Pra que servem as guerras? Absolutamente nada. Kong é a metáfora mais louca que alguém poderia esperar em relação aos horrores da guerra. Passado no final da guerra do Vietnã, um grupo de cientistas buscam o segredos da famigerada Ilha da Caveira, um local pacato e isolado do mundo com uma sombria fama de que nenhum avião ou navio passa inteiro por lá. Para ir encontrar as criaturas misteriosas, eles recrutam um grupo heterogêneo de pessoas composto por militares sisudos que acabaram de perder uma guerra, um explorador e uma fotógrafa anti-guerra.
Isso é o que se pode dizer de história sobre:
Kong: Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, 2017), o filme que trás de volta o rei dos monstros para o cinema, maior e mais mortal do que nunca. Focando no que importa nesse tipo de filme, até começamos com ares de filmes clássicos de guerra, querendo passar a sensação de um
Apocalypse Now (1979) e ele até segue competente nisso até que a ilha é introduzida, mas aqui ele abraça o que queria ser desde o inicio e mostra a que veio, combate frenético e lindo de dois monstros gigantes. Eventualmente são introduzidos os
Skull Crawlers, que são os adversários de Kong pelo domínio da ilha.
A sequência de introdução do macaco certamente faz jus à indicação do filme ao Oscar de efeitos especiais, com uma destruição sem igual de helicópteros com direito a árvores, corpos e máquinas voando e explodindo. Kong, literalmente, nunca esteve tão grande quanto nesse filme, com a maior altura de sua história (já que esse vai ter que cair na porrada com o novo Godzilla).
Enquanto esses monstros se matam e destroem a si mesmos, nós temos nossas âncoras humanas, responsáveis por nos levarem nesse furacão de destruição. A fotografia do filme, além de enquadrar planos dignos de obras de arte, faz questão de deixar os humanos perto dos monstros, mostrando não só a escala impressionante, mas também a visão que eles tem, o quão vulneráveis eles se sentem perante aquelas grandiosidades. O filme que claramente é focado em entreter as pessoas que amam criaturas (principalmente as gigantes que resolvem lutar entre si), traz em seus subtexto uma crítica à guerra, traçando um paralelo da destruição, caos e animalidade dos monstros com o que os próprios humanos fizeram e fazem nas infinitas guerras travadas. Kong luta pela ilha, ele é um animal e faz o que sabe, matar, mas pelo menos ele tem um propósito. A humanidade supostamente teria evoluído, mas Kong nos mostra, do jeito mais caótico possível, que ainda somos animais.
Estudante de Publicidade na Universidade de Fortaleza, Miguel é o Sonserina mais Lufa-Lufa que se tem notícia. Esse grande apreciador de açaí passa a maior parte do seu tempo tentando ser o mais legal possível. E quase sempre consegue. Legalzão é cheio de surpresas, chora fácil, ri mais fácil ainda. Gosta de cozinhar, toca um monte de instrumentos, ama correr, assistir filmes de ação, joga videogame como quem respira e venera animes de esportes, quase tudo na mesma medida (a medida do exagero).