Drácula: Uma História de Amor Eterno – Ele está de volta, mais cunty do que nunca

Você conhece a história de Drácula, né? Esteja pronto para ver ela mais uma vez, mas com um charme francês. O famoso diretor Luc Besson traz sua visão sobre a icônica história, com tudo o que o tornou famoso e infame. E o resultado é uma experiência espalhafatosa e absolutamente encantadora em sua cafonice proposital.

A história de Drácula: Uma História de Amor Eterno (Dracula: A Love Tale, 2025) é a mesma de sempre: o Príncipe Vladimir (Caleb Landry Jones) renega Deus após a perda de sua esposa. Ele então herda uma maldição: a vida eterna. Condenado a vagar pelos séculos, tem apenas uma esperança, reencontrar seu amor perdido.

O que muda é que o diretor não tem medo algum de imprimir sua identidade sobre a história. O Drácula pula como um lutador de kung fu, tem vários assistentes gárgulas em CGI que o ajudam quando necessário e que, inclusive, lutam. Os figurinos esbanjam uma riqueza breguíssima maravilhosa, com vestidos exageradíssimos, mangas bufantes e véus esvoaçantes. Ele é muito fiel à sua visão estética, entregando uma fotografia marcante visualmente, acima de qualquer coerência narrativa. É um filme que tenta impactar pelo visual e realmente consegue.

O ponto alto do filme é, facilmente, Caleb Landry Jones, que interpreta o Conde Drácula da forma mais canastrona possível. Sua versão do personagem parece ter saído diretamente do imaginário popular, com todos os estereótipos e características associadas ao vampiro icônico. Destaque para uma cena de flashback em que ele seduz mulheres e homens de um jeito tão inesperado que me encantou pela quebra de tom.

Outro destaque é o ator Christoph Waltz, que interpreta um padre caçador de monstros a serviço do Vaticano. Ele é um combatente habilidoso, especialista no oculto, com amplo conhecimento para enfrentar criaturas fantásticas. Lembra bastante o Van Helsing, embora esse nome nunca seja mencionado no filme. Ainda assim, o personagem cumpre esse papel, sustentado pelo carisma de Waltz, que visivelmente se diverte no papel, com cruzes pegando fogo diversas vezes e várias oportunidades para soltar frases carregadas de energia cunt.

Sendo um filme que só se leva a sério quando o assunto é não ser sério, foi uma surpresa muito agradável. Mostra que, ao sairmos do cinema estadunidense, nos permitimos apreciar obras diferentes e incríveis.


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