Shadow of the Tomb Raider (2018) é o último jogo da nova trilogia da protagonista Lara Croft iniciada em 2013 e que teve como seu antecessor o jogo Rise of the Tomb Raider. O terceiro jogo lançado em setembro de 2018 traz mais uma aventura de Lara em busca de informações e caçando a Trindade. Diferentemente do jogo anterior, que tinha paisagens geladas da Sibéria, esse se passa na América Latina, iniciando no México e, em seguida, migrando para o Peru.
A mecânica do jogo permaneceu com a base igual aos seus antecessores, novos elementos e animações foram inclusos e Lara teve alguns movimentos e armas novas. A paisagem sul-americana no jogo é belíssima, fruto de um competente trabalho da equipe de roteiro e produção do jogo. A selva, os povos nativos e toda a história que se desenvolve é pautada na cultura local e em elementos mitológicos. O jogo segue o que já vinha sido feito, mantendo o ar realista e um tanto quanto sombrio nas aventuras da Lara. Por falar nela, a personagem está cada vez mais introspectiva, ela se afunda no desejo de acabar com a Trindade e vingar seu pai, essa obsessão traz consequências no enredo e a protagonista passa a lidar também com um sentimento de culpa.
Esse novo elemento é fundamental para entendermos o jogo e a relação que Lara tem com os demais personagens e, sobretudo, a imagem de seu pai e sua mãe. O mais interessante é ver o crescimento da personagem quando ela toma para si as responsabilidades de resolver todo os problemas, encarando seu destino e surgindo como heroína, respeitando sobretudo a cultura dos outros e sem o falso moralismo de roubar atenção ou tirar a importância dos povos latino americanos. O final do jogo deixa com expectativa, até hoje sem correspondência, pois não há notícias de um novo jogo da franquia.
Embora o jogo em determinados momentos pareça impecável, ele traz consigo alguns problemas. O primeiro e mais notório é de ritmo, a história demora um pouco para engrenar e é intercalada por momentos muito grandes de exploração com lampejos de ação, mesmo o jogo pertencendo ao gênero de ação/aventura o desbalanceamento entre eles é notório. Aliado a isso, em determinados momentos Shadow of the Tomb Raider tem problemas com carregamento de texturas, deixando tudo muito desfocado ou com baixa resolução. Nenhuma das duas coisas atrapalha o jogo em si, mas pode acabar diminuindo a boa experiência do jogador.
Shadow of the Tomb Raider cumpre seu papel de terminar uma trilogia nova para Lara Croft. Digna de seus jogos anteriores. Ainda que não seja perfeito (longe disso), ele entrega uma história sólida e com um desfecho excelente, mesmo que Lara não esteja satisfeita, um ciclo se encerra e um mundo de possibilidades se abre. O ritmo e os gráficos podem ser um problema, mas nada diminui o desejo de que essa franquia continue por muitos anos no mundo dos videogames.
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Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.