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Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inanição, permitir que um ser humano venha a ser ferido.
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Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
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Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou com a Segunda Lei.
Para quem não tem muita familiaridade com a literatura de ficção científica existem três autores essenciais, dos quais você pode começar a ler, que lançaram as bases para muitos conceitos do gênero: Mary Shelley, autora de Frankenstein: ou O Moderno Prometeu (1823), considerado o primeiro livro de ficção científica já escrito; Arthur C. Clarke, autor de 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), livro que redefiniu, na literatura e no cinema, todo o imaginário sobre o homem e o espaço sideral; e finalmente, mas não menos importante, Isaac Asimov e suas leis da robótica.
Como o próprio autor relata no prefácio de O Sol Desvelado (1956), a palavra “robô” não foi inventada por ele e já existia muito antes de 1939, quando começou a escrever sua primeira história de robôs intitulada então de Robbie (1940), conto que viria a se tornar o original que inspirou a adaptação cinematográfica de Chris Columbus, O Homem Bicentenário (Bicentennial Man, 1999). Entretanto, Asimov inovou e criou um marco na literatura de ficção com as suas leis da robótica. Listadas acima elas não são somente retórica em suas histórias de robôs, são componentes essenciais da trama que movem desde motivações das personagens até situações de mudança dramática. Os contos sobre robôs são os mais conhecidos do autor, para além disso temos a saga da Fundação em que a questão não está em voga, considerada a verdadeira obra prima do autor e, por isso, merece um texto somente para ela; e a quadrilogia dos romances policiais com robôs.
As Cavernas de Aço (1953); O Sol Desvelado (1956); Os Robôs da Alvorada (1983); Os Robôs e o Império (1985); sãos os quatro livro de Isaac Asimov onde acompanhamos as histórias do detetive Elijaah Baley e seu parceiro positrônico Daneel Olivaw. As narrativas dos romances têm as três leis da robótica como um dos fios centrais da trama. Muitas das situações que são desenvolvidas têm origem na interpretação das leis.
O Sol Desvelado segue o mesmo ritmo rápido de romance policial do primeiro volume, As Cavernas de Aço. Apesar de ser uma sequência você não precisa ler o livro anterior para entender ou se envolver com a história, o clima de suspense e descoberta nos ajuda e muito nisso. Elijaah Baley é um detetive na Terra que é incumbido, junto de um parceiro robô, de investigar um assassinato. Mesma trama do volume anterior com uma grande diferença: dessa vez o crime acontece em outro planeta colonizado pela humanidade (os três romances de robôs de Asimov se passam em um futuro em que os seres humanos foram capazes de viajar para outros planetas e lá construir sociedades totalmente diferentes da terrestre). Esse novo aspecto na trama causa incríveis dinâmicas de interações de personagens com visões de mundo diferentes e em alguns aspectos opostas.
Mestrando em História pela UFC, professor, torcedor do Fortaleza, viciado em leitura, música nordestina dos anos 70, The Office e Robert Zemeckis. Depois de muito ódio finalmente está em paz com o final de GoT.