Invocação do Mal 2 – Quando um bom filme faz você superar o medo

 

 

A história do Invocação do Mal 2 se passa 7 anos após o primeiro filme, dessa vez o caso de possessão demoníaca se passa na Inglaterra. A igreja não acredita nos fatos e convoca o casal Lorraine e Ed Warren (Vera Farmiga e Patrick Wilson) para investigar o caso. Assim como o primeiro filme, este também tem um pé em fatos reais o que faz com que ele se torne ainda mais assustador.
O primeiro filme, Invocação do Mal (The Conjuring, 2013), é um excelente filme do gênero, com uma boa realização do diretor James Wan, o segundo mantém o padrão do primeiro e, se possível, eleva ainda alguns aspectos. Temos novamente como background uma família atormentada por um espírito. No caso, uma família pobre do subúrbio de Londres, e o espírito é de um velho chamado Billy Wilkins que atormenta a casa.
O filme faz excelente uso dos clichês do gênero, é um uso sem ser piegas, sabemos que aqueles recursos estão ali para aquela finalidade, em contrapartida o filme não faz nenhum esforço para reinventar o gênero, tornando-se um bom filme de terror, mas sem nenhuma inovação na linguagem. O filme é extremamente bem feito, o seu orçamento, em relação ao primeiro, foi mais que dobrado, o que dá ao diretor um número bem maior de possibilidades, tem muitas variações de formas de filmar, há um plano-sequência no filme muito bem realizado logo no início.
Outro aspecto que é bem trabalho é a relação entre os personagens, aqui eles estão mais desenvolvidos e podemos nos identificar com eles, o que em um filme de terror é um problema (ao menos para mim), pois sempre fico com medo de algo ruim acontecer aos personagens que estou gostando, boa parte desse desenvolvimento faz com que o filme se alongue, tendo um pouco mais de duas horas de duração, alguns podem achar o filme arrastado em alguns aspectos, contudo as boas atuações do elenco compensam esse arrasto, com destaque para os protagonistas Vera Farmiga, Patrick Wilson e a pequena Madison Wolfe.
Em relação aos sustos, bom o filme entrega o que promete e dá susto praticamente o filme inteiro, as cenas da casa, em particular, são as mais amedrontadoras possíveis, o público da sessão simplesmente gritava a cada jumpscare do filme e muitos desses eram imprevisíveis. O filme é perfeito? Não, ele tem defeitos, o que mais me incomodou foi o uso de CGI em algumas cenas, eu entendo que foi por escolha do diretor, mas acho que um efeito prático seria mais efetivo.
Por ser baseado em uma história real, muitos dos materiais utilizados para o roteiro do filme são fáceis de achar na internet, dentre eles uma entrevista que aconteceu de verdade com a menina naquela época.
Assista se tiver coragem