A Arte de Amar

 

A Arte de Amar (L’art d’aimer) uma comédia francesa de 2012, conta uma série de pequenas histórias que se entrecruzam em uma Paris cosmopolita que seduz com seus personagens carismáticos e engraçados. O filme busca uma relação entre os sentidos, inicialmente com uma bela explicação sobre o conceito de paixão e como podemos relacionar isso com a música, uma metáfora visual muito bonita, embora não original, mas que cumpre bem seu papel de preparar o espectador para as histórias que vão vir.
No total são cinco histórias que mais parecem curtas, todos entrelaçados de alguma forma e buscando diferentes perspectivas em relação ao amor e paixão. O filme tem desde o casal jovem que prega o relacionamento aberto, mas que tem medo e ciúme mesmo assim, até o casal mais experiente em que a esposa pensa em deixar o marido para não o trair, mas que ele aceita essa condição para ela não partir, embora seja justamente essa liberdade que a faz ficar com o marido. Além deles, temos o solteiro aos cinquenta anos que tem dificuldade em se relacionar, mas que acaba por se apaixonar pela vizinha recém chegada que tem pensamentos complexos em relação ao amor. Também temos a história principal, aquela que serve para guiar as outras, entre um triângulo amoroso, um amigo é apaixonado por uma amiga casada, que propõe um encontro às cegas, mas que na hora desiste e acaba convencendo uma das suas melhores amigas a ir em seu lugar.
Todas essas histórias refletem uma maneira de pensar e sentir o amor, o desejo e a paixão. O grande mérito do roteiro desse filme é dar vazão as diversas e distintas maneira de sentir tudo os que os personagens sentem, todos, claro, inseridos em padrões estereotipados de cidadãos francesas em uma Paris cosmopolita. A escolha de certos enquadramentos e a maneira como o diretor opta por alguns planos e iluminações, aliados a divisões das histórias em subtítulos, regrados por músicas clássicas que, competentemente, sobem as tensões dramáticas, lembram, ainda que maneira distante, um cinema de início de carreira do Woody Allen, o distanciamento do diretor nova iorquino se dá, sobretudo, pois A Arte de Amar tem uma veia mais para o lado romântico culminando em happy ending, enquanto os filmes de Allen trabalham sempre com a ironia ácida de um personagem paranoico.
A arte de amar é um filme que pode passar desapercebido pelos espectadores, mas que possui um roteiro competente, personagens carismáticos e um bom trabalho de estereótipos, é uma comédia leve que certamente renderá risadas do seu público.