The 100 – 7×07: The Queen’s Gambit

Estamos a um passo da metade da temporada e a série segue amarrando as pontas para os desfecho de seu universo, mas com sete episódios, e sendo The Queen’s Gambit o terceiro exemplo problemático, não restam dúvidas que The 100 (2014-) tem muita coisa para lidar. Isso poderia um bom indício domdo a ser trabalhado, mas por três vezes, a famosinha da CW suprime muitos plots dentro da duração padrão do canal, o que termina tirando o efeito primordial se tivessem desenvolvido com mais afinco. Em sete capítulos, é notória a irregularidade do que contávamos ser o último e melhor ano do show.

Apesar da montagem pouco dinâmica, este foi um momento necessário para os personagens. O bom drama se fez presente para acertar as farpas desde que a Anomalia surgiu. Iniciando em Bardo, a narrativa enfim quebrou o suspense acerca do perigo que os favoritos da série estariam correndo, e bem, os eventos por lá trouxeram sequências emocionantes e surpresas empolgante para as teorias. Para quem sentiu raiva pelo que Gabriel (Choku Modu) fez no episódio passado, ele agiu em proteção dos amigos, uma vez que não conhecia as pessoas do complexo, o que de certa adiantou os planos de “Anders”: enquanto em Sanctum, Gabriel estudou as pedras cinquenta anos a mais que os bardanos, sendo assim, queriam a colaboração para explorar o máximo dos códigos. 

O porquê disso, se deve a estarem preparados quando forem usar Clarke na anunciada guerra. Depois de Gabriel, as circunstâncias em Bardo se dividiram nas celas que separavam Echo/Octavia e Diyoza/Hope. Ter tais cenas foi o suficiente para exemplificar o problema da série discorrer por tantos perrengues. Na primeira dupla, acompanhamos duas pessoas repletas de propósitos e características comuns: ambas se fizeram assassinas, aprenderam a lutar enquanto a redenção estava em alguém amavam, Bellamy (Bob Morley). A diferença é que O tinha encontrado uma trégua para os próprios demônios e pôde se perdoar, e no caso de Echo, é uma personagem misteriosa, por isso, é um primor quando ganhamos um vislumbre do que a molda, como sua profunda lembrança a qual remetia a fase em que se conectou com Bell através da lealdade que zela. Ter acesso a esta informação deu uma camada única para entendermos como para é ela lidar a respeito da suposta morte do amado.

Echo foi criada para ser uma guerreira, ter o que lutar, e Bell era essa âncora de equilíbrio, e perdê-lo após anos de busca, foi um golpe fatal até para quem foi ensinada a não se prender aos sentimentos. A construção para quando Octavia ofereceu um abraço de consolo e compreensão foi fenomenal, primeiro porque elas precisam, segundo, Echo carecia. Porém, o amargo estava ali no meio: a sensação foi de uma oportunidade precocemente aproveitada pelo que o episódio ainda tinha a abordar. A frase ideal, um acerto de almas conflituosas, onde tinha de correr contra o tempo e entregar logo tal cena.

O mesmo acontecia na outra cela. Diyoza e Hope. Mãe e filha. Diferença de experiências injustamente tiradas. O jardim que a ex prisioneira de Eligius III esperava usar para mostrar a sua pequena garota o que aprendeu a ser (lá no 7×02); o carinho que queria dar; o exemplo de resiliência. Só restou duas mulheres: a mãe vendo escapar das mãos aquilo que evitou projetar em Hope, enquanto enxerga ainda a pequenina que crescia em Skyring, já Hope, permanece a necessidade de lutar pelo que precisou enfrentar a fim de recuperar a mãe. Apesar das frases de efeito, o meio arranjado por Diyoza, para então lidar com que temia ver na filha, se fez satisfatório pela urgência das situações. 

Encerrando os acontecimentos em Bardo, tivemos dois maravilhosos casos. Echo canalizando para os ensinamentos de Azgeda e desbancou a encenação de que estão sendo prisioneiras: o intuito era pressioná-las até cederem lutar com os bardanos na guerra pastoral. E não só por isso, tê-las, assim como Gabriel apoiando, facilitaria convencer Clarke, o que me coloca no segundo triunfo do episódio: a chegada da Wanheda, junto com Raven, Miller, Niylah e Jordan em Bardo. Rendendo os Discípulos, foram então informados por Gabriel da “morte” de Bellamy, mas a surpresa veio depois: ansioso por finalmente ter a chave no recinto, aquele (Neal McDonough) que achávamos ser Anders, foi lá despertar o cujo pastor e líder do sistema bardano, ou como melhor conhecíamos, Bill Cadogan ( John Pyper-Ferguson). É pra valer: Bill evoluiu o culto no bunker de Polis para o culto de Discípulos em Bardo. Ou seja, fundou um novo meio junto com os remanescentes do Segundo Amanhecer. As teorias estavas corretas.

Agora, adentramos para os eventos em Sanctum, onde ganhamos um avanço para a prometida revolução dos grupos. Dando título ao episódio, foi na inesperada interação entre Sheidheda (JR Bourne) e Murphy (Richard Hardmon) a ideia por traz de “the queen’s gambit”. Inclinado a aparentemente puxar mais um aliado, o dark commander chamou nosso Skaikru para um jogo de damas. Afronta dali e aqui, chegamos no calo do comandante sombrio: ele não aceita que teve seus planos malignos frustrados de reunir novos fiéis e poder liderá-los, o que já sabemos, mas foi primoroso Murphy relembrar os feitos de Lexa (Alycia Debnam-Carey) quando comandante, o que superou os pensamentos do fracassado Sheidheda.

Contudo, o miolo não estava contido no seguimento do jogo de dama, e sim no “gambit”, o que na tradução temos “artimanha”, que foi exatamente o intuito de Sheidheda ao convocar Murphy, não para vencê-lo, e sim enrolar enquanto seus aliados promoviam a revolução no salão de Sanctum — como na dama o gambito se trata de uma jogada de sacrifícios para obter benefícios, jogar foi a sacada de Sheidheda para ganhar tempo . Ele sabia que apenas as intenções pacíficas de Emori (Luisa d’Oliveira) de reunificação não seria suficiente para convencer os grupos da harmonia, e a presença de Murphy lá acarretaria numa mudança de cenário. No fim, o descontentamento estava claro: tempos extremos vão se desenrolar no Planeta da Lua.

E não menos importante, também tivemos o breve momento com Madi (Lola Flanery). Junto a sua reação ao pedido de Indra (Adina Poter) foi definido de maneira eficiente os conflitos que Madi enfrentava quando comandante: tinha de atender as expectativas de um ritual, ser líder. A consequência foi carregar responsabilidades de decidir e responder por suas ações. Agora que não lhe pertence mais este papel, a personagem expressa o desejo de qualquer criança: aproveitar a infância da idade. Até então, a jovem tinha sido privada de aproveitar, para não que expusesse que é uma nightblood. Agora, mesmo tendo a chance de jogar futebol, o arco da moça não irá se resumir a este encontro interior, já que está tendo vislumbres das pedras do fenômeno verde e do que aparenta ser um culto de adoração a um ser envolto em luz.

Apesar do ritmo travado, a direção de Lindsey Morgan conseguiu honrar os desdobramentos dramáticos do roteiro escrito por Miranda Kwok, e principalmente, não deixar esquecer que a série continua importante.

 

Últimos comentários:

100: na review do primeiro episódio, eu comentei que tanto Eliza Taylor quanto Lindsey Morgan iriam estrear no cargo direção nesta temporada, mas me informando devidamente, entendi que a Lindsey assumiu o lugar de Eliza depois que a colega de elenco sofreu um aborto espontâneo em janeiro, e assim, desistiu de comandar a trama em respeito a outras mulheres. Perdão pelo equívoco.

99: que vacilo não ter Indra participando deste episódio, ainda mais com os conflitos em Sanctum.

98: agora que Clarke e cia chegaram a Bardo, é mais que certo que Gaia (Tati Gabrielle) esteja no mesmo planeta que Bellamy.

97: o braço direito de Bill destacou a crença dele e dos Discípulos na Transcendência, e que o intuito de vencer a última guerra, é chegar na geração final de uma espécie. Como Clarke será útil para obter os demais códigos da pedra? Seria uma guerra com planos de outro apocalipse a fim de atingir o povo definitivo?

96: já está na hora de The 100 lembrar quem é sua protagonista e nada melhor que um encontro com Bill Cadogan. Anaconda vem aí, e com desastre nuclear no episódio prequel que supostamente servirá como piloto de um spin-off da série. Até semana que vem!