Iluminadas – Um empolgante quebra-cabeça psicológico

Iluminadas (Shining Girls, 2022) é uma recente minissérie da AppleTV+ que reúne um elenco que já chama atenção por si só: nomes como Elisabeth Moss, Jamie Bell, Phillipa Soo e o orgulho do Brasil, Wagner Moura. Só de saber do elenco, já fiquei em total estado de desespero, com grandes expectativas, que só aumentaram quando vi que era produzida pela empresa do Leonardo DiCaprio, que apostou pessoalmente nessa adaptação do livro homônimo.

Com a sua fórmula de soltar três episódios de uma só vez e dar um gostinho ao público do potencial que suas séries podem ter, a AppleTV+ me deixou absolutamente fissurada e obcecada para saber mais e mais sobre esse thriller novo e tão envolvente. Para quem já me leu ou me ouviu, sabe que thrillers que envolvem crimes, investigações criminais e personagens um tanto perturbadinhos da cabeça, são temáticas que muito me instigam e me interessam, não só por lazer, mas até num nível de querer estudar e entender um pouco mais sobre a temática. 

Nossa protagonista, Kirby (Elisabeth Moss) sobreviveu a uma tentativa de homicídio e esse é um fantasma que a persegue diariamente, tendo em vista que a polícia nunca conseguiu concluir o seu caso; Kirby foi encontrada desacordada e com a região do abdômen rasgada profundamente, além disso, encontraram um objeto dentro do seu corpo, deixado pelo seu agressor. Desde esse dia, a memória de Kirby não é das melhores, há sempre uma sensação de que após aquele dia, nada mais voltou ao seu lugar, literalmente, tendo em vista que a mesma possui pequenos apagões e quando se dá conta, está em um trabalho, em uma casa, em uma relação diferentes, não compreendendo muito bem como chegou até ali.

No meio de toda essa angústia, Kirby conhece Dan (Wagner Moura) um jornalista que começa a investigar o caso de uma moça que foi achada morta e que possuía as mesmas características do corpo de Kirby quando foi encontrada, a partir dessa união, os dois percebem que há um serial killer à solta que possui o mesmo modus operandi e que aparentemente já tem uma nova vítima em mente. O grande problema é que eles percebem que os casos aconteceram em datas em que nenhum dos dois ao menos existia, as datas não batem, mas dentro de cada uma dessas garotas mortas, havia um objeto de outra das vítimas. Ou seja, os dois percebem que, de alguma forma, o assassino é capaz de viajar no tempo e cometer essas mortes, bagunçando linhas do tempo e causando muitas vítimas.

Além disso, a nossa narradora não é confiável, tendo em vista seus lapsos imensos de memórias e, para completar, Dan é alcóolatra, lutando com isso há alguns anos, apagando bêbado e acordando no dia seguinte sem lembrar bem o que aconteceu. Podemos confiar nessa dupla tão improvável para desvendar o mistério de um serial killer? 

O que mais me encanta na série, é que não estão muito preocupados em explicar cada mínimo detalhe, mastigar muito para o telespectador, é daquelas séries que te fazem ficar vidrado, guardando cada detalhe, tentando montar o quebra-cabeça das viagens no tempo, os assassinatos e todas as implicações nas vidas de cada uma das pessoas que acaba dando de cara com Harper (Jamie Bell), nosso serial killer misterioso, com um passado que também nos é mostrado ao longo da série. 

Qualidade de direção, fotografia, atuações e tudo o mais. Para quem busca uma série que vai realmente te prender no enredo e te fazer passar noites e dias criando teorias, calculando tudo o que foi visto e com vontade de engolir os episódios em busca de respostas… ou não, essa é a ideal. Sem dúvidas uma das minhas produções favoritas de 2022.


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