Há muito tempo esperava-se o anúncio de Resident Evil 8, principalmente depois do sucesso de seu antecessor. A história que introduziu Ethan Winters e uma nova mecânica e perspectiva na série era um amálgama de referências boas e uma interessante mudança de gameplay, saindo da tradicional câmera em 3ª pessoa e passando para a câmera em 1ª, isso fez com que os jogadores submergissem em uma nova experiência e sensações.
Resident Evil VIIlage (2021) chegou em maio de 2021 com a tarefa de continuar essa experiência e expandir não só a história e os personagens, mas também a mitologia da franquia. Explorar pontos ainda não revelados parecia ser o caminho desse jogo, que era circundado de mistérios. De uma forma geral, esses mistérios foram mantidos, servindo como base para instigar o jogador a explorar esse mundo, a ler cada arquivo do jogo, para que tudo aquilo fizesse o mínimo de sentido. Nesse ponto, a Capcom acertou ao entregar um jogo bem ambientado e com bastante mistério a ser resolvido, contudo alguns pontos parecem ir além do que realmente se esperava.
Não que o jogo seja ruim, na verdade ele é muito bom, mas há sim alguns exageros que são bem conhecidos dos fãs de Resident Evil. Em RE8 (vou abreviar a partir de aqui) existe uma clara intenção de homenagear Resident Evil 4 (2005), não só por se passar na Europa, mas por trazer elementos de ação ao já tão conhecido gênero Survival Horror. O que em Resident Evil 4 parece fazer bastante sentido, em RE8 algumas dessas exageradas cenas de ação perdem um pouco dessa percepção. Por exemplo, monstros gigantes que precisam ser derrotados. Monstros gigantes não são novidade na série Resident Evil, mas antes o foco era no terror e na estratégia para derrotá-los, aqui a ação passa a saltar aos olhos.
O jogador, ao terminar RE8, pode ficar com um sentimento de incompletude, seja pela campanha rápida ou pela expectativa que o jogo gerava, principalmente por se tratar de um jogo de nova geração de consoles. No fim, a Capcom entregou um bom jogo, mas bem longe do potencial que ele tinha, e certamente aquém do que os jogadores, principalmente os fãs da franquia, mereciam. Talvez seja a hora de pensar um pouco nos jogos futuros e em estratégias para desenvolver o potencial dessas histórias e jogabilidades.
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Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.