Muitos achavam – eu incluso – que a franquia Exterminador do Futuro (Terminator) havia chegado ao fim em 2015 com o péssimo O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys). Eis que, em outubro de 2019, chegou ao cinema O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate), o mais recente filme da franquia e que, segundo seus produtores, seria a continuação direta do segundo filme, uma das obras-primas do cinema de ação e um clássico da década de 1990.
De início, pensei ser exagero por parte dos produtores ou um click baite para o filme, afinal, que melhor maneira de se chamar a atenção dos fãs da franquia do que soltar essa afirmação. Contudo, o filme é sim uma continuação direta do segundo, inclusive utilizando rejuvenescimento facial em uma pequena cena logo no início. A volta de Linda Hamilton ao papel de Sarah Connor, personagem central da franquia, com certeza foi um dos maiores acertos do filme. A trama gira em torno das consequências do final do segundo filme, as alterações no futuro e nas tragédias que iriam acontecer.
O elenco do filme conta ainda com Mackenzie Davis como Grace, a humana que veio do futuro; Gabriel Luna como Exterminador e Natália Reyes como Dani Ramos que divide o protagonismo junto com as outras duas atrizes já citadas. Além, é claro, da participação de Arnold Schwarzenegger, reprisando um dos papéis mais marcantes de sua carreira. O filme apresenta muito bem os novos personagens e faz com que o público tenha empatia com eles, além de mudar o foco da trama para o trio feminino, Sarah, Grace e Dani. O filme tenta trazer consigo representatividade feminina e de raça com o protagonismo das três mulheres (lembrando que Dani é mexicana e interpretada por uma atriz colombiana).E é uma boa mistura de idades e corpos, o grupo tem uma boa dinâmica em cena.
Em relação ao roteiro, ele é funcional, mas apresentar pequenos buracos, não se sabe porém se esses são erros ou se são intencionais para serem explorados num possível futuro da franquia (vamos lembrar que uma das produtoras é a 20th Century Fox, que pertence agora à Disney. Alô Irmãos Russo). As cenas de ação são o maior chamariz do filme, bem coreografadas e com bom uso de efeitos, elas conseguem prender a atenção e tirar o fôlego na maior parte do tempo. Minha cena favorita e destaque vão para a cena de perseguição no carro, lembrando o próprio O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day, 1991) ou filmes da franquia Mad Max.
O filme termina com um saldo positivo. O elenco está muito bem (o melhor dos últimos três filmes), a relação entre eles é bastante orgânica e o timing está bem acertado. Embora seja um filme bastante tenso, há por diversos momentos alívios cômicos que, na maioria das vezes, funciona. O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio é um filme que tem problemas de roteiro, mas que compensa pelo carisma de seu elenco e personagens; apresentando cenas de ação muito boas. É um bom terceiro filme, mas que não chega aos pés de seu antecessor. O que convenhamos seria mesmo muito difícil.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.