Rebelde: 2ª Temporada – Rebelde Outra Vez

Seis meses depois da primeira, a segunda temporada de Rebelde (2022 -) da Netflix estreou e obviamente que eu ia voltar aqui pra falar sobre a série que faz todo mundo voltar a ser adolescente.

Essa temporada já estreou com o pé na porta, ficando novamente entre as mais assistidas da plataforma na semana de estreia. Com novos rumos, novos personagens e diversos temas abordados em uma única temporada, Rebelde toca em temas atuais e necessários. Apesar de 8 capítulos ainda ser pouco para caber tanta história, essa temporada distribui melhor o tempo de tela entre as personagens e também aprofunda em temas de maneira mais inteligente. Muito mais focado em música, nos próprios personagens e em temas polêmicos, mas necessários, a segunda parte da história de Jana (Azul Aguita), Esteban (Sérgio Mayer Mori), Luka (Franco Masini), MJ (Andrea Chaparro), Dixon (Jerónimo Cantillo), Andi (Lizeth Selene), Emilia (Giovanna Grigio) e Sebastian (Alejandro Puente) toma rumos inesperados.

Vamos do começo. Logo no início da temporada, Gus Bauman (Flavio Medina) é o novo diretor do MEP, o programa de música do EWS (Elite Way School) e tem uma perspectiva… diferente. Uma de suas falas até virou polêmica na internet: “Ninguém mais quer ouvir bandas. Quem quer a volta do RBD?”, aparentemente muita gente. Mas não se engane, Gus Bauman representa muito bem a indústria da música quando exige que os alunos façam músicas “iguais e sem alma” como bem pontua Dixon, exigindo posts “virais” nas redes sociais e criando um ar competitivo em um ambiente que deveria ser de aprendizado e acolhedor. Esse é um dos temas que Rebelde, que questiona o pop atual, o que as gravadoras exigem de seus artistas (lembrem-se do caso recente da cantora Halsey, que expôs sua gravadora. Halsey disse que gostaria de lançar uma música, mas que sua gravadora estava segurando o lançamento pois gostariam de criar uma “trend” no aplicativo de vídeos “Tik Tok” para a canção e a música seria lançada apenas DEPOIS disso) e como a música e seus significados se “perderam”. É um tema extremamente atual e ousado, ainda mais para o que se propõe uma série “adolescente” da Netflix. O assunto ainda é tratado com maturidade pelo seriado, ganhando peso principalmente pelo contraponto que o personagem Dixon (Cantillo) faz. Além desse, outros temas como gravidez, vazamento de conteúdo explícito e dirigir bêbado e suas consequências, fazem parte da trama, ainda que de forma mais superficial. Tudo nesta segunda temporada parece tratado com mais responsabilidade, calma e um tempo de tela mais adequado.

As atuações, inclusive, parecem ter subido de nível junto com os temas retratados, com a adição de personagens interessantíssimos como Okane (Saak), que não só tem um arco muito bacana, como faz outros personagens crescerem e serem mais questionadores, mostrando uma outra camada, principalmente Jana (Aguita). Além disso, Ilse (Mariané Cartas) traz leveza e humor à um personagem mais unidimensional. A nova dinâmica criada pela adição de mais personagens, que poderia ser bem confusa e problemática, é, na verdade, revigorante para a série, fazendo bom uso de suas características positivas e usando as negativas de forma a dar profundidade na trama.

De um modo geral, a nova temporada de Rebelde é, na minha opinião, ainda melhor que a primeira e aborda os temas escolhidos de forma mais responsável que a antecessora mexicana, até mesmo pelo ano em que ambas foram feitas. Estou ansiosa para a terceira temporada, que promete entregar muito mais drama do que as anteriores. Como é bom ser Rebelde outra vez.


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