em agosto de 2016, hoje o mangá conta 13 volumes no momento. Seu anime é produzido pelo estúdio CloverWorks e chegou ao público no Japão em janeiro de 2019 e no resto do mundo veio através do serviço de streaming Crunchyroll.

A história se passa num orfanato em que crianças são criadas com o intuito de servir de alimento para monstros, quanto mais desenvolvido o cérebro, mais valiosa e saborosa se torna a mercadoria, portanto, é comum as crianças mais inteligentes sobreviverem até os 11 anos de idade, período em que o cérebro se desenvolve por completo. Nenhuma dessas informações chegam às crianças que vivem uma vida feliz e sem preocupação até chegar o dia de serem “adotadas”. Contudo, algo foge do padrão e três dessas crianças descobrem tudo, são justamente os protagonistas da história Emma, Norman e Ray, juntos eles buscam uma forma de fugir desse destino fatídico.

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Olhando de uma forma bem geral e resumida, esse é o plot de desenvolvimento da primeira temporada de The Promised Neverland, seguindo uma nova tendência das animações japonesas de se trabalhar por temporadas, essa busca adaptar os primeiros 4 volumes do mangá e uma parte do quinto. A adaptação aqui é bem feita, segue bem a estrutura do formato original impresso e traz consigo um ar de originalidade, seja suavizando um pouco o traço dos autores ou incluindo uma boa trilha sonora. A animação feita pelo CloverWorks também é responsável por entregar episódios muito bem dirigidos e sempre com um bom ganho para o próximo, algo que toda série deveria ter, mas que nem todas têm.

O ponto de maior destaque, contudo, é a narrativa. Embora a arte seja linda e o design dos personagens seja bem feito, é na forma que a história é construída que mora a excelência do primeiro anime. Os personagens são bem desenvolvidos, cada um possui sua particularidade que, embora sejam diferentes, elas se completam, além do trio protagonista tem destaque a Irmã Krone, Mamãe Isabella, Don, Guilda e o pequeno Phil. Todos esses personagens aliados com a narrativa dão ao público o material necessário para fidelizar a série.  

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Desde o primeiro episódio, quando acompanhamos Emma e Norman na descoberta de toda a verdade, até o episódio final surgem constantes pontos de viradas no roteiro e nos personagens. É algo feito de uma forma tão magistral que não se torna um recurso repetitivo ou previsível. O clima e o jogo de gato e rato se estendem de uma forma muito boa nos primeiros episódios, o grande ponto de virada se dá quando a irmã Krone é morta e deixa para Norman, Emma e Ray uma possibilidade de fuga. Os três últimos episódios da temporada aumentam ainda mais o clima tenso, com a descoberta da mamãe e o fim dos planos iniciais do trio. O final da temporada deixa um bom gancho para sua continuação que deve chegar apenas em 2020.

A primeira temporada de The Promised Neverland entrega um material de boa qualidade seja pela animação primorosa de seu estúdio ou pela capacidade de adaptação do material fonte. Ela dá um fôlego a mais na demografia Shounen, seus personagens, protagonistas ou não, oferecem um carisma fora do comum e um desenvolvimento bem executado. De uma forma geral, The Promised Neverland surpreende pela sua capacidade de prender a atenção e manter um clima de tensão e suspense até os segundos finais do último episódio, certamente um dos melhores animes de 2019.