Nesse mês de novembro, mais especificamente do dia 05 até o dia 08, aconteceu a segunda edição do Anima Ceará – Festival Nordestino de Animação, Game e Web. O festival foi feito online, contando com transmissão de forma gratuita pelo Youtube em três canais: o do próprio evento, o do Cineteatro São Luiz e do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Ter acompanhado esse evento foi uma grande alegria para mim, e acredito que também tenha sido para quem gosta de animação. O festival, além de exibir curtas-metragens animados, proporcionou debates com os realizadores após cada sessão da mostra competitiva, e organizou conversas com profissionais da área sobre a produção de animação no Ceará e no Brasil, tanto para o cinema, como também para games e para a publicidade. Essas conversas e trocas, mesmo que virtuais, são bem importantes para o fortalecimento desses cenários. Um dos pontos mais legais do festival foi o esforço em procurar abranger todas as diferenças e dar visibilidade tanto para quem já atua na área há um tempo, como para quem ainda está começando. Boa parte dos filmes da mostra foram realizados em trabalhos de conclusão de curso. Dos curtas-metragens exibidos, dois foram feitos por coletivos de estudantes. É importante destacar também a participação considerável de diretoras e animadoras mulheres.
A mostra competitiva foi composta por 22 curtas-metragens. A curadoria ficou sob responsabilidade do animador Telmo Carvalho e da produtora e roteirista Mariana Medina, ambos sócios da Tusche Produções. Foram selecionados filmes de 9 estados brasileiros: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Com uma pluralidade de temáticas e técnicas, a mostra, dividida em três sessões, contemplou desde o público infantil até o adulto. Os formatos dos filmes também foram bem diversos: tivemos documentários, videoclipes, filmes experimentais e outros de narrativa clássica. O Ceará foi representado na mostra pelos filmes Estou Mais Velha Longe de Casa, de Janaína Lacerda (2020, Crato/CE) e Mitologia Nordestina de Alisson Pereira Flor (2019, Juazeiro do Norte/CE). O primeiro trabalha com intervenções em imagens de arquivos pessoais, utilizando a técnica de rotoscopia; já o segundo busca representar e ressignificar elementos da cultura popular nordestina, apresentando uma estética visual semelhante às xilogravuras da Literatura de Cordel.
Os curtas-metragens selecionados concorreram em quatro categorias: Melhor Curta-Metragem; Melhor Roteiro; Melhor Trilha Sonora e Melhor Filme Infantil. O júri encarregado de escolher os vencedores foi composto por três profissionais que atuam na área da animação: a produtora cearense Nathália Forte, o animador Marcelo Marão e a roteirista Carolina Carlini. Os filmes vencedores em cada categoria foram:
- Melhor trilha sonora: O Mundo de Clara – (2019), Ayodê França – Recife/PE
- Melhor roteiro: Barbas de Molho (2019), Eduardo Padrão e Leanndro Amorim – Recife/PE
- Melhor filme infantil: Vento Viajante (2020), Analúcia Godoi e alunos do Projeto Animação Ambiental/IMA (escolas municipais de Icapuí, Ceará) – Vitória/ES
- Melhor curta-metragem: Lé com Cré (2018), Cassandra Reis – São Paulo/SP
Todos os premiados receberam o troféu Anima Ceará, criado pelo artista plástico Dim Brinquedim. O melhor curta-metragem, além do troféu, recebeu uma premiação em dinheiro no valor de R$ 5.000. O júri também concedeu uma menção honrosa ao filme Sangro (2019), de Tiago Minamisawa, Bruno H Castro e Guto BR pelo belíssimo uso da animação como forma de potencializar a narrativa.
Apesar das condições adversas, o festival conseguiu acontecer e teve uma produção excelente. As transmissões dos debates e da mostra foram de ótima qualidade. Foi uma oportunidade incrível poder conhecer os filmes selecionados e os diversos profissionais envolvidos na área. E que venha a terceira edição!
Confira aqui a lista dos curtas selecionados para o 2° Anima Ceará.
Formada em Cinema e Audiovisual Carlini, ou “Carolcol” para os íntimos, é animadora, roteirista e dona das melhores tiradas no site Twitter. Por fora parece a Docinho mas por dentro é a Lindinha das Meninas Super Poderosas, inclusive no tamanho. Carol é a única pessoa do mundo que nunca viu Dragon Ball e não entende quem não acha graça no Último Programa do Mundo.