VEJA MULHERES | 5 filmes dirigidos por mulheres para assistir em Março

(2011)
Diretora: Dee Rees
Alike (Adepero Oduye) é uma garota de 17 anos que enfrenta problemas demais para a sua idade. Além de sofrer de baixa auto-estima, a adolescente vive sob o dilema de assumir abertamente sua homossexualidade ou seguir os planos de sua mãe para ela.
Um coming of age com um pouco menos de humor do que a maioria, o filme se concentra sim nos desafios de sua protagonista, mas não esquece de falar dos problemas das personagens ao seu redor. A identificação com a protagonista acontece ainda que sua história não tenha nada a ver com a dela porque quem nunca fingiu ser o que não era na adolescência com medo do que os outros pensavam?
(Certain women, 2016)
Diretora: Kelly Reichardt
Entre as vidas da advogada Laura Wells (Laura Dern), Gina Lewis (Michelle Williams) e da recém-formada Beth Travis (Kristen Stewart) há pouca coisa em comum além do fato de que elas moram em Livingston, no estado de Montana. No entanto, as circunstâncias fazem com que suas histórias se entrelacem de uma maneira íntima e profunda.
Este é o trabalho mais recente de Kelly Reichardt. Seguindo a linha de sua filmografia, seguimos personagens comuns em suas vidas ordinárias em lugares onde há poucas pessoas com quem interagir. As três histórias são dependentes entre si e também não são. Cada uma dessas mulheres enfrenta problemas que nós todas já enfrentamos em algum momento, seja um amor platônico, seja a solidão dentro da própria família ou ainda a crença em nossa incompetência no trabalho só por sermos mulheres.
(Bande des Filles, 2014)
Diretora: Céline Sciamma
Oprimida em seu ambiente familiar, Marieme (Karidja Touré) começa uma nova vida depois de conhecer três garotas aparentemente felizes. Ela muda seu nome e suas roupas na esperança de que este será um caminho para a liberdade e auto-conhecimento.
Um grupo de meninas negras, moradoras de bairros afastados do Centro de Paris, que teimam em não aceitar o que o destino reservou para elas. Além de um roteiro muito bem escrito, também assinado por Céline Sciamma, o filme é impressionantemente bonito e vivo. Sua vivacidade provavelmente advém da parceria entre a diretora e as atrizes; o trabalho de criação dessas personagens e do mundo em que elas vivem foi de fato colaborativo e isso transborda na tela.
(Wadjda, 2012)
Diretora: Haifaa al-Mansour
Embora Wadjda (Waad Mohammed) viva em uma cultura conservadora, é uma garota que insiste em viver sob suas próprias regras. Andar de bicicleta é proibido para as meninas, mas o que Wadja mais deseja é ter uma bicicleta para disputar uma corrida com seu melhor amigo. Indo contra as regras do país e da vontade de seus pais, a garota entra em um concurso de leitura do Corão na escola para conseguir o dinheiro e realizar seu sonho.
Utilizando-se de um problema aparentemente simples o filme consegue mostrar como as limitações impostas por governos e religiões impactam a vida das mulheres desde sempre. A diretora dá um tom de filme daqueles que passavam na Sessão da tarde nos anos 90, mas não deixa de mostrar as pequenas violências que fazem parte do dia-a-dia de Wadjda, suas colegas de escola e sua mãe.
(2016)
Diretores: Beatriz Alonso e Flávio Colombini
O documentário conta a história das meninas que participaram do movimento secundarista que ocupou escolas e foi às ruas para lutar contra um projeto de reorganização escolar imposto pelo governador de São Paulo, que previa o fechamento de quase cem escolas.
As meninas contam suas histórias enfrentando figuras de autoridade, desde a luta pela autogestão das escolas até a violência desenfreada da polícia militar. Uma importante reflexão sobre o feminismo, o atual modelo educacional, e o poder popular.
#DesafioVejaMulheres2019