Mostra Cearense no 19º NOIA | Maravilhas – Alice no País das Maravilhas cearense

Maravilhas, dirigido por Mari Ellen, é um filme ousado, realizado por estudantes de cinema. E isso não apenas por sua produção, que busca trabalhar o melhor que pode com seu baixo orçamento, mas por sua ideia. Existem poucas experimentações de cinema de gênero, ainda mais de ação, dentro do curso de Cinema e Audiovisual da UFC, mesmo que elas tenham aumentado mais recentemente, e eu falo como recém-egressa do curso.

O filme conta a história de um resgate, de uma mulher que tem alguma ligação com a magia do mundo, em um cenário que reimagina Alice no País das Maravilhas de Lewis Caroll, seguindo a proposta do coletivo Vesic Pis,  que busca realizar obras com equipe, elenco e personagens mais femininos, negres e LBGTQIA+.

Contando com um diverso elenco, o curta traz Alice sendo interpretada por Letícia Aguiar, enquanto Lídia dos Anjos interpreta a Rainha de Copas. Outros nomes fazem parte do elenco, sendo eles Gabe Antunes como Lagarta, Lailton Oliveira como Coelho Branco, Glen Morais como Glenda – uma personagem original que compartilha maiores laços com o universo expandido. 

Funcionando como um conto, uma fração de uma história muito maior, temos personagens que já se conhecem e têm relações pré-estabelecidas nessa misteriosa floresta em que vivem, mas entraram em conflito. Com um universo maior a ser explorado, a obra se concretiza como um fabuloso ponto de começo – ou de final. A fotografia do curta é feita por Anne Linhares, capaz de trabalhar os ambientes e os personagens de uma forma particular. Os efeitos do filme e sua edição foram feitos por Amanda Aguiar

É muito interessante ver personagens tão conhecidos apresentados de um modo tão diferente, alguns são mais fáceis de reconhecer do que outros, ainda mais com a criativa direção de arte, assinada por Andréia Almeida, sendo muito perceptível o cuidado e dedicação em cada etapa da produção, desde os adereços do elenco até a finalização.

No final, nem tudo pode ser entendido, mas é algo já imaginado, visto que o coletivo tem um universo de filmes e séries interligadas, mas a história chega a uma conclusão e se fecha, apesar dos pontos em aberto, deixando curiosidade para o que mais se passa nesse universo.


Para saber mais sobre o 19º NOIA – Festival do Audiovisual Universitário, clique aqui.

Leia os textos de Elvio FranklinEric Magda e Thiago Henrique Sena, que fizeram parte do Júri da Crítica do festival como membros da ACECCINE (Associação Cearense de Críticos de Cinema) aqui.