Vingadores – A Promessa, a jornada e o fim

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Às vésperas da estreia de Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, 2019), nós do Só Mais Uma Coisa resolvemos fazer algo muito comum quando estamos chegando a um capítulo final muito aguardado, nos voltamos para o começo de tudo. Convidamos nosso amigo querido Vinicius Caldas, do canal de culinária medieval Cozinha dos Tronos, para que ele pudesse compartilhar sua história com a franquia e também suas sensações agora que estamos diante do fim desse primeiro grande arco que foi a Saga do Infinito.

Reprodução/Arquivo pessoal

Em 2012 perdi meu avô numa tragédia. Naquele mesmo ano, sofria pressão de todos os lados para decidir o que eu seria depois de terminar o ensino médio. Exatamente 7 anos atrás, minha vida foi alterada para sempre. No mesmo ano, nesse mesmo mês, estreava nos cinemas o que para muitos poderia ser só mais um filme de herói, mas para o Vinicius de 16 anos já não se tratava só de um filme, se tratava de algo inédito, um acontecimento, a união de heróis que nos foram apresentados ao longo de 5 filmes.

Eu lembro da minha ansiedade na fila da espera pra entrar na sala de cinema, que na época não tinha lugar marcado. Lembro de ter ido pelo menos 5 vezes na bilheteria pegar os pôsteres de cada um dos heróis e iniciar a contagem regressiva de dias um mês antes da estréia de Os Vingadores (The Avengers, 2012)

Assisti sentado num dos piores lugares da sala, colado na parede, com uma caixa de som atrapalhando o perímetro da minha visão. Nada disso importou quando os créditos subiram e a promessa de algo ainda maior foi feita. Naquele momento, jurei para mim mesmo que me manteria firme em qualquer uma das situações que aparecessem. Jurei que não deixaria que essa minha paixão de viver e de criar mundos fosse apagada dentro de mim. Estaria lá quando a promessa da batalha contra Thanos fosse exibida. E aconteceu. E eu fiquei atônito de ter visto o que vi, mas como se não bastasse toda uma jornada, a Marvel Studios queria mais. E aqui estamos.

Nessa altura, eu não sei mais o que dizer sobre tudo isso. Mas talvez, o maior paralelo que eu possa fazer é o momento que o tema dos Vingadores toca pela primeira vez na tela dos cinemas. A música mais importante da minha vida. A música do meu despertador que me tirava da cama todos os dias me lembrando que eu tinha que sobreviver. Pode parecer exagero, mas não é.

Divulgação/Marvel

A cena começa com heróis separados, lutando sozinhos contra seus inimigos. Isolados eles vão aos poucos se juntando. Finalmente, eles entendem que juntos podem derrotar o que estiver pela frente. Eles se juntam e a câmera faz aquela tomada fantástica girando entorno do grupo que acaba de se formar. Ali começou a construção de um sonho.

Foi isso que o universo cinematográfico da Marvel me proporcionou. Um sonho literal, onde eu pudesse entrar em um mundo e conhecer sua estrutura, personagens, mitologia e conflitos. A história com um começo, um meio e um fim onde eu me apeguei num momento difícil da minha vida e usei disso como a base dos meus passos. Estou aqui hoje pela construção dessas narrativas encantadoras, capazes de me fazer esperar 11 anos para uma conclusão de uma jornada. Todos nós temos nossas jornadas pessoais, mas vivemos juntos a construção da jornada de nossos heróis. Vivemos juntos nossos conflitos, desafios e glórias. As pré-estreias, as discussões de teorias, o medo dos spoilers, a euforia em trailers, as noites editando podcasts e principalmente aquele momento de ansiedade esperando as cenas pós créditos para saber qual seria o próximo capítulo da maior história contada em sequência do cinema.

Ao final do último filme, Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018), eu estava feliz de ter conseguido chegar até aquele momento, mas agora o final chegou de verdade. Comecei essa jornada com alguns amigos e hoje termino com vários, que estavam lá e viveram comigo esse sonho compartilhado. Isso nos uniu, nos fez quem somos hoje. Nos formou como sonhadores, que sabem o poder de uma história e seus símbolos, muito além do entretenimento. Essa história ninguém nunca vai poder nos tirar. É essa lembrança que virá toda as vezes que eu ouvir o tema de Vingadores de novo e de novo.

Obrigado pela jornada. Obrigado por terem vivido isso comigo.