Lançado em 1997, para o PlayStation, Final Fantasy VII é o primeiro grande RPG do console da Sony. Depois de um longo período de jogos lançados exclusivamente pela Nintendo, a Squaresoft (atualmente Square Enix) lançou o primeiro Final Fantasy com modelagem 3D. O caráter experimental da tecnologia coube bem no jogo, tornando-o uma das referências do RPG eletrônico dali para a frente. Aliado a tecnologia estavam os bons personagens e o enredo envolvente.
Tudo nesse jogo é bom. A história de um modo geral é sobre a proteção do planeta que é explorado por uma grande corporação, a Shinra. A vida do planeta, a lifestream, é sugada por essa empresa que possui vários reatores de energia. No início do jogo vemos tudo sob o ponto de vista da organização Avalanche que luta para libertar o planeta. Embora seja um jogo de mais de 20 anos, seu plot continua relevante para nosso mundo atual. Sendo possível fazer essa relação com nosso mundo. A narrativa do jogo se desenvolve nesse sentido e acaba ficando cada vez mais grandiosa até se revelar o verdadeiro vilão e que planeja extinguir toda a vida do planeta, pois os seres vivos não são mais dignos de viver lá. Outro ponto alto na narrativa do jogo é no desenvolvimento de seus personagens, aqui todos têm seu background desenvolvido e, de certo modo, todos estão ligados ao sentimento de preservação do planeta. O esmero é tanto que até o personagens que são tido como secretos possuem uma história bem desenvolvida. É como se todos habitassem o mesmo barco e juntos tivessem que lutar por um futuro melhor.
A jogabilidade também é um ponto alto aqui. A franquia Final Fantasy é conhecida por cada jogo ser único, sem necessariamente haver uma continuação, isso também se aplica ao gameplay. Cada jogo da franquia apresenta uma jogabilidade diferente. Aqui os destaques vão para os limits breaks, ataques especiais únicos de cada personagem que podem ser usados mediante ao preenchimento de uma barra de limits, e para o sistema de matérias que podem ser divididas em magias de ataque, de defesa e cura, de suporte e de invocações. Aliás as animações tanto dos limits quanto das magias e invocações são lindíssimas, o uso do 3D para ilustrar é bem executado aqui.
Além dos gráficos vale o destaque também para a trilha e efeitos sonoros do jogo. Os sons de cada ataque, magia ou invocação são fruto de um trabalho reformulado para a nova tecnologia implantada pelo jogo. As músicas são um espetáculo à parte, Nobuo Uematsu já conhecido compositor da franquia entrega talvez um dos melhores trabalhos, vou destacar duas músicas que valem a pena ouvir e o tema de batalha, o tema de Cosmo Canyon, lembrando que o álbum completo com as músicas do jogo está disponível no Spotify.
Final Fantasy VII foi a porta de entrada da franquia para muita gente (eu incluso), embora existam outros com a narrativa tão trabalhada quanto este, seu caráter inovador e popularização da franquia o tornam único na cultura dos RPGs eletrônicos. O sétimo jogo apresenta uma história socialmente relevante e leva seu jogador a um engajamento surreal, fazendo com que queiramos saber sempre mais da sua história e de seu mundo. É a perfeita combinação entre gameplay e experiência de jogo. É um dos melhores de sua geração e certamente um dos melhores existentes até os dias de hoje, redefinindo um gênero e ditando tendências.
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Memory 1 #07 – Final Fantasy VII
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.