Logo após o lançamento de Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, 2015), o próximo filme do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU na sigla em inglês) que chega ao público é Homem-Formiga (Ant-Man, 2015). O que torna curioso é o fato de que nos quadrinhos clássicos dos Vingadores o herói que dá nome ao filme foi um dos fundadores da super equipe. No cinema, o personagem aparece pela primeira vez com um universo já estabelecido e para fechar o que é considerado a fase 2 dos filmes da Marvel.
Ficamos empolgados, pois o filme na época de sua pré-produção seria dirigido pelo britânico Edgar Wright, famoso por seus filmes de comédia inteligente e de gênero. A expectativa estava alta, mas diferenças criativas entre o diretor e a produção o fizeram desistir do projeto. Cabe a nós pensar o quão incrível teria sido se o filme tivesse sido dirigido por ele.
Contudo isso não diminui o valor do produto final. A história do filme é centrada na figura de Scott Lang (Paul Rudd), Hank Pym (Micheal Douglas) e Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) e na maneira como eles interagem entre si planejando um grande roubo. E o filme é uma mistura de comédia com esse subgênero de assalto, a estilo Onze Homens e Um Segredo (Ocean’s Eleven, 2001). Em meio a isso, o protagonista tem que lidar com questões familiares e também com um mundo no qual Os Vingadores existem. É um filme com um forte senso de humor que traz piadas afiadas (elemento obrigatório nos filmes da Marvel), mas que também mescla um senso de completude ao resto do universo da Marvel.
O elenco está bem, principalmente Paul Rudd que parece muito à vontade no papel. O roteiro, apesar de ser bem clássico do gênero e ter personagens bem maniqueístas, funciona para um filme que tem como principal função apresentar um personagem novo e todas essas questões que percorrem a tecnologia do protagonista. Interessante notar, por exemplo, a diferença com o filme anterior da Marvel, no qual existia uma real chance de o mundo acabar por conta do choque de Sokóvia com a superfície. Aqui, toda a ação final do filme se resume em uma luta em um mundo de brinquedos. Esse contraste é interessante e dá ao filme uma personalidade própria e um tom honesto para seu público, diferentemente de A Era de Ultron em que nenhum momento a ameaça é sentida por seu espectador.
Os aspectos técnicos são competentes. Sua fotografia não é muito inovadora no sentido de enquadramento ou iluminação, buscando assim, o básico. A trilha sonora e montagem também vão por essa linha, não há reclamações, mas também não tem nada de memorável – ao contrário de Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014) por exemplo. Contudo seu grande destaque realmente fica a cargo dos efeitos visuais do filme, sejam eles efeitos práticos ou CGI, o filme passa realismo lúdico ao seu público, tornando aquilo crível dentro do universo do filme.
Homem-Formiga é um frescor ao humor saturado do Marvel Studios, ficando longe do que é produzido em Homem de Ferro (Iron Man, 2008). Ele traz consigo a leveza de um filme que sabe suas reais intenções e não procura ludibriar seu público. Sendo assim, Homem-Formiga, graças ao seu elenco competente, a seu roteiro divertido e seus efeitos visuais convincentes, torna-se um dos melhores filmes da fase 2 de seu estúdio ficando abaixo somente de Capitão América: O Soldado Invernal (Captain America: the Winter Soldier, 2014) e Guardiões da Galáxia.
Se curtiu não deixe de conferir nosso compilado com textos sobre todos os filmes do MCU até chegar em Guerra Infinita.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.