O Último Duelo – Mas certamente não o último épico medieval

De cara O Último Duelo (The Last Duel, 2021) já chama a atenção pelos nomes envolvidos, tanto na produção, quanto entre o elenco. Nomes como Adam Driver, Matt Damon e Ben Affleck estão dentre os protagonistas dessa história. E para completar com chave de ouro, temos Ridley Scott dirigindo e trazendo seu olhar para essa história baseada no livro homônimo de Eric Jager.

O filme já inicia nos mostrando um grande duelo entre Jean de Carrouges (Matt Damon) e Jacques Le Gris (Adam Driver), que são os protagonistas dessa trama, em seguida somos apresentados ao que motivou o embate entre os dois e é nisso que o filme se torna um pouco cansativo e maçante, pois nos é apresentado três versões de uma mesma história, duas pelos protagonistas já citados e uma última pela visão de Marguerite de Carrouges (Jodie Comer), que é o grande pivô do ápice da inimizade entre os dois já antes citados.

Grandes cenas de lutas, figurinos e caracterização dos personagens, além das atuações que nos oferecem características extremamente marcantes de cada um, são os pontos altos do filme que posso trazer aqui. Adam Driver e Matt Damon roubam todas as cenas, sendo ou não os personagens mais importantes delas, em cada uma das versões contadas pelas visões dos protagonistas, podemos ver o quanto as expressões, trejeitos e personalidades dos personagens vão mudando e se adaptando ao que nos é contado.

Outro ponto alto é a apresentação da visão da Marguerite, uma mulher que é violada, violentada e muitas vezes até rebaixada pelos demais personagens, mas apesar disso, segue firme e convicta no que acredita, no que vivenciou e na busca pelo mínimo de justiça, não para ter a sensação de estar correta, mas por acreditar que uma mulher não merece passar por qualquer tipo de abuso. É inspirador acompanhar o quanto ela se esforça para trazer justiça para a própria história, não se importando com o que pode acontecer com ela mesma após os julgamentos que são buscados durante o filme.

Apesar dos pontos que trouxe e que são extremamente positivos, o fato do filme nos mostrar estas três versões de uma mesma história acaba se tornando cansativo, maçante e repetitivo. São duas horas e meia de filme, mas acredito que seria possível enxugar vários momentos que não precisavam se repetir e oferecer uma narrativa que nos apresentasse mais objetiva no foco do filme, que é a injustiça que era a vida de uma mulher no período medieval. O filme acaba se esforçando muito mais para mostrar trejeitos, figurinos e adereços medievais para uma boa fotografia para a tela de cinema e menos em um roteiro interessante que deixe o filme mais palatável para a longa duração.

Um ótimo filme para se ver no cinema e apreciar a trilha sonora e o deleite visual que a equipe conseguiu apresentar. Além disso, os personagens do Bem Affleck e do Adam Driver possuem uma boa dinâmica, que acaba por nos divertir na maior parte do tempo, sempre que nos são mostrados juntos. Não é um filme que eu veria novamente, muito menos acredito que seja mais um dos grandes filmes que retratem guerras ou duelos medievais.


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