Pra quem não sabe eu recentemente me tornei pai, e como bom pai de primeira viagem a todo instante estou descobrindo algo novo sobre o bebê. Quando percebi que ele já estava reconhecendo cores e percebendo melhor movimentos e reagindo a eles entendi que chegava a hora de apresentar-lhe um grande amigo meu, o Netflix. Juntos então adentramos o perfil “kids” e começamos uma busca por coisas que o agradassem. A tentação de mostrar animações que marcaram minha infância e adolescência era grande, mas como o neném ainda tem poucos meses achei melhor guardar esse grande momento pra depois. Decidi então buscar coisas novas e que estivessem de acordo com sua idade. Com o tempo algumas séries animadas conquistaram não só ao bebê, mas também a mim mesmo e decidi deixar aqui cinco dicas de animações infantis incríveis disponíveis no Netflix para você assistir junto com seu filhote.
Criado pelo australiano Josh Wakely, a ideia de Beat Bugs é pegar as músicas dos Beatles e transformá-las em histórias vividas por um grupo de insetinhos (ou besouros, que traduzindo para o inglês pode ser “beetles”). Uma ideia ao mesmo tempo simples e incrível. Confesso que, por não ser muito fã da banda britânica e achar o traço da animação um pouco estranho, fiquei inclinado a não explorar a série, mas fiquei muito curioso para ver como eles iriam adaptar cada episódio a uma música diferente e acabei curtindo bastante depois que vi. A animação é bem colorida, o que rapidamente chamou a atenção do bebê, além do que músicas são sempre uma boa pedida para distrair crianças. Muito interessante também (mais para os adultos do que para as crianças) é a participação de alguns músicos conhecidos como Pink, Sia e Eddie Vedder, entre outros interpretando algumas das canções. A série é uma produção do próprio Netflix e já tem uma segunda temporada em produção para ser lançada ainda este ano.
PS: seria pedir demais um spin off com músicas do Iron Maiden? Seria incrível.
Timmy e seus Amigos é uma criação da Aardman Animations, responsável por filmes como A Fuga das Galinhas (Chicken Run, 2000) e Por Água Abaixo (Flushed Away, 2006) e é um spin off da série Shaun o Carneiro (Shaun the Sheep, 2007 -), que por sua vez é um spin off de Wallace e Grommit, animação chave do estúdios, com vários filmes lançados, sendo o mais recente o longa Wallace & Gromit: a Batalha dos Vegetais (The Curse of the Were-Rabbit, 2005). Timmy Time, como são majoritariamente as produções da Aardman, é uma animação em stopmotion, o que na minha opinião é muito enriquecedor para bebês pela forma quase palpável como o material usado nos personagens e no cenário é apresentado. Podemos ver claramente que o pelo de Timmy é realmente lã e que uma cerquinha que aparece no cenário é madeira de verdade, e tudo isso incorporado em episódios bem coloridos e de forma bastante lúdica, já que não há diálogos falados.
PS; Outra animação stopmotion que descobri recentemente no Netflix e que curti bastante foi Os Irmãos Coala, vale a pena dar uma conferida.
Pocoyo é uma série anglo-espanhola criada e distribuída pela Granada International. A animação é extremamente minimalista e com personagens e enredo muito simples. Com a ajuda de um narrador (Stephen Fry no original) e de vários amigos (imaginários?) Pocoyo, um garotinho de, eu diria 3 ou 4 anos, aprende e descobre várias coisas. Algo que me chamou a atenção quando comecei a ver o desenho foi o fundo branco e a falta de cenários mais elaborados (com algumas exceções), o que faz com que o centro das atenções sejam os personagens e suas ações. A interação do narrador e dos personagens com o expectador também foi uma coisa que me cativou bastante. Sempre que alguma dúvida surge o narrador questiona as “crianças” e um pequeno espaço de tempo é deixado para que os pequeninos pensem nas respostas. Além disso, apesar da simplicidade, os personagens são bastante cativante e divertidos.
Finalmente uma animaçãozinha 2D pra compor essa lista. Criado por Sarah Gomes Harris e Tim O’Sullivan, e produzido para a BBC pela Karrot Enterteinment, Sarah e o Pato é uma das animações mais singelas que eu já vi na minha vida, daquelas que dá um aperto no coração de tanto amor. Tudo é muito simples, desde o traço, onde quase podemos ver o cuidado do desenhista, passando pelas cores leves do cenário, até a trilha ao mesmo tempo calma e feliz. Aqui, como em Pocoyo, temos também a presença de um narrador personagem interagindo com a dupla de protagonistas, e que dupla, Sarah e Pato são cativantes ao extremo, impossível não amar essa amizade desde o primeiro episódio. O desenho traz questões cotidianas de forma lúdica e inteligentes, ótimas para o aprendizado da criança.
PS: Outra do Netflix para quem curtiu as aventuras de Sarah e Pato é a clássica Charlie e Lola (Charlie and Lola, 2005 – 2008).
Uma parceria entre Netflix e Jib Jab Bros. Studios, o primeiro da nossa lista é, talvez, o mais educativo dos cinco. A premissa é exatamente crianças com dúvidas de crianças perguntando aos Storybots, criaturinhas que vivem dentro do computador (uma alusão clara ao Gloogle?) que vão ao “mundo real” em busca da resposta. As perguntas vão desde “Como os aviões voam?” à “Qual a origem das batatas fritas?”. Uma das coisas mais interessantes do desenho é a variedade de tipos de animação utilizadas, 2D. 3D, stopmotion, além de live action e dos puppets (aqueles bonecos de mão tipo Muppets). Os personagens são bem divertidos, sempre se atrapalhando ao buscar as melhores respostas para as crianças e no caminho descobrem muitas outras coisas e curiosidades. É legal destacar as participações especiais de algumas celebridades em alguns episódios, como Whoopi Goldberg interpretando a fada do dente e Kevin Smith como o super, mega, Ultra Homem. Infelizmente apenas 6 episódios foram produzidos. Esperamos ansiosamente pela segunda temporada.
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Cineasta e Historiador. Membro da ACECCINE (Associação Cearense de Críticos de Cinema). É viciado em listas, roer as unhas e em assistir mais filmes e séries do que parece ser possível. Tem mais projetos do que tem tempo para concretizá-los. Não curte filmes de dança, mas ama Dirty Dancing. Apaixonado por faroestes, filmes de gângster e distopias.