Borderlands é uma das franquias de tiro mais divertidas que tem. Seja pela sua história simples, mas funcional, ou pelos seus personagens marcantes e carismáticos. Sua jogabilidade sempre causou nos jogadores boas risadas e momentos desafiadores que aumentavam o engajamento do público. Em setembro de 2019 a Gearbox Software e a 2K Games lançam para Ps4, Xbox One e PC o mais recente jogo da franquia, o tão aguardado Borderlands 3.
O início do jogo e os tutoriais seguem o padrão da franquia, o que fica evidente logo nos primeiros minutos de gameplay é a evidente melhoria gráfica em relação aos jogos anteriores e a completa reformulação da disposição do menu e das informações da tela. Está tudo mais bonito. Os novos personagens, a interação com os personagens antigos. Eu joguei tudo na sequência Borderlands: The Pre-Sequel! (2014) e Borderlands 2 (2012), então quando vi os personagens dos jogos anteriores aparecendo tudo ficou muito familiar. Eu imagino a sensação de quem é fã da franquia a longa data, o quanto devem ter ficado emocionados a cada aparição dos personagens já consagrados.
A história segue em uma continuação da série principal, o vilão da série de jogos, o “The Handsome” Jack, foi morto. Novos vilões surgem e tentam um novo plano. A narrativa clichê é o charme do jogo. Abertamente galhofa, Borderlands 3 aproveita o melhor da breguice de seus personagens e traz isso para o enredo. O resultado é um jogo divertido e com cenas muito engraçadas. Embora a dupla de vilões não chegue perto do carisma de Jack, eles são capazes de desafiar o jogador e emocionar em determinados momentos da história. Essas emoções são ressaltadas justamente para aqueles que são fãs da franquia e que se importam com os personagens.
Mas nem tudo são flores no terceiro jogo. Embora o padrão da história e a evolução gráfica sejam um chamariz para conhecer a franquia, os poucos minutos de gameplay já servem para afastar os jogadores mais novos. O jogo é completamente bugado, existe delay de render dos cenários, eles começam todos poligonais e em alguns segundos ficam com a qualidade melhorada. A performance também é comprometida, constantes quedas de quadro deixam o jogo truncado e lento, o que é inaceitável para um jogo de tiro. Por fim o pior problema de todos, principalmente para quem for jogar em multiplayer, todas as vezes que o menu é aberto o jogo dá umas travadas que atrapalham muito a jogabilidade, houve casos em que meu personagem morria porque ele travava, isso tornou a experiência muito frustrante em alguns momentos, principalmente os mais frenéticos. O mais engraçado é que o jogo te dá a opção entre priorizar os gráficos ou o desempenho, em nenhuma das opções o game roda bem.
Borderlands 3 é um jogo muito divertido e bastante desafiador, os inimigos são variados; as armas e as habilidades também. É o maior jogo da franquia e as possibilidades de upgrades, desenvolvimento e caracterização de personagens é quase infinita, mas seus constantes bugs e falhas na performance frustram demais uma experiência que era para ser muito mais divertida. Fica aqui a esperança de lançamento de patches para correção dos problemas, até lá é possível jogar, mas com ressalvas e bastante paciência, priorizando a história e se envolvendo com os personagens, que sem dúvida são os pontos altos do jogo.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.