WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks the Internet, 2018) chegou aos cinemas em janeiro de 2019. Ele é continuação direta de Detona Ralph (Wreck-It Ralph, 2012), umas animação da Disney que faz referência ao mundo dos games. Seu antecessor além de ter uma qualidade absurda, sustenta boa parte de sua ambientação em cima dos ambientes nostálgicos dos games, especialmente os dos anos 80 e 90.
A estrutura está bem dividida, os três atos funcionam muito bem e o filme possui ótimos pontos de virada. O foco maior é no desenvolvimento de personagens e no novo mundo que o filme apresenta: a internet. A viagem se inicia logo após um dos aparelhos sofrer um dano, Ralph e Vanellope seguem para a internet atrás de uma maneira de recuperar o aparelho antes que seja vendido. A partir do momento em que os personagens passam a navegar pela web, novos pontos de desenvolvimento surgem.
Sem adentrar muito no enredo para evitar spoilers, três pontos chamam a atenção, O primeiro é na auto referência da Disney em seu próprio filme, diversas outras franquias aparecem ou são constantemente citadas ao decorrer da narrativa. É possível ter uma noção muito grande da capacidade e grandeza do estúdio e como ele praticamente se sustenta em um filme. O segundo ponto com destaque é a relação com a internet, ele pode oferecer tantas coisas boas, como pesquisas e entretenimento, mas também coisas ruins, como uma comunidade tóxica e como isso pode abalar as pessoas, é uma boa analogia principalmente nos tempos de ódio e intolerância que vivemos nos dias de hoje. A terceira e última parte de destaque é a relação de amizade entre os dois protagonistas, muitas das vezes é representada na vida real, com amizades tóxicas, travestidas, muitas das vezes, sobre a roupagem de preocupação e carinho. O filme mostra os desdobramentos desse tipo de relação e como isso afeta as duas partes, também encaminha para uma solução em que os personagens possam se redimir e encontrar seus verdadeiros objetivos.
No tocante a animação não tem muito o que falar é o padrão Disney, ou seja, muito bem animado com ótimas dublagens e efeitos sonoros primorosos. A trilha sonora poderia ser mais presente, mas há um segmento com um número musical que tenta compensar um pouco isso. Os designs dos personagens estão mais refinados e dentro de um padrão de animação de 2018, nada surpreendente para um salto temporal de 6 anos em relação ao primeiro filme.
WiFi é um filme divertido, tanto para criança quanto adultos, toca em assuntos importantes como a relação tóxica de amizade e os males que a internet traz. Tudo isso incorporado em uma narrativa simples, mas eficaz de fazer o público se envolver, rir e se emocionar. Ou seja, Disney sendo Disney.
Atual Vice-presidente da Aceccine e sócio da Abraccine. Mestrando em Comunicação. Bacharel em Cinema e formado em Letras Apaixonado por cinema, literatura, histórias em quadrinhos, doramas e animes. Ama os filmes do Bruce Lee, do Martin Scorsese e do Sergio Leone e gosta de cinema latino-americano e asiático. Escreve sobre jogos, cinema, quadrinhos e animes. Considera The Last of Us e Ocarina of Time os melhores jogos já feitos e acredita que a vida seria muito melhor ao som de uma trilha musical de Ennio Morricone ou de Nobuo Uematsu.