Neste domingo (11), estreou o sexto episódio da nona temporada de The Walking Dead, sendo ele o primeiro episódio após a saída de Andrew Lincoln da série. O episódio contou com um salto temporal de no mínimo seis anos, e nos mostrou as novas dinâmicas entre as comunidades de sobreviventes.
Logo de cara vemos que Michonne (Danai Gurira) ainda não está bem. Não é algo inesperado, devido a quantidade de perdas que ela sofreu desde o início do apocalipse. Após a morte de seu filho Andre Anthony, seu namorado Mike e o amigo Terry, Michonne ficou visivelmente perturbada, e andava com os zumbis de Mike e Terry amarrados em correntes, usando-os como proteção. Foi só após encontrar Andrea (Laurie Holden), no final da segunda temporada, que ela conseguiu aos poucos recuperar sua humanidade, mais tarde encontrando o grupo de Rick (Andrew Lincoln) na prisão. Após a morte de Andrea seu relacionamento com Carl (Chandler Riggs) foi se desenvolvendo fortemente, passando de melhores amigos para uma relação entre mãe e filho. Durante a sexta temporada, após uma parceria duradoura, seu relacionamento amoroso com Rick começou (de longe o melhor casal dessa série, ainda não acredito que não vou mais vê-los juntos), e ela se afeiçoou ainda mais a Judith, que passou a cuidar como se fosse também sua filha. Na nona temporada, Michonne e Rick começaram a conversar sobre terem filhos próprios, e parecia que as coisas estavam se encaminhando para isso até a “morte” de Rick. Ainda fragilizada com a morte de Carl, Michonne claramente tomou um baque muito grande ao ver Rick se sacrificando pelo grupo, e mesmo após seis anos, ela ainda demonstra sinais graves de luto, chegando a falar sozinha como se estivesse conversando com Rick, e endurecendo sua postura com relação a segurança de Judith (Cailey Fleming) e do resto da comunidade em Alexandria. Isso complica as coisas quando Judith, que tem uma personalidade parecida com a de Rick, resgata um grupo de sobreviventes, e convence Aaron (Ross Marquand), Rosita (Christian Serratos) e Eugene (Josh McDermitt) a levá-los de volta a Alexandria. Michonne adota uma postura hostil durante o episódio e nos é mostrado melhor como ela passa seus dias e qual o papel que ela adotou na comunidade após a morte de Rick.
Somos apresentados também ao novo grupo de sobreviventes, que conta com Luke (Dan Fogler), Magna (Nadia Hilker) e mais 3 pessoas, sendo uma delas surda. Achei super interessante o uso da linguagem de sinais durante o episódio, assim como a dinâmica que foi apresentada dentro deste pequeno grupo. Eles parecem ser boas pessoas, mas como já fomos enganados em TWD antes, ficaremos atentos para os episódios seguintes.
Outro ponto chave da trama dessa semana foi a separação entre as comunidades. Durante o decorrer do episódio, fica claro que Hilltop, Alexandria e O Reino não são tão unidas quanto costumavam ser. Não vemos nenhuma aparição dos moradores de Hilltop, mas sabe-se que houve um evento durante esse salto temporal que causou uma hostilidade entre as comunidades, um evento maior do que a morte de Rick. Ezekiel (Khary Payton) e Carol (Melissa McBride), agora casados, estão tendo problemas com a infraestrutura do reino, e mesmo assim Ezekiel hesita em pedir ajuda às outras comunidades. O casal criou Henry (Matt Lintz) como seu filho (o menino os chama de pai e mãe) e quando ele demonstra seu desejo em ser aprendiz do ferreiro em Hilltop, Ezekiel se preocupa com a segurança do garoto, o que dá a entender que as relações com Maggie (Lauren Cohan) estão piores do que se pensava (caso ela ainda seja a líder, o que não fica realmente claro durante o episódio). Vemos também um lado de Carol que alguns espectadores talvez tivessem esquecido, o lado maternal (que chega a ser mortal). Num encontro com um grupo de ex-salvadores, Carol tem uma postura passiva inicialmente, mas suas ações para acabar com a ameaça são um tanto contraditórias e devidamente cruéis. Ela me lembrou muito a Carol da prisão, quando ela assassina as pessoas doentes antes mesmo de eles terem virado zumbis, para não arriscar contaminar mais ninguém (lembrando que ela foi banida justamente por isso). Fiquemos atentos para o desenvolvimento da personagem nesta temporada.
Por último, e fazendo mais uma referência aos quadrinhos, Rosita e Eugene precisam fugir de um bando de zumbis que parece ter consciência própria. Em determinado momento, podemos ouvir o que parece ser comunicação por meio de fala entre os zumbis, mas isso não significa que os bichos estejam evoluindo. Aqui começa a ser apresentado um novo grupo de sobreviventes, que certamente será a grande ameaça da temporada, os Sussurradores. Quem acompanha os quadrinhos sabe que os Sussurradores são pessoas que vestem as peles dos zumbis e andam entre eles, sendo capazes de controlar bandos de grandes proporções e fazer estragos por onde passam. Isso se provará ser um novo desafio para as comunidades, já que os Sussurradores podem atrapalhar as tentativas de desviar os bandos para longe da civilização.
No geral, achei o episódio dessa semana bem interessante. A ausência de Rick foi bem trabalhada, e a adição de novos personagens deixou a trama mais densa. Fico no aguardo das novas alianças que poderão se formar, e em saber mais sobre o que ocorreu com cada um dos nossos favoritos, especialmente Daryl (Norman Reedus), que parece ter virado um recluso na floresta durante o salto temporal.
Graduada em Cinema e Audiovisual. Roteirista, produtora, feminista e a pisciana mais ariana do mundo. Fã de Buffy, Harry Potter e Brooklyn 99, Gabi passa seu tempo ensinando que não se deve sentir vergonha das coisas que gostamos, nem deixar de questionar as coisas só porque gostamos delas.