Y Soy Rebelde!

Eu era uma criança quando Rebelde (2004 – 2006) estreou no Brasil e eu lembro TANTO dessa novela que eu até achei que era mais velha quando passou por aqui… até conferir as datas da exibição no Brasil (2005, eu tinha 9 anos. NOVE!!!). Rebelde foi um fenômeno mundial e uma febre entre crianças e adolescentes. A novela fez sucesso até na sua volta ao SBT em 2013. A banda RBD (criada a partir da novela com os mesmos atores) conquistou prêmios, discos de diamante, ouro e platina entre o México, Brasil, Estados Unidos, Chile, Colômbia e Espanha e até um retorno em 2020 com quatro dos seis integrantes originais. Uma verdadeira paixão, especialmente no Brasil, tomou conta nos anos em que a novela ficou no ar. 

Passado todo esse tempo, ganhando até uma versão em português não tão aclamada assim pelos fãs antigos entre 2011 e 2012 pela Rede Record de televisão, o fenômeno ainda é lembrado com muito carinho pelos fãs, que sabem as músicas de cór até hoje (eu inclusa). E agora ele pode ser relembrado mais uma vez.

Elenco original da novela

Investindo em conteúdos latino-americanos e até em reboots e remakes de novelas latinas (como “Café com Aroma de Mulher”), Rebelde ganhou seu próprio reboot pela Netflix com uma série de oito capítulos, que estreou em 5 de janeiro de 2022. A série, que contém novos integrantes, novos uniformes, novas músicas e até novos arranjos para músicas icônicas da novela mexicana original, acerta em trazer um elenco jovem e variado, vindo de lugares como México, Argentina, Colômbia e até mesmo Brasil (onde Giovanna Grigio, conhecida por interpretar Mili na mais recente edição de Chiquititas, nos representa muito bem, aliás) e também trazer personagens conhecidas como Celina Ferrer (interpretada pela mesma atriz, Estefania Villareal) como nova diretora do colégio, além de sobrenomes conhecidos do público. A trama, apesar de cheia de novas nuances e mais adequada aos tempos atuais (com a inclusão de personagens LGBTQIAP+, por exemplo – e acredite essa inclusão é feita de forma bem natural e apropriada), possui elementos parecidos com a novela que já conhecemos. Além disso, a série toda tem o “ar” que a novela mexicana tinha… Algo meio inexplicável, o famoso “só quem viveu sabe”, onde também de forma literal e figurativa, presta homenagem aos personagens icônicos que conhecemos.


Apesar dos acertos, a inclusão de diversos conflitos e a tentativa de vai-e-volta de personagens que ora estão do lado do bem, ora do mal, além da própria junção dos personagens principais, deixa o ritmo um tanto apressado e atropelado, com coisas que poderiam levar mais capítulos para se resolverem. Acredito que a produção quis entregar o máximo de coisas possíveis em uma única temporada. A segunda temporada, entretanto, acaba de ser confirmada pela Netflix enquanto escrevo esse texto.

Ainda assim, a série da Netflix entrega o que promete, sendo uma mistura de nostalgia com sentimentos novos, que não compromete nem quem já era fã e nem quem está chegando agora. Através desses novos rebeldes, seguimos uma jornada adolescente com problemas adolescentes e que me fez voltar à 2005. Y SOY REBELDE! e você também pode ser.


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