Adão Negro, clássico vilão do Shazam!, ganhou filme solo em 2022 com ares de anti-herói e com Dwayne “The Rock” Johnson no papel principal. O nosso carismático Maui foi suficiente bom para sairmos cantando You’re Welcome ou nem isso foi capaz de salvar o filme? Bom, nem 8 ou 80. Adão Negro (Black Adam, 2022) erra em muitos pontos, mas acerta em outros.
O grande problema de Adão Negro, na verdade, está fora das telas. A grande confusão que o DCU tem se tornado (se é que um dia foi coeso) prejudica demais o filme. Em uma era pós Ultimato, talvez fosse hora de explorar consolidação de histórias ao invés de se tentar amarrar tudo em um engodo que não tem solução lógica.
Fica difícil saber se o filme não empolga por deméritos de direção e de roteiro ou se ele sofre pela falta de coesão com o DCU. Nada ali faz muito sentido, principalmente a relação com Amanda Waller (Viola Davis) na cena pós-crédito e a aparição do Superman de Heny Cavill, que foi demitido meses depois do papel e está de fora dos planos da Warner.
Assistir esse filme (que tinha potencial) é muito frustrante sabendo dos problemas fora dele. Não há como criar um laço emocional com o personagem ou com as histórias secundárias que estão sendo contadas. Não é possível nem se empolgar com Pierce Brosnan como Senhor Destino ou Aldis Hodge como Gavião Negro, pois não sabemos se esses personagens irão retornar em algum momento.
Adão Negro nem é o pior filme baseado em um personagem de quadrinhos do ano (Um beijo para Thor: Amor e Trovão), mas ele sofre por algo que o filme da Marvel tem: continuidade e a certeza de não ser um filme descartável (embora possa ser esquecível). Não estou querendo dizer que a DC e Warner devem seguir a fórmula Marvel (Disney). A essa altura seria impossível. Porém apostar em decisões mais acertadas e que não sejam anuladas menos de dois meses depois seria um bom começo.
Nem o carismático The Rock foi capaz de salvar esse filme. O que resta para aqueles que gostam dos personagens da DC comics no cinema é aguardar talvez a mão do James Gunn para tentar se ajeitar ou voltar aos trilhos. Outra aposta é seguir com filmes solos aparentemente desconexos (como The Batman e Joker). Como espectadores de cinema, nos resta aguardar e torcer para bons filmes e não um emaranhado de boas ideias que são forçadamente mal executadas.
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Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.