O Carnaval é uma das manifestações culturais mais significativas do Brasil, e em quase dois anos com o adiamento oficial da festa por conta da Pandemia, o coração do brasileiro ficou apertadinho, até que finalmente, este ano, conseguimos ter de volta um gostinho dessa nossa animação anual. Pensando nisso lembrei de alguns filmes, 6 documentários e 6 longas de ficção, que de alguma forma perpassam várias nuances diferentes dessa nossa heterogênea comemoração, passando por Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.
Memória em Verde e Rosa
(Pedro von Krüger, 2016)
Um passeio pelo morro da Mangueira, berço da Estação Primeira e de várias lendas do samba. Tantinho, Nelson Sargento, Delegado e outros contam suas histórias e lembram as dificuldades enfrentadas antes do reconhecimento como artistas e moradores ilustres de uma das comunidades mais famosas do Rio de Janeiro.
Onde assistir: Amazon Prime Video
Damas do Samba
(Susanna Lira, 2013)
Mulheres que são pastoras, compositoras, passistas, musas, tias, intérpretes e muitas outras que fazem parte da construção de uma identidade nacional mestiça. Uma retrospectiva da trajetória do samba ao longo da História, com enfoque na participação feminina em sua construção e desenvolvimento até os dias de hoje.
Onde assistir: Amazon Prime Video ou Disney+
O Próximo Samba
(Marcelo Lavandoski, 2016)
Os bastidores de uma das maiores escolas de samba, a Estação Primeira de Mangueira, que além de tudo é um ícone do samba mundial. Depois de 14 anos sem ganhar um campeonato, o documentário apresenta os primeiros passos até grande vitória, tornando a Mangueira a campeã de 2016.
Onde assistir: –
O Samba
(Georges Gachot, 2014)
O cantor, compositor, escritor e bamba Martinho da Vila guia o espectador através do gigantesco mundo do samba investigando as origens do ritmo, destacando sua importância em diferentes esferas, contando histórias sobre sua carreira e apresentando sua agremiação do coração, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Isabel.
Onde assistir: –
Axé: Canto do Povo de um Lugar
(Chico Kertész, 2016)
Axé: Canto Do Povo De Um Lugar relata a história de um dos dos movimentos musicais mais globalizados do mundo, o Axé, originário da Bahia. Mostrando como o ritmo musical carrega em sua essência boa parte de todo o sincretismo musical e cultural baiano, o documentário reúne entrevistas e imagens de arquivo com objetivo de traçar um ponto inicial do nascimento do gênero.
Onde assistir: Netflix
Fevereiros
(Marcio Debellian, 2017)
O documentário foi responsável por registrar a vitória da escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira em 2016, que teve um enredo homenageando a cantora baiana Maria Bethânia. Além de filmar a escola e os preparativos do barracão, a produção ainda acompanhou a cantora nas festas da Nossa Senhora da Purificação, na Bahia.
Onde assistir: Globoplay
Carnaval
(Leandro Neri, 2021)
Em Carnaval, a influenciadora Nina (Giovana Cordeiro) descobre a traição do seu namorado através de um vídeo que viralizou na internet. Ela, então, decide usar seus contatos para conseguir uma viagem com tudo pago para Salvador e curtir o carnaval com suas amigas (GKay, Sâmia Pascotto e Bruna Inocencio). E lá ela percebe que a vida real pode ser melhor que imaginava.
Onde assistir: Netflix
Jonas
(Lô Politi, 2015)
Em pleno Carnaval um rapaz (Jesuíta Barbosa) sequestra a filha da patroa da sua mãe, por quem sempre foi apaixonado, e a mantém refém dentro de um carro alegórico em forma de baleia. Presos na “barriga” do animal, eles iniciam um romance.
Onde assistir: Netflix
Fim de Festa
(Hilton Lacerda, 2019)
Breno (Gustavo Patriota) e Penha (Amanda Beça) conhecem Ângelo (Leandro Villa) e Indira (Safira Moreira), um casal que veio da Bahia para festejar o carnaval. Em uma confraternização, os quatro jovens se reúnem na casa de Breno, mas a quarta-feira de cinzas traz uma má notícia: uma jovem francesa é brutalmente assassinada por asfixia. O crime faz com que o pai de Breno (Irandhir Santos), um policial civil, retorne mais cedo de suas férias para investigar o caso. Além do incômodo de ter estranhos em sua casa, o oficial acaba encontrando vestígios afetivos no desdobramento do crime.
Onde assistir: Globoplay/Telecine
Ó Paí, Ó
(Monique Gardenberg, 2007)
Em um animado cortiço do centro histórico do Pelourinho, em Salvador, tudo é compartilhado pelos seus moradores, especialmente a paixão pelo Carnaval e a antipatia pela síndica do prédio, Dona Joana (Luciana Souza). Todos tentam encontrar um lugar nos últimos dias do Carnaval, seja trabalhando ou brincando. Incomodada com a farra dos condôminos, Dona Joana decide puni-los, cortando o fornecimento de água do prédio. A falta d’água faz com que o aspirante a cantor Roque (Lázaro Ramos); o motorista de táxi Reginaldo (Érico Brás) e sua esposa Maria (Valdinéia Soriano); o travesti Yolanda (Lyu Arisson), amante de Reginaldo; a jogadora de búzios Raimunda (Cássia Vale); o homossexual dono de bar Neuzão (Tânia Tôko) e sua sensual sobrinha Rosa (Emanuelle Araújo); Carmen (Auristela Sá), que realiza abortos clandestinos e ao mesmo tempo mantém um pequeno orfanato em seu apartamento; Psilene (Dira Paes), irmã de Carmen que está fazendo uma visita após um período na Europa; e a Baiana (Rejane Maia), de quem todos são fregueses; se confrontem e se solidarizem perante o problema.
Onde assistir: Globoplay/Telecine
Orfeu
(Carlos Diegues, 1999)
Orfeu (Toni Garrido) é um popular compositor de uma escola de samba carioca. Residente de uma favela, ele se apaixona perdidamente quando conhece a bela Eurídice (Patrícia França), uma mulher que acaba de se mudar para o local. Mas entre eles existe ainda Lucinho (Murilo Benício), chefe do tráfico local, que irá modificar drasticamente a vida de ambos.
Onde assistir: –
Trinta
(Paulo Machline, 2014)
Cinebiografia do carnavalesco Joãosinho Trinta (Matheus Nachtergaele), o filme traça o retrato do artista a partir de um recorte no tempo. Dos anos 1960, quando se mudou do Maranhão para o Rio de Janeiro a fim de se tornar bailarino do Theatro Municipal; até 1974, ano em que assume o posto de carnavalesco da Acadêmicos do Salgueiro, tradicional escola de samba do carnaval carioca. Do anonimato à consagração, Trinta aborda a amizade e o rompimento de Joãosinho Trinta com o cenógrafo e carnavalesco Fernando Pamplona (Paulo Tiefenthaler), o preconceito sofrido dentro da própria família e a inveja despertada no barracão.
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Cineasta e Historiador. Membro da ACECCINE (Associação Cearense de Críticos de Cinema). É viciado em listas, roer as unhas e em assistir mais filmes e séries do que parece ser possível. Tem mais projetos do que tem tempo para concretizá-los. Não curte filmes de dança, mas ama Dirty Dancing. Apaixonado por faroestes, filmes de gângster e distopias.