Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo – Velhas conquistas, novas memórias

Eu fui ver Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo (Mamma Mia! Here We Go Again, 2018) com todo carinho do mundo porque sou uma pessoa apaixonada por música, e achei, desde o primeiro filme,  Mamma Mia! – O Filme (Mamma Mia!, 2008), que o encaixe das músicas no roteiro foi incrível (porque, na verdade,  o roteiro que foi adaptado pras músicas). Achei uma lindeza.
Lá fui eu na torcida pro segundo filme ser ótimo também.
O filme não foi decepcionante, posso até dizer que foi bem bom, mas tenho algumas ressalvas com a minha experiência ao assistir (o som da sala em que assisti estava muito ruim e só dava pra escutar o acompanhamento, quase não se escutava a voz nas músicas, o que pra mim certamente modificou a experiência do filme). Dito isso, tenho observações, principalmente no que diz respeito à relação de amizade entre mulheres, pois dá um empurrãozinho na ideia de que (minhas palavras em seguida) “amigas tem que engolir sapos e aceitar certas posições para que outra amiga seja beneficiada e saia da lama” Não concordo com essa atitude, inclusive acho que há muita injustiça na perpetuação desse pensamento.
Outro problema do filme é que tem uns clichezinho que poderiam ser dispensados, coisas que são previsíveis durante o desenrolar do filme, mas estamos falando de um filme que se baseia em músicas apaixonantes e algumas vezes muito animadas das décadas de 70 e 80, músicas essas escritas e cantadas por dois casais (o ABBA)  construindo famílias e vendendo milhares de discos ao redor do mundo… Dá pra entender os clichês né?
O roteiro não é tão brilhante quanto o do primeiro filme. Enquanto no primeiro há uma busca pela história familiar associada com a organização do casamento de Sophie (Amanda Seyfried) neste há uma busca por conexão com sua mãe, Donna (Meryl Streep), e a inauguração do hotel tanto almejado desde o primeiro filme. Embora haja uma boa intenção, o desenrolar da história ficou mais maçante. Porém as partes da história que são no passado da Donna são muito empolgantes. E tenho que admitir que o trio Lily James, Alexa Davies e Jéssica Keenan Wyn (que fazem Donna e suas duas amigas quando eram mais jovens) é tão bom quanto Maryl Streep, Julie Walters e Christine Baranski.
Em relação às músicas, algumas são menos conhecidas quanto às que tocam no primeiro o que deixa o filme com um ritmo diferente, um pouco menos animado, mas tem efeito rebote quando chegam às músicas clássicas do ABBA e tudo vira uma festa só e quando percebe você já está cantando dentro do cinema.
A cena final do filme é como no primeiro, um show à parte, e faz você sair do filme cantando a música em questão porque é contagiante demais.
Mais uma coisa, se você for uma pessoa que se anima pra viajar se prepare para sair do filme com um ímpeto maravilhoso de comprar uma passagem pra aproveitar o dia.
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Mainna Souza
Estudante de medicina e mãe do Eric. Viciada em séries médicas, filmes de dança e em montar quebra-cabeças. Tem uma bicicleta chamada Bel e vai nela pra qualquer lugar levando uma mochila pesadíssima. É portadora ilegal de um vira-tempo.